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Asuka_Langley

[Pintura] Luis Zuluaga - Porto

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Olá a todos!

Venho por este meio convidar todos vocês a comparecer no próximo dia 7 de Março de 2009 na Galeria Artes Solar Sto. António para a inauguração da próxima exposição do pintor Luís Zuluaga onde vão figurar alguns elementos que nos interessam como fãs do Japão. Para além de algumas pinturas onde estão presentes elementos tradicionalmente Japoneses também haverá algumas obras inspiradas em fotos de Gothic lolitas portuguesas.

Sendo que o pintor se apaixonou pela cultura de que nós, também, tanto gostamos, acho que é de bom tom comparecer.

Deixo-vos um mapa para que consigam encontrar o local.



Google map

Tempos difíceis, estes, para um pintor. Pintar o quê? Como? Para quê?

Imersos como estamos numa época em que tantas propostas artísticas acabam como meros artigos de decoração ou algo para distrair os entediados, define-se a Arte mais pelo que se rejeita do que pelo que se ama e procura.

Só não está confuso quem não está bem informado.

Questiona-se o que cada um faz, (não menos os próprios artistas), procurando medir valor com critérios que devem muito a teorias filosóficas e livros de história de Arte e pouco ao que corre nas veias, que faz sonhar e querer.

Talvez tenha havido épocas em que os critérios eram mais facilmente identificáveis, e mais acessíveis ao resto da população. Ultimamente define-se pela negação, pelo que não parece, ou o hermetismo pedante mascarado de erudição.

Este é um tempo em que ser artista requer convicções, não as da moda, do que " está a dar", mas da sinceridade e da humildade de seguir o seu instinto, sem medo de ser controverso, desagradável, ridículo até, de fazer o que dizem que não se deve fazer, ou mesmo (pior que tudo) fazer algo que a maioria das pessoas pode entender!

Nesta paisagem insólita, onde sumos-sacerdotes da cultura ditam o que válido, incontornável, e de bom gosto, babilónia de tendências, mercados e vaidades, caminha Luís Zuluaga, espantada e visceral testemunha da aspereza da condição humana, olhando-a na cara, carregando no peito a fome de pintar isso mesmo, coisa que o motiva desde há muitos anos, atravessando meio mundo em busca de um terreno fértil onde pudesse fazer florescer a semente que trazia no coração.

E assumiu a escolha de escalar os perigosos penhascos da arte figurativa, percorrendo o caminho que os seus pés procuravam, somente, sem especulações estéreis. Seguiu, assumiu o seu destino de pintor. 

Para pintar o que Luís Zuluaga pinta é preciso coragem.

Vejam-se os seus quadros sobre a carne, ou mendigos, a sua violência contida, vinda talvez da vivência inquietante do seu país natal - a Colômbia -  reflexos da fragilidade da nossa existência, daquilo que somos, da carne que somos.

É coisa quase forte demais para este povo de brandos costumes, mas ele faz-nos encarar o abismo que mora em nós e ao mesmo tempo que nos choca, nos fascina e atrai.

É esse entregar-se à chama, como mariposa nocturna, que é de admirar.

Nesse desenrolar das imagens que Luís Zuluaga cria, encontram-se também motivos para esperança, pois no confronto com o que nos impressiona, podemos aprender algo sobre nós mesmos. Talvez valorizar as coisas boas, os momentos agradáveis, a nossa humanidade comum.

Pintura assim é uma longa meditação; sobre as coisas, as obsessões, medos e desejos.

Que siga, determinado, a sua trilha!

Que mais nos irá mostrar no seu espelho?

António Macedo 2009

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