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Hatake_Pirata

Raven Angel

3 mensagens neste tópico

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Prólogo

 Num mundo sugado pelo ódio e poder, os três continentes eram habitados por três tipos de criaturas diferentes; os Necromancers, feiticeiros dotados de poderes do oculto; os Sentou Yuukais (Fighting Demons), mestres de Taijutsu; e os Kakons (roots of evil), cujos membros são originados através de experiência cientificas realizadas pelos Necromancers ilegalmente. Depois de uma falha no sistema de segurança, os kakons conseguiram fugir das instalações semeando o caos. Como plano de contingência, os Necromancers e os Sentou Yuukais aliaram-se para uma caça ao homem. Em poucos anos, todos os Kakons foram capturados, aprisionados ou mortos no terceiro continente...

Contudo, ao contrário do suposto, nem todos os Kakons foram capturados, passando anos a evoluir as suas capacidades e elaborando um plano para a conquista do mundo. Face a esta ameaça, o Conselho de Líderes (regentes de cada continente) decidem incumbir uma jovem, com habilidades únicas de uma missão suicida: Okita Natsume. Nagatsuki Kenji e Hagiwara Daisuke juntar-se-ão a ela. Esta é a saga deles.

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A noite tinha-se apoderado do mundo, submergindo o hemisfério norte na escuridão. A vila estava pintada de cinzento pálido enquanto exposta ao luar, encobrindo o azul marinho e o verde original. As poucas árvores estavam presas a um pilar de cimento gigante, os seus ramos tentando escapar aos finos arames farpados que os rodeavam. A estátua perto do pilar retratava um gigante morto, os seus olhos negros e assustadores, armadura enferrujada e em parte desfeita tal como a perna direita, resultado da erosão. O trono gigantesco no qual estava sentado, parecia ruir a qualquer instante, despoletando ruídos ensurdecedores e chiares das estruturas de metal. Os detalhes outrora existentes, não passavam de quase imperceptíveis artes rupestres. Parte da sua face encontrava-se deformada, devido ao tempo, como também devido a todas as guerras a que testemunhara durante a sua existência estática. Por detrás dos limites montanhosos, situados à esquerda da vila, uma cascata vertia os seus desejos no seu correr, calmamente, como a brisa primaveril a percorrer uma pele calorosa. A floresta crescia na sua margem, penetrando os hectares dos pagodes construídos recentemente, alongando-se para além das águas gélidas do lago. Olhos verdes deslocavam-se à superfície do lago, juntamente com braços de criaturas estranhas assustando os corvos, fazendo-os afastar das suas presas. Sombras longas arrastavam-se pela margem, apoderando-se das crias deixadas ao abandono pelas suas mães, saciando a sua sede de sangue. Um trilho de carne pútrida denunciava a localização das criaturas, porém ninguém se atreveria a aproximar-se delas.

As muralhas que rodeavam a vila, sombreavam a maior parte a casa da Daymio, escandalosamente bela e maior do que os restantes pagodes. A ponte levadiça estava fechada , as correntes enferrujadas segurando a pesada estrutura. Apenas um guarda se encontrava de vigia por cima da ponte, os restantes faziam a ronda pela vila para manter tudo em ordem. As suas armaduras eram feitas de ferro brilhante, com um grande símbolo Shao-lin cravado no peito e uma espada à cintura. Todos os pagodes estavam fechados e reforçados com barras nas janelas, a relva pouco a pouco apoderando-se da madeira frágil e podre. Num dos pagodes , um par de mãos agarravam-se ás barras, num silêncio obscuro e nuns murmúrios inquietantes. Junto ao lago monstruoso, dois olhos vermelhos observavam a actividade dos guardas. Um grupo de cinco dirigiram-se para um dos pagodes, partindo a porta em pedaços e apressando-se para o interior. Momentos depois, dois dos guardas traziam uma criatura preta para o exterior, rastejando pelos joelhos. O monstro gritava numa voz aguda ao sentir os seus chifres e patas serem atados por cordas. A criatura de olhos verdes olhou para um dos guardas receoso da grande foice que trazia consigo. Desesperado por prever o seu destino,  tentou-se libertar das mãos escanzeladas dos guardas, sem sucesso. Segundos depois, um corte irrompeu pelo ar, cortando a garganta da criatura. Engasgado no seu próprio sangue, revirou os olhos caindo no chão sem vida pouco depois. Os guardas desmembraram-no lentamente, atirando os seus bocados para um saco preto, do qual vertia uma mistela preta, tingindo a relva. Olhares curiosos podiam ser vistos na escuridão, juntamente com os olhos vermelhos. Um dos guardas dirigiu-se a esse pagode batendo com a sua espada nas barras de ferro. A criatura não pestanejou.

- Não há nada para ver aqui! - gritou o guarda-

Uma voz suave e melódica surgiu do interior do pagode.

- Mataste outro root.

O guarda respirou fundo, tentando reconhecer a criatura no interior.

- Identifica-te root. Ou serás levado à presença da grande Daymio!

- Não te vou dar nenhuma identificação.

O guarda assobiou, chamando dois outros guardas para o apoiarem. Pontapearam a porta, dirigindo-se para o interior. Uma rapariga alta estava sentada no chão de madeira, uma das pernas estendida e a outra dobrada; pés descalços; a sua saia já vira melhores dias, cheia de rasgões e buracos, tal como a sua camisola sem alças, com bocados de tecido ao penduro. O seu longo cabelo preto cobria metade da sua face, apenas mostrando um dos seus olhos vermelhos. Um símbolo prateado reluzia da sua testa com a forma de duas serpentes. Um dos guardas levantou a mão, para surpresa dos outros:

- Não podemos prender este root.

A rapariga deixou a sua cabeça descair para o lado direito, como que intrigada.

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Os guardas recuaram dois passos em direcção à saída, enquanto a rapariga se levantava do chão. Os seus traços femininos eram bem visíveis e esguios, de alguma maneira atractivos. Levantou a sua mão direita firmemente, criando uma espiral de raios vermelhos.

- Já passamos por isto antes… - disse a rapariga num murmúrio.

O guarda segurando a foice tremeu, dizendo para os restantes:

- Ordens da grande Daymio. Ela é intocável.

A rapariga soltou um pequeno riso, piscando os olhos uma vez:

- O que me distingue das outras crias root, é que a minha arma é a vossa fraqueza… fracos!

O guarda da foice piscou uma última vez antes de a parte superior do seu corpo ser arrancada e atirada contra uma das paredes. Os restantes desembainharam as espadas inutilmente, pois numa fracção de segundo a rapariga esmagava os seus pulsos com as suas próprias mãos. Num rodopio, os olhos de um dos guardas foram retirados do seu sítio e lançados para um canto. Gritos de dor e desespero irromperam no silêncio, fazendo várias luzes acenderem-se para iluminar a escuridão. Com os guardas indefesos, a rapariga dirigiu-se para o exterior do pagode, descalça, olhos brilhantes e intensos. Um foco de luz banhou a rapariga numa luminosidade gritante, fazendo-a cobrir a face com um dos braços. Uma voz grave ecoou pela vila, repetindo várias vezes:

- Atenção todas as unidades! Ela conseguiu escapar!!! Todas as unidades para o local imediatamente!

A rapariga sabia que tinha de se apressar antes que as unidades chegassem ao local. Com uma velocidade estonteante, conseguiu passar despercebida por dois dos guardas que já se encontravam junto à entrada principal. Trepando uma das paredes junto à ponte levadiça, sentiu várias flechas passarem rente ao seu corpo. Olhando por cima do ombro, conseguiu ver as luzes acesas da casa da Daymio, concluindo que tinha pouco tempo para escapar antes de ela sair em sua perseguição. Apressou-se para chegar ao topo, porém uma seta atingiu-a no braço. Enraivecida, a rapariga voltou-se para enfrentar o esquadrão de guardas, sentindo uma inexplicável energia acumular-se na sua garganta. Num instinto, um raio de sangue explodiu como um laser da sua boca cortando vários guardas em pedaços e destruindo alguns dos pagodes na sua direcção. Com os guardas confusos, agarrou a oportunidade para atingir o topo, saltando para o lado exterior da muralha, embatendo no solo fortemente. Superando a dor que sentia do seu braço ensanguentado e o ardor na sua garganta, começou a correr em direcção à floresta, setas caído nas redondezas, guardas gritando. Com um estrondo, a ponte levadiça abriu-se em queda livre. Espigões e bocados de arame penetravam cruelmente na sua pele, fazendo-a cambalear algumas vezes. Apesar da dor, nada era mais forte que o desejo dela de escapar à opressão que sofrera desde criança. A alguns metros de distância, uma rocha impedia a sua passagem. A rapariga flectiu as pernas com tanta intensidade que o chão cedeu uns centímetros, impulsionando o seu salto mortal por cima da rocha. Os primeiros raios de sol chegavam à superfície do planeta. Sentindo um chão macio, a rapariga olhou em seu redor. Um areal dourado traçava o limite entre a terra e o mar de água límpida. No horizonte, alguns bocados de terra, ainda longínquos, conseguiam ser vistos. A terra começou a tremer levemente, a rapariga sabendo que a Daymio estava a caminho. Levantou-se dirigindo-se para o mar, sendo abruptamente impedida por uma lâmina de aço que caíra do céu mesmo à sua frente. A rapariga voltou-se, os seus cabelos rodopiando ao sabor do vento, gotas de sangue a escorrer da sua boca. Uma mulher idosa pairava sob a areia. As suas asas pretas possuíam espigões nas pontas que se cravavam no chão, fazendo-a mover. O seu cabelo roxo movia-se em redor da sua face enrugada, olhos grandes cor de ébano olhando directamente para a rapariga. Numa das mãos carregava consigo um ceptro gigante, com uma bola de cristal, cujo fumo preto no seu interior se perdia numa espiral. No topo da esfera, um dragão abria as suas asas enquanto soltava sons estridentes. A idosa murmurou umas palavras ao dragão, fazendo-o fechar as asas e paralisar. Uma voz madura e obscura saiu dos lábios da mulher:

- Natsume… Não poderás sair desta ilha.

Natsume olhou para a mulher, inexpressiva.

- Há muitas explicações que precisas de ouvir.

Num acto irreflectido, a rapariga levou uma das suas mãos à flecha no seu braço, arrancando-a com toda a sua força. Atirando a flecha para o chão disse:

- Porque me queres manter aqui a todo o custo?

- Foi decidido pelos líderes que serias mantida aqui, até precisarem de ti.

Natsume fechou os olhos em discórdia, recordando os tormentos e as imagens macabras a que assistira durante a sua vida. Um sentimento de raiva tomou-a de imediato, fazendo-a cerrar os punhos.

- És uma root importante…. O teu legado de kakon tem de ser controlado.

- Tornando-me uma escrava… É assim que asseguram o vosso controlo?

A Daymio fechou os olhos, baixando a cabeça.

- Não serei mais uma escrava… Nem para ti nem para os líderes.

Natsume voltou as costas à idosa, fazendo-a dar uns quantos passos na sua direcção. A areia estremecia cada vez mais à medida que ela se aproximava.

- É o teu destino, portanto não pode ser mudado.

Natsume espreitou por cima do ombro com um sorriso macabro:

- A única coisa que sei… é que não me vais manter mais aqui.

A Daymio ergueu o ceptro por cima da cabeça, atingindo Natsume, que se conseguira proteger a tempo com os braços. Arrastando-a por alguns segundos, a rapariga agarrou-se ao ceptro, trepando-o rapidamente, atacando-a com uma espiral vermelha. Desviando-se do ataque, a Daymio ergueu a mão libertando uma explosão de ar na sua direcção, fazendo Natsume ser impulsionada a centenas de metros de distância. Com um mortal, a rapariga aterrou de pé na areia. Respirando aceleradamente, Natsume analisou as redondezas em busca de uma vantagem. A Daymio voltou-se para a rapariga de olhos vermelhos, apontando-lhe o ceptro.

- Dar-te-ei liberdade se me derrotares.

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A Daymio soltou uma gargalhada maléfica, fazendo Natsume cerrar os dentes de raiva. Apontando o seu ceptro à jovem, proferiu palavras inaudíveis. A sua aura tornara-se diferente do habitual, a sua face calma com que sempre abordara Natsume tinha desaparecido, dando lugar a um monstro insaciável. Talvez fosse uma forma de testar a jovem, os seus limites e poderes, mas Natsume sabia muito bem o que podia e não podia mostrar. Apesar do ódio à Daymio, não a queria matar. Apenas queria fugir e desaparecer... e ser livre. Numa fracção de segundo uma bola de fogo raspou Natsume, tendo esta escapado a tempo. A jovem ergueu uma das mãos, fazendo com que o mar viajasse da margem até um turbilhão em volta do seu braço. Erguendo a outra mão, centenas de pequenas rochas se juntaram em redor do seu braço. Para espanto da Daymio, as pedras e a àgua fundiram-se com os braços de Natsume, que não desviava o contacto visual com a idosa. Num piscar de olhos, Natsume apareceu por trás da Daymio, perfurando um dos seus pulmões com o seu braço rochoso. A idosa cambaleou para a frente, Natsume agarrando os seus cabelos e com uma força enorme projectando a Daymio para longe. Esta embateu no chão duro, cuspindo uma substância roxa, olhos semi-cerrados. Rapidamente se levantou, uma mão pressionando a ferida.

- Porque decidiste fugir agora? Sempre possuíste habilidades suficientes para exterminar a vila.

- Nunca acreditei que houvesse mais alguma coisa para mim fora daquelas grades... - respondeu Natsume.

- E agora acreditas que há? És tão inocente...

Natsume sorriu.

- Os roots andam inquietos. Conseguimos sentir a vossa insegurança nas últimas duas semanas. Há algo lá fora e vou descobrir o quê.

Natsume ergueu os dois braços por cima da sua cabeça, uma força rodeando a jovem, fazendo os sue cabelos esvoaçarem em direcção ao céu. Partículas de àgua rodopiavam em torno do seu corpo em forma de turbilhão. Os seus olhos eram de um vermelho vivo, fazendo a Daymio teme-la pela primeira vez.

- Tu não és uma root.

As palavras da Daymio eccoaram na cabeça de Natsume, que não conseguia acreditar no que estava a ouvir. Sentiu uma raiva ardente fazendo-a gritar.

- Se não consegues aguentar a verdade, não sobrevives neste mundo...

O tom frio da voz da Daymio enfureceu ainda mais a jovem, fazendo o turbilhão de água aumentar em altura e largura. A terra tremia com a intensidade do poder que emanava de Natsume.

- Vais pagar por tudo aquilo que me fizeste passar..

Numa fracção de segundo, Natsume apareceu junto da Daymio, agarrando-a pelo lenço em volta do pescoço. As suas vestes começaram a desintegrar-se em contacto com o turbilhão. Pouco depois a sua pele se desintegrava juntamente com as suas asas. Natsume puxou-a para o interior do círculo, perfurando o seu corpo com o seu braço de pedra. A idosa sufocava no seu próprio sangue, revirando os olhos com a dor do seu corpo a desintegrar-se. Natsume deixou cair o que restava do corpo no chão, fechando os olhos em direcção ao céu. Uma lágrima caída do seu rosto desfez-se com a pressão sentida no interior do turbilhão. O cadáver da idosa rapidamente desapareceu aos pés de Natsume, deixando o espaço vazio. O turbilhão cessou lentamente, a jovem caindo de joelhos ofegante. Depois de segundos a recuperar o fôlego, conseguiu sentir algo a aproximar-se.

Ergueu a cabeça... O dragão da esfera de cristal fixou-a nos olhos, com as asas abertas. Os seus olhos verdes pareciam compreende-la e ler a sua alma. Inesperadamente, uma voz ecoou na sua mente:

- Consegues ouvir-me?

Natsume acenou a cabeça afirmativamente e surpreendida.

- O meu nome é Ryong. Tenho uma mensagem para ti.

A sua lingua desenrolou-se até ao chão, deixando cair um pergaminho. Natsume agarrou o pergaminho lendo a inscrição:

- "Para Okita Natsume, da mãe."

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Notas: Espero que gostem!! Pf comentem! Já tenho tudo escrito até ao cap. XVII portanto se quiserem que poste o resto pf digam =P Arigato Gozaimasu!

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esta muito bom, acho que devias publicar ou fazer um livro...

obrigado. ;D

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So vi a introdução porke ler nao é muito comigo... axei a introduçao interesante. Tambem comcordo com o drking e devias publicar um livro mas com coisas mais detalhadas

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