Por
reivax
[manga]City Hall[/manga]
Autores - Rémi Guerin (cenário), Guillaume Lapeyre (desenho)
Volumes - 5 (6º a sair)
Editora - Ankama Editions
Links - https://www.facebook.com/cityhallfr
http://v2012.mangapark.com/manga/city-hall
Londres, em 1902, um cenário histórico alternativo, steampunk, ação e efeitos especiais dignos das maiores produções de Hollywood. City Hall tinha tudo para me agradar antes mesmo de começar a ler.
O primeiro adjetivo que descreve essa manga, na minha opinião é: surpreendente.
Em primeiro lugar, estamos na presença de um manga francês com o sentido de leitura Ocidental, ao contrário de Radiant, por exemplo. Se há um detalhe que eu acho interessante na medida em que todo o trabalho combina os códigos ocidentais ao formato manga, fazendo um híbrido que parece chamar mais do lado da nossa cultura que a cultura japonesa. Além disso, o corte, a narração e o diálogo são mais de um estilo de narrativa de banda desenhada franco-belga ou romances, que do manga onde a ação é muitas vezes favorecida em detrimento da narração pura. Muito diálogo, mas, apesar de alguns compridos, a história mantém-se com alternância da história e ação, mantendo-nos imersos na aventura.
Em seguida, o pano de fundo: Londres, em pleno boom industrial. Embora haja um elemento importante em falta: O papel. Na verdade, o papel é proibido no universo imaginado pelos autores, e por razões óbvias, era necessário preencher a lacuna que a falta de papel deixou. Não nos é então surpreendente a existência de uma rede semelhante à internet, o uso de vários tipos de ecrã e de tablets para substituir o papel. Se a coisa nos surpreende ao início, habituamo-nos à ideia rapidamente, visto que o próprio papel torna-se o inimigo número um dos protagonistas e de toda a humanidade, em que o inimigo e os próprios personagens principais usam para criar criaturas chamadas de "papercuts".
Com isto, vêm as Personagens. Todas as personagens de City Hall existiram e tiveram a sua importância na história. E a idéia de autores como personagens, mesmo antes de terem criado as personagens que os tornaram famosos tem alguma coisa incomum e agradável, especialmente quando vemos o sucesso de Sherlock Holmes nos últimos anos!
Jules Verne é um jovem autor best-seller e inventor nos seus tempos livres. Inteligente, teimoso, orgulhoso, ele gosta de desfilar e demonstrar superioridade intelectual, para o desgosto do inspetor-chefe Lester. Parece ser o único a poder desafiar a nova ameaça a Londres, segundo o prefeito Little.
Arthur Conan Doyle é o "companheiro" de Jules. Apresentado como um aprendiz em tudo - escritor, historiador e químico - não é menos perspicaz. A sua capacidade de análise e dedução são os principais dons, para a equipe na sua investigação.
Amelia Earhart é agente da Culper Ring, uma agente especial americana, chegou a Londres para investigar o misterioso caso que agita toda a Inglaterra. Ela completa o trio da história, que aparece pela primeira vez como guarda-costas de Jules Verne.
Embora à maneira de "Death Note", uma obra-prima pela qual é muitas vezes comparado, podemos-nos perder, por vezes, entre os personagens, os seus objetivos, a intriga e diálogos por vezes muito longos. No entanto, o desenho é muito bom, detalhado, bonito, e contribui maravilhosamente para a história.
A Fantasia ganha vida, e esta é uma louca aventura que começa! O primeiro arc acabou, mas isto não é o fim da série deste manga francês. Se um enredo já está encerrado, levantou várias questões parcialmente reveladas no quarto volume.
Mais uma vez um grande manga ocidental, que ainda não foi editado por cá e noutros países, em contra partida pela internet já se consegue encontrar capítulos traduzidos em inglês (e sim também em indiano) por fans.