Your_Worst_Nightmare

O que muitos não sabem

60 mensagens neste tópico

Antes de vos apresentar o artigo de hoje, gostaria de vos relembrar um pouco de história:

[história]

Em 1143, com a autorização do rei de Castela e do Papa (que na altura ainda tinha poder neste tipo de decisões, coitado), nasceu o Condado Portucalense; mais tarde vindo a chamar-se Portucale, e mais tarde ainda Portugal. (Como vêem, nesta altura não havia muita imaginação para nomes. Era tudo rabiscado uns dos outros, o que incluía o nome dos reis também. Algo do género "Reino da Sombra" teria tido muito mais impacto, digo eu.)

O bem mais precioso deste território era a sua língua (para além da riqueza monetária e da excelente localização geográfica, da gastronomia, ah e das boas relações públicas também). Um misto de latim, árabe, castelhano, anglo-saxónico, fenício, grego e uns quantos mais, muito rica na sua composição, denominada de Língua Portuguesa. (Mais uma vez a falta de imaginação para nomes. "Tenebrio" ao menos teria sido original.)

Este duo Língua Portuguesa e Portugal viveu dias felizes, pelo menos até ao séc. XV, altura em que Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. (Grande erro.) Com todo o carinho colonizámos essa terra e com todo o amor lhes ensinámos a Língua Portuguesa; só para a ver ser mutilada e maltratada até se tornar o dialecto brasileiro que hoje todos conhecemos. Mas tudo bem, não demos grande importância a isso. Afinal, somos um povo compreensivo, e desta maneira contribuímos para uma maior diversidade cultural.

No entanto, depois de 500 anos de maus-tratos à língua que tão caridosamente lhes propusemos, quererem impingirem-na de volta a nós é um ultraje!

[/história]

Depois deste pequeno lembrete da longa história do nosso país, passemos então ao motivo que me trouxe aqui. Com certeza já todos vocês devem ter ouvido falar na nova proposta de reforma da Língua Portuguesa. "Qual delas?", boa tirada. Falo especificamente daquela que pretende abolir a grande maioria dos acentos e dos "p" e "c" entre sílabas. (A razão? Porque o "brasileiro" não os tem e os pobres coitados passam um mau bocado quando vêem para Portugal. Pois, como se Espanha ou França mudassem a sua língua oficial para português só porque uma percentagem de emigrantes portugueses residem lá.)

Quer dizer, não chega já a confusão que "acento vs assento" e "concelho vs conselho" fazem aos jovens de hoje em dia? Querem ainda piorar as coisas tornando indistinguíveis outros tantos como "fato vs facto" e "para vs "pára"? Querem que aberrações como "sede vs sede" se tornem lugar comum na Língua Portuguesa? (Para quem não sabe, falo da diferença entre sede de beber e sede de partido. Lêem-se de maneiras diferentes, mas ao contrário do resto das palavras homógrafas, não têm acento nenhum que as distinga.)

No entanto, o que muita gente não sabe é que esta reforma traz mais bagagem consigo do que aparenta. Certas palavras do nosso dia-a-dia terão que ser mudadas para acomodar a nova reforma. Em seguida vos apresento uma pequena lista das mudanças que prevejo irão causar maior transtorno entre a população:

- Matraquilho passará a ser denominado de pimbolim.

- A forma correcta de dizer pessoal passará a ser galera.

- E por consequência, o típico você passará a ser cara.

- Cara passará a ser denominada de fronha.

- E fronha deixará de existir, para não criar ainda mais confusão.

- Aproveito também para dizer que almofada passará a travesseiro. Prevejo já piadinhas envolvendo a palavra traseiro.

- A palavra equipa será dividida em equipe, team e time. E decorar em que circunstâncias se usará cada uma será mais difícil que aprender uma segunda língua como por exemplo, alemão.

- será substituído por bunda, que tornará a expressão "vai levar no cú" bastante mais efeminada.

- E finalmente, embora não acabe por aqui a lista de mudanças, a palavra pesca mudará para ato itióide contraordenado para auto-sustento alimentício. A venda de peixe também será proibida para acomodar esta nova definição.

E segundo parece, esta reforma também trará alterações a nível geográfico. Aparentemente, Portugal passará a ser uma província do Brasil.

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A globalização traz-nos merdas destas. Embora ache muitas coisas aí improváveis. Mas já começamos a ver os "oi" em vez dos "olá" por aí a aparecer há anos. Mas não nos esqueçamos que mudanças de vocabulário acontecem constantemente. Mas duvido muito que seja assim tão sério. Eu vou continuar a escrever as palavras como sempre as escrevi. Os nossos filhos já não, aparentemente. É triste, mas não há maneira de o mudarmos.

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Se for pelo nacionalismo, eu abdico de falar português, como temos a possibilidade de falar o nosso outro idioma oficial... é só aprender mirandês e podemos matar de vez o português.

Depois será uma questão de um par de anos para pensarmos fazer um pacto ortográfico com a nossa vizinha espanha  ::) mas, pelo menos, nao é nada de novo!! É só assumir o que muitos cidadãos de outros países da europa pensam... que somos uma provincia espanhola!

Se ja temos a anedota do Mirandes que se lixe! é assunto sem interesse. Querem acordos ortograficos, venham eles... depois dum episodio suicida cometido por uma cegonha (obviamente pertencente a algum grupo terrorista) ter colocado mais de metade dum país às escuras, ja nada me surpreende em Portugal!... e na capacidade da malta pra aceitar passivamente qualquer decisao ou justificação SuPeRiOr.

O único que vai suceder se o acordo se tornar uma realidade quotidiana, é que vou passar a dar mais uns chutos na gramática!!... e quem se rala com isso?!...eu nao.

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O problema, é que não existem abaixo-assinados para permitir ou cancelar isto.

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O problema, é que não existem abaixo-assinados para permitir ou cancelar isto.

...pois a coisa mais inutil, mas para descargo de consciencia e de sentido de nulidade, que tá na moda -> 'abaixo assinado'.

E isso serve mesmo para? (dar autografos?)

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Quem não sabe a diferença entre conselho e concelho, assento e acento tem que ir à origem das palavras. Para concelho e conselho não é possivel mas entre assento e acento só falha quem não consegue ver que assento vem da palavra sentar.

Eu estou 100% de acordo com a medida. A confusão entre sede e sede é apenas se as comparar-mos sem contexto algum. Acho muito dificil as pessoas confundirem as duas palavras caso elas estejam integradas numa frase.

Além disso como discuti hoje ao almoço para que é que ainda usamos o Q em palavras como Quando? O Q só é necessário porque o C junto com o E e o I se lê S.

Para quê escrever afecto se dizemos afeto? Acho que isso só complica. Muito bem, é uma lingua complicada e com história mas deram valor a isso quando a estavam a aprender? Diziam "Ah que lingua bonita, tirei nega mas é por uma boa causa, é uma lingua com história" ?

Estamos numa aldeia global hoje em dia e a aprendizagem do português não é nada facil para os estrangeiros. Porque não facilitar isso um pouco?

Quanto ao problema das palavras homógrafas, os chineses e finlandeses têm imensas maneiras de ler a mesma coisa e no entanto entendem-se muito bem.

O que diferencia a nossa lingua das outras como os "ãos" e "nhes/lhes" não vai desaparecer.

Além disso é apenas um acordo ortográfico, pondo de parte a tua ironia, nada vai mudar na maneira de falar.

PS: Já agora, pela reforma antiga, Cu não tem acento.

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Your_Worst_Nightmare, gostei da ironia  ::) Não gosto deste acordo gramático. Os Estados Unidos e o Reino Unido partilham a mesma língua e não precisam de nada disso para se entenderem, penso eu. Mas entendo minimamente o porquê de o fazerem. So desconfio que, se isto continuar assim, daqui a umas décadas, até o sotaque português há-de mudar e lentamente os brasileiros e a sua pronúncia vão-se apoderar disto tudo  ]:D

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Quem não sabe a diferença entre conselho e concelho, assento e acento tem que ir à origem das palavras. Para concelho e conselho não é possivel mas entre assento e acento só falha quem não consegue ver que assento vem da palavra sentar.

Eu estou 100% de acordo com a medida. A confusão entre sede e sede é apenas se as comparar-mos sem contexto algum. Acho muito dificil as pessoas confundirem as duas palavras caso elas estejam integradas numa frase.

Além disso como discuti hoje ao almoço para que é que ainda usamos o Q em palavras como Quando? O Q só é necessário porque o C junto com o E e o I se lê S.

Para quê escrever afecto se dizemos afeto? Acho que isso só complica. Muito bem, é uma lingua complicada e com história mas deram valor a isso quando a estavam a aprender? Diziam "Ah que lingua bonita, tirei nega mas é por uma boa causa, é uma lingua com história" ?

Estamos numa aldeia global hoje em dia e a aprendizagem do português não é nada facil para os estrangeiros. Porque não facilitar isso um pouco?

Quanto ao problema das palavras homógrafas, os chineses e finlandeses têm imensas maneiras de ler a mesma coisa e no entanto entendem-se muito bem.

O que diferencia a nossa lingua das outras como os "ãos" e "nhes/lhes" não vai desaparecer.

Além disso é apenas um acordo ortográfico, pondo de parte a tua ironia, nada vai mudar na maneira de falar.

PS: Já agora, pela reforma antiga, Cu não tem acento.

Então na tua opinião, o importante é simplificar cada vez mais a língua, para facilidade de aprendizagem? Para acabarmos todos por falar [wiki]Newspeak[/wiki]? Isso é uma estupidez. Quanto mais se simplificam as palavras, mais da língua se perde. E hoje em dia, já temos suficientes problemas com os miúdos que falam nos chats e nos sms como se fossem um bando de atrasados mentais. Achas, por exemplo, que os ingleses vão começar a usar apartment em vez de flat? Ou a cortar em letras por causa da maneira como se fala em certos sítios?

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Então na tua opinião, o importante é simplificar cada vez mais a língua, para facilidade de aprendizagem? Para acabarmos todos por falar [wiki]Newspeak[/wiki]? Isso é uma estupidez. Quanto mais se simplificam as palavras, mais da língua se perde. E hoje em dia, já temos suficientes problemas com os miúdos que falam nos chats e nos sms como se fossem um bando de atrasados mentais. Achas, por exemplo, que os ingleses vão começar a usar apartment em vez de flat? Ou a cortar em letras por causa da maneira como se fala em certos sítios?

Isso de simplificar as palavras é uma coisa comum, faz parte da evoluçao da lingua,( pharmaçia/farmarçia, é um exemplo)  têm estado a acontecer desde do inicio do portugues e na

ão acho que a lingua fica, nessesesariamente, mais pobre.

Porque raios, Deus teve de destruir a torre de Bable?! Só me deu mais trabalho!

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Então na tua opinião, o importante é simplificar cada vez mais a língua, para facilidade de aprendizagem? Para acabarmos todos por falar [wiki]Newspeak[/wiki]? Isso é uma estupidez. Quanto mais se simplificam as palavras, mais da língua se perde. E hoje em dia, já temos suficientes problemas com os miúdos que falam nos chats e nos sms como se fossem um bando de atrasados mentais. Achas, por exemplo, que os ingleses vão começar a usar apartment em vez de flat? Ou a cortar em letras por causa da maneira como se fala em certos sítios?

Não deves ter lido o suficiente em relação ao acordo ortográfico. Estás a falar em mudança de maneira de falar e de usar expressões diferentes.

Não estamos a cortar letras por causa do Brasil. As pessoas é que acham isso. Estamos a cortar porque são mudas e não influenciam em nada nem a oralidade nem a escrita.

Além disso a lingua portuguesa mudou muito. Vai ler o português de O Auto da Barca do Inferno e compara com a que é utilizada hoje em dia. Achas igual? Pois claro que não é. Porquê? Porque a lingua evolui.

O acordo é meramente Ortográfico.

O que muda é a escrita e não a fala.

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Ainda assim shinigami-san, e agora mais a serio, eu sou contra este acordo ortografico.

Nada tenho contra a evolução de um idioma.

Digamos que nao dá la muito jeito, porque ja tou habituada às actuais regras, ainda que nem sempre as respeite; ate porque, honestamente, nao tenho consciencia das regras inerentes à escrita, aprendi mais intuitivamente, e como sempre tirei resultados academicos bastante satisfatorios assim, foi o deixa andar.

Isto nao se trata de uma evoluçao de nada, é um 'acordo' que, curiosamente, nao se baseia numa troca de regras de parte a parte, mas sim na adulteraçao de diversas regras ortograficas portuguesas... 'só pra facilitar', nao tou a ver que facilite assim tanto, parece-me mais um 'jeitinho' que se faz em nome da relaçao luso-brasileira. Mas ok, este país gosta é de palhaçadas destas, ao menos o pessoal tem tema pra falar sem ser da merd* da carteira vazia! (ja que o campeonato de futebol também nao é tema  ;D)

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Tenho a concordar em parte com o Shinigami.

Também se aboliu o "ph" e neste momento, se pensarmos bem, não faz falta alguma pois não?

Também não sinto uma lacuna histórica tão grande na minha lingua por escrever farmácia.

O português de agora não partilha a gramatica do português de à 500 anos, e mais importante que mostrar história numa lingua, é saber evoluir e mostrar que a lingua não está morta.

Também não será isto que facilitará a aprendizagem da lingua, mas julgo que mais tarde ou mais cedo este passo acabaria por ser dado.

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A culpa e toda dos nossos antepassados, mas tambem nao os culpemos somente os brasileiros por corromperem a lingua portuguesa, culpemos tambem o latino...

Mas, tambem, julgo que se os japoneses descobricem o brasil, o portugues do brasil seria wapanese.

Ou entao, se tivessesm sido os Ingleses, eles provavelmente estariam a falar engrish.

Enfim...

...a alguem tinha de calhar...

...ou entao nao, mas penso que ja faz parte da necessidade do poder (or whatever) do ser humano.

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culpemos tambem o latino...

Convem nao esquecer que o portugues, no fundo, não é mais que uma evoluçao paralela do espanhol (galego) arcaico...

Quanto ao coiso ortografico....estupidez. A mim nao me apanham a escrever "optimo" sem o "p", e a primeira pessoa que algum dia me disser que eu estou a escrever "optimo" de forma errada, levará imediatamente um forte e directo "vá à merda!".

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Não te preocupes, tens 10 anos para te habituares a ver ótimo escrito assim.

É ótimo darem-nos 10 anos para isso, são uns porreiros.

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portucalensis idiomae comprometidus est.

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Não te preocupes, tens 10 anos para te habituares a ver ótimo escrito assim.

É ótimo darem-nos 10 anos para isso, são uns porreiros.

Epá habituado já eu tou habituado a ver ha muito tempo. Nao me faz diferença nenhuma. Não é por me darem 10 ou 20 anos que vou deixar de escrever como aprendi e da forma com a qual me identifico.

Aliás, estou-me completamente borrifando pro acordo ortográfico. Sou totalmente indiferente. Ninguem me irá forçar a escrever de forma diferente, e eu certamente nao irei alterar a minha maneira de escrever.

Agora claro, de um ponto de vista politico e tal, compreendo perfeitamente que o governo portugues, com o seu estilo do costume de triste coitado recolector de migalhas, se queira agarrar o mais possivel á grande potencia que é e cada vez mais será o Brazil. Sim, porque obviamente que se nao fosse o Brazil este acordo ortografico nem seria uma hipotesse. Pelo menos formalmente.

Mas pronto, lá está, é triste. É triste, e frustrante, ver Portugal constantemente a apontar na direcção errada, na direcçao que aparentemente lhe parece ser a mais familiar e confortavel mas que tao poucas vezes lhe traz algum proveito.

Portugal, governamentalmente falando, tem que se mentalizar que se quer subir, crescer e ser mais forte, tem que deixar de ser uma simples e penosa remora á volta do tubarao, e por outro lado lutar pra ser uma das melhores remoras do cardume!

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o acordo ortografico ja esta a ser planeado desde os anos 70

por amor de deus, nao e por causa DO PODERIO DO BRASIL (com um "s") que passamos a escrever "como eles". isso e retardado.

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Pois não tem nada a ver com o Brasil. Até porque os brasileiros acentuam os "c" que nós estamos a tirar da escrita.

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Pensar que nao tem nada a ver com o Brasil é, no minimo, ingénuo. No maximo? Estupidamente ingenuo! :/

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