Faz login para seguires isto  
Seguidores 0
Guardian Angel

Yu-Gi-Oh! O Torneio de Horus

2 mensagens neste tópico

A Fanfic prometida no meu post de apresentação chegou. Não hámuito para falar sobre esta história. Podia colocar aqui um resumo, mas prefiro pôr já aqui o prólogo e ir postando os capítulos um a um para criar algum suspense. Espero bem que esta Fanfic seja bem recebida e que tenha muitos e bons comentários, pois todo o apoio é essencial para a continuidade da história.

E não vou engonhar mais... Ei-la.

Yu-Gi-Oh!

O Torneio de Horus

Prólogo

O local é desconhecido pela maioria dos mortais. Poucos ouviram falar dele. Os que lá ousaram ir nunca mais voltaram. Mesmo aqueles que pertencem à família dos Guardiães do Túmulo do Faraó sabem muito pouco sobre este lugar. Pois ao longo de três mil anos, apenas um pequeno grupo de pessoas, por sinal diferente de todos os outros, pôde entrar e sair sem problemas.

Escondida nas areias do Egipto está uma pirâmide. Não se sabe concretamente qual a sua localização exacta. Somente os membros desse culto milenar conhecem o local onde a pirâmide repousa. Desde o desaparecimento do Faraó Sem Nome que a mítica construção se tem mantido invisível para quem não a conhece. Todavia, o deserto em torno desta está cheio de perigos hediondos, apenas conhecidos pelo Culto da Morte, um grupo de adoradores do deus egípcio Seth, desde os primórdios da civilização do Antigo Egipto. Pouco se sabe sobre este culto, a sua história repousa nos hieróglifos mantidos no interior da pirâmide.

Mesmo no seu núcleo situa-se uma câmara obscura, decorada com as mais tenebrosas figuras demoníacas. Uma enorme porta ornamentada com serpentes de olhos avermelhados mostra-se no fundo na câmara. Cerca de trinta piras expelem uma luz difusa que ilumina parcamente o cenário.

Uma estranha figura estava sozinha, naquela manhã. Um homem de meia-idade estava ajoelhado em frente da grande porta, proferindo em voz baixa preces em honra de Seth. A sua marca de lealdade, uma Ankh tatuada na testa, era um sinal de como pertenceria àquele Culto até o findar da sua vida. Uma vez inserido no grupo não há como voltar atrás. Muitos foram os que se arrependeram, tendo recebido como maldição a Praga da Morte. Somente os mais fortes sobreviveriam naquele Culto; somente os mais fortes são dignos de receber a bênção do grande Seth.

O homem ouviu passos atrás de si. Um novo membro do grupo entrou na câmara e encaminhou-se para junto do colega. Esta nova personagem era ligeiramente mais baixa. Era totalmente careca, ao contrário do outro, cujas madeixas grisalhas ocultavam uma pequena parte da Ankh. Os olhos eram pequeninos e escuros, reflectindo uma frieza inigualável. O seu nome era Amontut, descendente dos primeiros membros do Culto da Morte.

- Está a chegar a hora, Venerável – anunciou o homem de joelhos, levantando-se e encarando aquele que era o mestre do Culto. – Muito em breve o grande deus Seth despertará e a sua vingança contra o Faraó será finalmente consumada.

Amontut mirou os olhos do seu subordinado, sem demonstrar qualquer entusiasmo.

- Ainda não é o momento de celebrarmos o seu regresso. Lembra-te, Aaron, que temos de possuir algo muito importante para poder libertar o grande deus. E sabes do que estou a falar, presumo?

- Sim – respondeu Aaron. – Necessitamos dos Itens do Milénio. Eles são a chave que abrirá a porta do Inferno e trará o gran…

- Não precisamos de todas as relíquias – interrompeu Amontut, caminhando em direcção da grande porta e passando levemente a mão por uma das serpentes esculpidas. Com uma iluminação tão escassa, os olhos vermelhos da serpente pareciam bem vivos.

- Elas andam espalhadas um pouco por todo o lado, Venerável. Mas encontrá-las não é uma tarefa impossível. Por exemplo, sabemos que Maximillion Pegasus possui o Millenium Eye. É só mandar alguns de nós a Duelist Kingdom e recuperá-lo…

- Pegasus já não possui o Millenium Eye, idiota – retorquiu o Venerável, rispidamente. – Além disso, essa é a única relíquia que nunca deverá transpor a entrada desta pirâmide. Algo nesse olho inquieta o grande deus Seth, eu sei-o. Eu sei coisas que levarias anos a descobrir. Não, apenas precisamos de dois Itens. Os únicos que possuem os espíritos encarcerados de duas pessoas que viveram neste local há cinco mil anos. O que nós precisamos é do Millenium Ring e do Millenium Puzzle. Ambos contêm os espíritos de duas pessoas, cujo Ka naquela época era muito elevado. O Ring possui o espírito de um rei dos ladrões, chamado Bakura. O Puzzle possui o espírito do próprio Faraó.

- Não é possível… – Aaron não podia acreditar.

- Forças poderosas dizem-me que o Faraó possui a maioria dos Itens, incluindo o Ring, o Rod e o Necklace. Ele está prestes a fazer uma viagem ao passado, para descobrir os seus segredos e recuperar a memória perdida. E para isso vai servir-se das três cartas Egiptian God que ganhou no torneio de Battle City.

- O Faraó possui as três cartas de deuses? – indagou Aaron, incrédulo. – Com isso ele é imbatível.

- Não o será por muito tempo. Se deitarmos a mão a alguma das suas três cartas ele não poderá recuperar a memória. Depois é só atraí-lo para a nossa armadilha.

- Armadilha? Qual armadilha?

Amontut limitou-se a sorrir diabolicamente. Mas não respondeu à pergunta.

- Aaron, selecciona um dos nossos. Um que não seja bom a duelar. Iremos usá-lo para testar as habilidades desse Bakura. Para ele ter sido um finalista de Battle City é porque não é um mau duelista.

- Mas – recomeçou o servo, – o que faremos com o Faraó?

Amontut caminhou lentamente para junto de Aaron, que o olhou com admiração. O mestre pousou-lhe a mão no ombro e sorriu afectuosamente.

- É aqui que tu entras, meu amigo…

[br]

Mensagem unida a: 02-06-2009, 22:43:30


Capítulo I – Prenúncio de uma Nova Ameaça

Salomon Mutou abriu a porta da sua loja de jogos, sentindo a fresca brisa matinal que o fez esfregar os braços e dar um grande espirro. Os prédios em redor tapavam os primeiros raios de sol, coisa que o dono da loja não gostava. Preferia sentir o calor logo de manhã, para se sentir com energia o resto do dia. Começou por ir fazendo umas limpezas às prateleiras que continham alguns dos seus jogos, dando especial ênfase às cartas de Duel Monsters. Não deixou de sorrir ao olhar para elas, ternamente. Pareciam apenas uns simples rectângulos de cartão, mas havia muito mais. Cada carta que olhava parecia uma parte da sua vida. A sua infância, como um adorador de jogos; a sua adolescência, quando era um apaixonado pelo Antigo Egipto e os seus segredos. Lembrava-se de quando fazia as suas viagens, enfrentando as armadilhas ocultas nos túmulos dos antigos reis. Cada carta parecia contar um episódio da sua vida.

Alguém descia as escadas à pressa. Um jovem, de estatura baixa, cabelo espetado e rosto inocente e simpático apareceu. Ao pescoço estava o seu inseparável pingente dourado em forma de pirâmide invertida, com um olho egípcio gravado numa das faces. Yugi Mutou carregava a sua mochila, pronto para mais um dia de aulas.

- Bom dia, avô?

- Bom dia, Yugi – saudou Salomon, guardando as cartas que estivera a limpar no seu devido lugar. – Não estás atrasado para as aulas?

Yugi olhou para o relógio, ficando automaticamente aflito mal viu as horas que eram.

- Estou atrasado! – começou a correr em direcção á saída, quase derrubando uns quantos jogos das prateleiras.

- Já tomaste o pequeno-almoço? – gritou o avô. Mas Yugi já havia saído a grande velocidade da loja.

Salomon abanou a cabeça. Agora parecia que o neto se atrasava sempre para as aulas. Desde o dia em que ele resolvera o Millenium Puzzle que a sua personalidade tem vindo a ser mais forte. Já não era o rapazinho tímido, que passava os dias a fazer jogos nos intervalos das aulas, enquanto os outros jogavam basquetebol no pátio da escola. Foi graças àquela relíquia que Yugi começou a fazer novas amizades, aprendeu a ser mais confiante e se tornou no campeão mundial de Duel Monsters desde o torneio de Duelist Kingdom. Foi também o espírito que habitava o puzzle que lhe ensinou a confiar em si mesmo e no coração das cartas. O Faraó ensinara ao Yugi coisas que mesmo Salomon ignorava e que nunca conseguiria ensinar ao neto.

Quando terminou as suas limpezas, sentou-se atrás do balcão, bocejando de aborrecimento. Apesar do negócio não ir lá muito bem, Salomon aguentava-se com o que ganhava. Tinha sorte em não ter um neto exigente, pois o dinheiro que ganhava na loja não chegava para grandes confortos, e Yugi ainda não tinha idade para trabalhar. Mas apesar de todas as dificuldades, ambos gostavam de viver ali. Viviam numa zona calma e nunca haviam sido incomodados.

A campainha da porta anunciou a chegada de alguém. Endireitando-se na sua cadeira, Salomon voltou-se para o seu primeiro cliente da manhã. À sua frente surgiu uma bonita rapariga alta e cabelo curto acastanhado, olhos grandes e azuis e um rosto amigável que sorria para o velho. Vestia o típico uniforme da Escola Básica da Cidade Domino. Salomon não levou muito a se aperceber de quem era.

- Bom dia, Sr. Mutou – saudou Tea Gardner, com a sua habitual boa disposição.

- Olá, Tea. Como estás?

- Muito bem. O Yugi demora muito?

Salomon estranhou aquela pergunta. Quase todos os dias Tea passava pela loja e seguia juntamente com Yugi para a escola. Mas hoje era diferente. Estaria Tea atrasada para as aulas?

- O Yugi já saiu – respondeu ele. – Estava já muito atrasado. Nem tomou o pequeno-almoço nem nada.

- Ele já foi? – indagou Tea. – Tão cedo? Mas as nossas aulas só começam às dez.

- A sério? Então para onde ele foi?

Tea ficou pensativa durante uns instantes. Salomon mirava-a, perguntando-se no que é que ela estaria a pensar. Sendo ela uma rapariga inteligente, certamente adivinharia o paradeiro de Yugi.

E como que despertando de um sonho, Tea ficou alarmada.

- Acho que sei onde ele pode ter ido – disse ela, virando costas e se dirigindo para a saída.

- Espera! Onde está o meu neto? – perguntou Salomon. – Queres que vá contigo?

- Não é preciso, Sr. Mutou – gritou ela à saída, desaparecendo tão depressa como quando Yugi saíra.

Salomon voltou a se sentar atrás do balcão, tentando raciocinar da mesma maneira que Tea. Decerto ela saberia onde o amigo estava naquela altura. Na verdade, desde o fim do torneio de Battle City que Yugi falava de algo que tinha de recuperar. Passava muito tempo olhando as três cartas Egipcian God e o seu Millenium Puzzle. Isto já para não falar das inúmeras vezes que passava pelo Museu Domino, que ainda continha aquela interessante exposição sobre o Antigo Egipto…

“Claro, é isso!” pensou, dando um murro no balcão. Yugi tinha ido ao Museu. Decerto tinha chegado a altura de recuperar as memórias do Faraó. Para isso necessitava de se colocar em frente à pedra que demonstrava a batalha ancestral do Faraó com o antepassado de Seto Kaiba e exibir as três cartas Egipcian God, juntamente com o seu Item do Milénio. O que aconteceria depois era obra do destino.

Espreguiçou-se e o seu olhar captou-se numa caixa dourada no cimo de uma prateleira. A caixa tinha hieróglifos entalhados ao longo das faces, juntamente com um olho egípcio que a decorava elegantemente. Aquela era a caixa que guardara outrora os pedaços do Millenium Puzzle e agora Yugi a usava para guardar as suas cartas mais importantes, incluindo as cartas dos deuses.

Foi buscar a caixa e passou as mãos pelos entalhes das faces. Foi levantando lentamente a tampa, recordando o grande entusiasmo que sentira quando a abrira pela primeira vez. Todavia, o que viu quando olhou para o seu interior alarmou-o.

As três cartas Egipcian God estavam lá dentro. Slifer, the Sky Dragon, figurava no topo, seguida pelo Obelisk, the Tormentor, e The Winged Dragon of Ra no fundo. Mas o que fariam aquelas cartas ali? Yugi precisava delas, ou não conseguiria atingir os seus objectivos. Salomon abanou a cabeça, reprovadoramente. O seu neto pensara tanto na sua situação que se esquecera do essencial. Pelo menos já sabia onde ele se encontrava. Não tardaria a aparecer para ir buscar as cartas.

A campainha soou novamente. Fechando rapidamente a tampa e arrumando a caixa para o lado, o velho voltou-se para a porta. Uma figura de túnica negra que lhe cobria a face surgiu caminhando até ao balcão. Salomon sentiu um ligeiro desconforto ao ver aquele tipo de indumentária. Era idêntica à descrição que Yugi lhe fizera dos agora extintos Rare Hunters, apenas faltando o olho egípcio no capuz. O indivíduo parou em frente ao balcão. Apesar dos seus olhos estarem ocultos, era possível adivinhar o olhar ameaçador.

- Posso ajudá-lo? – indagou Salomon, com toda a naturalidade que conseguiu arranjar.

- Procuro Yugi Mutou – rosnou o indivíduo, ameaçadoramente. – Onde está ele?

- Receio que isso não seja da sua conta – respondeu o velho, da mesma forma.

A cabeça do desconhecido virou ligeiramente para a esquerda e este sorriu.

- O que tem nessa caixa?

***

Yugi estava à entrada do Museu Domino, preparando-se mentalmente para o que os próximos minutos lhe reservavam. Não chegara a dormir de noite, pensando no seu destino… isto é, no destino do Faraó. Desde o fim do torneio de Battle City que os pensamentos dele rodeavam a pedra que Ishizu lhe mostrara. As respostas para os mistérios do seu passado estavam escondidas naquela pedra.

- Bem, cá estamos – anunciou Yugi para o seu alter-ego. O Faraó olhou pelos olhos dele o local que lhe provocara tantas dúvidas.

- Finalmente – disse ele. – Sinto que o que procuramos está ali.

- Hã… Faraó… O que achas que vai acontecer quando fizermos o que Ishizu nos disse?

O Faraó não soube responder. Não sabia o que iria acontecer. Apenas sabia que, segundo Ishizu e a inscrição gravada nas costas do seu irmão Marik, a tábua de pedra era a porta das memórias perdidas do Faraó. As três cartas Egipcian God mais o Millenium Puzzle eram as peças necessárias para abrir essa porta.

- Faraó? – chamou Yugi, notando a distracção do seu amigo. – Está tudo bem?

Ele sorriu.

- Não te preocupes. Vamos mas é avançar com isto antes que se apercebam da nossa ausência. Trouxeste as cartas?

- Claro – respondeu Yugi, deitando a mão à bolsa onde costumava guardar o seu baralho. – Elas estão a… – Ficou subitamente sem pinga de sangue.

- Que foi, Yugi? – indagou o Faraó, visivelmente impaciente. – Tens as cartas, não tens?

- Eu… acho… que me esqu…

- O quê? – O Faraó nem podia acreditar no que ouvia. – Como pudeste esquecê-las? Elas são importantes…

- Eu sei. – Yugi continuava à procura, mas era evidente que não tinha as cartas consigo. – Como saímos à pressa não me lembrei de as ir buscar à caixa. Temos de voltar à loja.

- E o que dirá o teu avô quando nos vir lá?

- Pensamos nisso depois. – Começou a correr o caminho de volta até casa, sentindo o ar aborrecido do seu alter-ego. Se Yugi não fosse tão distraído…

Não tardaria a chegar a casa. A sua enorme curiosidade em descobrir os segredos do passado do Faraó era tão grande como a curiosidade do próprio Faraó. Afinal de contas, o assunto também lhe dizia respeito. Fora Yugi quem montara o Millenium Puzzle e acordara o espírito daquele que seria um dos seus melhores amigos. Não tinham segredos um para o outro, partilhavam ambos o mesmo corpo e ambos aprenderam muita coisa juntos.

Alguém conhecido corria na sua direcção. Yugi ficou espantado ao ver Tea aproximando-se apressadamente. Não pôde deixar de sorrir perante a inteligência da sua amiga. Podia esconder tudo de toda a gente, mas ela saberia sempre o que ele pensava e onde poderia estar. Aliás, essa era uma das razões porque gostava tanto dela…

- Yugi! – chamou ela, quando o viu. Ele abrandou o passo e esperou que ela chegasse até ele. Por incrível que pareça, o Faraó não reclamou o tempo que eles estavam a perder. Por que seria…?

- Que raio fazes aqui? – indagou ela, reprovadoramente. – Desapareceste sem dizer para onde ias… Isso não é nada teu.

Yugi coçou a nuca, envergonhado. Não queria ter de revelar quais os seus propósitos, mas agora que Tea estava com ele não o iria largar por nada.

- Vais ao Museu, não é? – perguntou ela, entristecendo o rosto. – Chegou a hora…

- Tenta compreender, Tea – disse Yugi, – é importante para o Faraó descobrir o seu passado…

- Eu compreendo – interrompeu ela, virando ligeiramente a cara.

Yugi sentiu-se um tanto triste. Por um lado prezava a sua grande amizade com Tea, mas não deixava de sentir ciúmes por ela preferir o Faraó. Sabia o quanto ela gostava dele, mesmo que ela não o afirmasse. E, na verdade, o Faraó representava uma faceta que Yugi nunca conseguiria obter, por mais unidos que fossem.

- Hã, Tea… – recomeçou Yugi. Tea olhou-o, – eu tenho de voltar a casa. Esqueci-me das cartas dos deuses. – Ficou aliviado quando a viu sorrir. – Estava a pensar… se quiseres vir comigo…

Tea acenou, e juntos retomaram a corrida até a loja de jogos.

Algo se apossou da mente de Yugi quando lá chegaram. Sentia um estranho peso no ar, como se algo de sobrenatural assombrasse aquele local. No entanto, tudo parecia igual.

- Também o sentes? – indagou ao Faraó. Este apenas acenou afirmativamente.

- Que se passa, Yugi? – perguntou Tea, sem compreender o que se passava. – Por que parámos?

Mas Yugi não lhe respondeu. Começou a correr em direcção à porta de entrada da loja, sentindo que algo estava errado. E o seu receio confirmou-se após ter empurrado a porta.

- AVÔ!!! – gritou o rapaz, correndo para o balcão. Salomon estava caído no chão, no limiar da inconsciência. Do canto da boca escorria um fino fio de sangue e o seu olho esquerdo estava negro. O velho gemia de dores, mas os seus olhos conseguiam fitar o neto, que, aflitamente, tentava acordá-lo.

- Yugi… - murmurou ele, sem forças.

- Quem lhe fez isto? Quem foi?

- Sr. Mutou! – Tea acabava de entrar na loja. – Que aconteceu?

- Um homem… de capuz… - respondeu o velho com uma voz fraca. – Ele… levou a carta… Andava à tua… procura…

- Mas porquê? – perguntou Yugi, temendo o estado do seu avô. – Que carta levou ele?

Salomon já não tinha forças para falar. No entanto, ainda conseguiu erguer o braço e apontar para o balcão, antes de o deixar cair e perder os sentidos.

- AVÔ!!! Acorda!

- Ele só está desmaiado – disse Tea, tranquilizando o amigo.

Yugi levantou-se com rapidez e olhou para o balcão. Estava lá a caixa dourada onde guardara as três cartas Egipcian God. Estava aberta, e era visível a carta do Obelisk. Slifer estava por baixo, mas Ra não estava no interior. Ao invés disso, havia um papel apenas uma frase escrita à pressa, mas que deu para perceber o conteúdo.

“Se queres de volta o teu The Winged Dragon of Ra vem ter comigo ao Parque Domino e duela por ele.”

Yugi amassou o papel com toda a raiva que tinha. Não podia deixar que isto ficasse assim. Quem quer que teria maltratado o seu avô iria pagar bem caro. Não duelaria pela sua carta roubada; apenas iria vingar-se de tão acto covarde, o de espancar um homem da idade do seu avô.

Naquele momento, o seu Millenium Puzzle começou a brilhar, e Yugi deu lugar à mais alta e, naquela altura, mais ameaçadora aparência do Faraó. Sem dirigir uma palavra sequer a Tea, o Faraó foi a correr ao quarto do seu alter-ego. Equipou-se com o seu Duel Disk e pegou no seu baralho. Quando desceu as escadas, Tea guardava o seu telemóvel na bolsa.

- Chamei uma ambulância – disse ela. – Eles vêm a caminho.

- Óptimo. Fica com ele. Eu tenho de ir tratar de um assunto.

- Espera. Onde vais? – perguntou Tea. Mas o Faraó já havia saído.

Não tardou até que o Faraó chegasse ao Parque Domino. As coisas pareciam calmas por lá, já que eram vistas pessoas a passear alegremente, alheias ao que se passava. Olhou para todos os lados mas não encontrou ninguém que correspondesse à fraca descrição que o seu avô fizera do ladrão.

- Onde estará esse patife? – rosnou Yugi, sedento de vingança, coisa que não era normal nele.

- Ele tem de estar escondido por aqui.

- Ainda bem que apareceste, Yugi Mutou – disse alguém atrás de si. O Faraó voltou-se e deu de caras com um indivíduo de túnica negra que lhe cobria todo o corpo, inclusive o rosto. O desconhecido exibia também um Duel Disk. – Ou deverei dizer, Faraó?

O Faraó activou o seu Duel Disk e colocou o seu baralho na abertura correspondente. Sem sombra de dúvidas; fora aquele quem quase matara Salomon e roubara a carta Egipcian God.

- Estás pronto para o último duelo da tua vida? – indagou o desconhecido.

- Tiraste-me as palavras da boca – retorquiu o Faraó, ameaçadoramente. – Vais pagar pelo que fizeste ao meu avô.

- Ele não queria colaborar. Por isso, acho que fiz o que devia. – Tirou uma carta do bolso e mostrou-a ao Faraó, que a reconheceu como sendo a sua carta de deus egípcio.

- Vamos aumentar as apostas – propôs o desconhecido. – Se venceres este duelo terás a tua carta de volta. Mas se tu perderes, não só ficarei com ela, como também me apoderarei do teu Puzzle.

- Não podes tomar o controle do meu Item do Milénio – gritou o Faraó. – Ele não te pertence, assim como a carta que roubaste.

- Não estás em condições de negar a minha proposta – ameaçou o encapuzado. – Fica a saber que se não colaborares, podes dizer adeus à tua carta.

- Como saberei que ma vais devolver se eu ganhar?

- Terás de duelar primeiro. – Dito isto, puxou o seu baralho e enfiou a carta de Ra mesmo no meio.

O Faraó não pôde acreditar no que via. O seu adversário iria usar a carta Egipcian God, mesmo sabendo que o poder dela era demasiado elevado para ser usado por qualquer um.

- Essa carta de Ra é muito poderosa – avisou. – Nunca a poderás usar.

- Isso é o que tu julgas. – O desconhecido terminou de baralhar o seu baralho e inseriu-o no Duel Disk. – Já agora, o meu nome é Aaron.

- Deixemo-nos de conversa – replicou o Faraó.

- É hora do duelo! – anunciaram ambos.

Partilhar esta mensagem


Link para a mensagem
Partilhar nas redes sociais

Gostei mesmo sobre esta fic, é como se fosse um filler antes de começar as partes do mangá, vais postar mais?

Partilhar esta mensagem


Link para a mensagem
Partilhar nas redes sociais
Faz login para seguires isto  
Seguidores 0