Danda

(Saint Seiya) O julgamento dos Dourados

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Prólogo.

Estava sentada em um banco de um jardim que ficava atrás de uma mansão. Eram meados de Setembro e já havia começado o Outono, o sol era forte, mas o vento que começava a soprar era gelado, brincavam com seus cabelos negros. De onde estava conseguia ver o templo de Athena. O olhar por de trás da mascara se perdia naquela direção. Lembrava de quando treinava naquele lugar, com a promessa de defender a deusa que viria para trazer paz e harmonia ao mundo. Lembrava de quando escapava dos treinos apenas para ver de longe aquele que conquistará a armadura de ouro de Capricórnio. Shaia sentiu o coração apertar.

- O que sobrou de nós? – disse em um suspiro de desconsolo ao rapaz que estava do seu lado, em uma cadeira de rodas. Sabia que ele não ouvira e nem tão pouco sabia que ela estava ali lhe fazendo companhia a pedido de Athena. Estava praticamente sem seus sentidos.

Olhou para aquele rapaz que estava imóvel ao seu lado e sorriu, sentindo os olhos se encherem de água.

- Nessa guerra não houve vencedores, não é? – Indagou mais uma vez inutilmente.

- Shaia!? – Chamou uma voz suave por de trás do banco, fazendo a moça de cabelos negros e pele morena virar rapidamente. – Obrigada por fazer companhia para o Seiya. – Continuou a voz.

Saori havia pedido para ela ficar ali enquanto ia buscar um cobertor para Seiya. Shaia não respondeu, limitou-se a seguir os movimentos da deusa, que fora para a frente da cadeira de rodas e cobrira cuidadosamente o rapaz moreno.

- Vejo que tem dedicado todo seu tempo com o Seiya – Começou a morena em um tom amargurado.

Athena sorriu tristemente olhando o rapaz.

- Ele precisa de mim.

- Só ele? – Shaia mostrava visível irritação em sua voz.

Athena a olhou intrigada. Por momentos pareceu que perdeu a noção de quem estava perante ela.

- Refiro-me aos que estão selados.

Athena baixou os olhos. Notava que Shaia já não se importava com quem estava falando. De modo que continuou.

- A minha revolta ta na sua ingratidão. – Recomeçou, surpreendendo a deusa com suas palavras. – Aqueles que lhe entregaram a vida com tanto amor e devoção, não mereciam cair no esquecimento.

- Eu… - Ia começar a deusa, um tanto sem graça.

- Quando você chegou, foram tantas as expectativas de um amor que jamais deveria ter fim. Mas agora vejo que não foi bem assim…talvez um capricho dos deuses. E eles que apostaram tudo por tudo pela senhorita, foram descartados.

Athena estava imóvel. Não sabia como reagir as palavras da Amazona que se dirigia a sua pessoa como se falasse com uma colega de treino.

E mais surpresa ficou, quando esta mesma Amazona, tirou a mascara e estendeu-a. Athena olhou para os olhos vermelhos que lhe fitavam. Pegou a mascara com calma.

- Não vou mais precisar… - disse friamente, virou de costas e começou a caminhar.

- O que vai fazer? – Athena perguntou em um tom mais alto que de costume com menção de ser ouvida através do vento que soprava forte.

Shaia, sem se virar para responder e enxugando as lágrimas que caiam de seu rosto.

- Vou tentar refazer a minha vida. Talvez cair no esquecimento também. O que restou de nós todos, eu vou apagar da minha lembranças. E não vou acreditar mais em finais felizes.

Athena vira aquela que agora se declarara abertamente, ex-Amazona desaparecer por entre as folhas arrastadas pelo vento. Sentiu uma lágrima quente rolar pela face fria. Ficou assim até perceber que Shaia não voltava mais. Olhou para a mascara que, com o reflexo do sol, lhe fez parecer com um tom amarelo. Arregalou os olhos e caiu pesadamente de joelhos no chão e, de cabeça baixa, chorando compulsivamente, sussurrou:

- Meus cavaleiros…

Continua...

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A batalha contra Hades tinha terminado. Depois de muito sofrimento e angustias Athena havia protegido mais uma vez a humanidade. As duras penas, é verdade, mas tinha conseguido.

Esta encontrava-se no centro de um enorme salão, no qual ao redor havia muitos acentos, mas apenas um estava ocupado. O lugar mais alto. Ali estava o pai de todos os Deuses. Estava com sua forma original: Cabelos encaracolados um pouco à cima dos ombros, grisalhos, barba farta, olhos cinzentos e penetrantes.

Aqueles olhos causavam insegurança na Deusa da Sabedoria.

Ele havia mandado todos para fora do recinto porque queria ficar a sós com aquela que outrora era sua diléta.

- Ah Athena. Ingrata que sois. – Começou com uma voz troante. – Muita dor de cabeça me causa por amor a esses mortais.

Athena não dizia nada, continuava imóvel perante Zeus.

- A muitos séculos te mando para junto dos mortais, na esperança que estes fiquem bem…em paz. – Dizia Zeus em um tom de amargura – E o que eles fazem em troca? Destroem, matam, roubam…

Um minuto de silencio. Zeus suspirou.

- Hades tinha o intuito…

- Hades ia destruir a terra em proveito próprio… - Interrompeu Athena.

- NÃO ME INTERROMPA!!! – Gritou o pai dos deuses retribuindo a interrupção da deusa, fazendo estremecer os céus. – Chega de insolência de sua parte.

Athena gelara quando ouviu a voz exaltada de seu pai. Sabia que não ia conseguir nada se mantivesse a postura ofensiva.

- O que devo fazer com você? – Olhava-a sem sequer piscar – Talvez te colocar no céu, para fazer companhia aquela que te antecedera.

Athena pasmou. Mas nada disse.

Zeus continuou.

- Muito paciente tenho sido, pois de ti tenho preferência entre os filhos, mas minha paciência acabou. Primeiro Poseidon, depois Hades. Não tarda, se voltara contra aquele que te gerou. Vamos acabar com isso de uma vez…

Não terminara a frase. As portas do recinto se abriram e a imagem imponente de um deus apareceu perante os dois que tinha voltado sua atenção para a porta.

- Zeus possante, compreendo que a todos que não tem a ver com a história mandes que não se apresentem na sala. Mas porque eu fui excluído da conversa e, desta forma não me das o direito de me defender perante vós…? - Disse Poseidon também em sua forma original. Cabelos negros, encaracolados acima dos ombros, forte, barbado e de olhos negros como a noite.

Athena assustou-se, pois não se lembrava de Poseidon com aquela aparência, tão diferente de Julian Solun.

- Cala-te ó ingrato. – Zeus disse isso colocando-se de pé, com um olhar fulminante. -

Que a tua traição foi-me mais penosa do que a de Athena, pois de ti nunca esperei traição contra os teus. Que dos mesmos pais somos filhos, mas não tomaste isso em consideração quando ajudou os mortais a derrubarem o Muro das Lamentações e levar a derrota ao nosso irmão.

- Não me tomes dessa maneiro ó Zeus Cronida, que agora mostro minha consideração por vós através da defesa de Athena, sua filha. Pois digo que de direitos e forças somos iguais, Assim que vencemos Cronos impetuoso a partilha foi feita. Eu os Mares, Hades as profundezas da terra e a ti o Olimpo…o céu infinito. Pois terra em comum nos é. Mas abdicaste desta perante ao Deus dos mortos, e em breve este poderia ambicionar o que é meu por direito e, em seguida o que é teu. – Disse Poseidon caminhando ao encontro do Deus supremo.

Zeus não reagiu. Olhava Poseidon que se aproximava. Ele tenha razão. Uma vez conquistado a Terra, Hades poderia ficar ambicioso, pretendendo até arrumar uma guerra contra o Olimpo.

Athena se sentia aliviada com a presença de Poseidon na sala. Ele conseguiria abrandar a fúria do Deus Supremo, e seria mais fácil conseguir o que pretendia.

Passados alguns minutos Zeus sorriu, sentou no trono calmamente e começou:

- Pela razão és tomado rei dos mares, que por nem um minuto eu havia pensado nisso. – Voltou a sua atenção a moça que estava a sua frente. – Isso não quer dizer que a decepção ficou menor. Volta para o lugar que foi-te dado, e não ouses te por contra mais nenhum Deus do Olimpo, se não sentiras o peso da consequência – Voltou a olhar Poseidon – Isso vale para você também, Poseidon.

- Não me ameaces, poderoso Zeus, que a mim não metes medo. Em nenhum momento pensei em me por contra vós. Assim como a muito estive do teu lado contra Cronos, nosso pai, se de futuro precisares não te faltarei. – Disse isso, fez uma breve reverência a Zeus e virou-se para saída.

Athena assistia aquela cena encantada…assim que os dois deuses terminaram e vendo que a fúria já se dissipara no coração do Grande Deus, virou-lhe uns olhos necessitados, que logo foram percebidos pelo pai.

- O que me queres pedir? – Perguntou em um tom de voz frio, mas calmo.

- Os Cavaleiros de Ouro… - Começou Athena.

- Estes foram condenados pela assembleia dos deuses, nada posso fazer. Pois de falta grave foram acusados. Um Humano não deve se revoltar contra um deus, muito menos atentar contra sua vida. Sofreram por toda a eternidade por isso. – Disse Zeus em um tom técnico e sem emoção.

Poseidon que estava a caminho da saída, parou a meio e esperou para ver onde aquela conversa ia dar.

- Peço que reconsidere – Pediu Athena supliciada – Pois sobre minhas ordens eles estavam. E que de todos os humanos são os que tem mais virtudes. Merecem o sofrimento eterno por tentarem proteger sua filha? E as coisas boas que fizeram não contam? Peço-lhe que reconsidere, pois para alem de não serem merecedores de tal castigo, preciso deles para promover a paz novamente.

Houve uns minutos de silêncio, o que fez com que Poseidon fizesse menção de virar novamente para o centro da sala. Pensava, “O que faria o pai dos Deuses e Humanos diante de tal pedido?” Não precisou virar, permaneceu onde estava.

- De certo não posso negar tal pedido – Zeus disse isso e deu um suspiro – Vou convocar uma nova assembleia, um novo julgamento para os humanos será feito, pois também não posso ir contra as vontades dos restantes deuses.

Athena sorriu ao ouvir as palavras de Zeus. Já era um bom começo. Agora era arrumar bons argumentos para convencer aqueles que se opunham a “liberdade” dos dourados.

Poseidon, ao ouvir a decisão do Deus Supremo continuou andando para a porta com um pequeno sorriso nos lábios.

Zeus não demonstrou, mas ficou satisfeito com o sorriso nos lábios da Deusa da Sabedoria, o que lhe deu a certeza de que estava fazendo o certo.

- Mandarei Hermes lhe avisar quando será a data assim que eu decidir – Disse isso se levantando do trono e, se dirigindo para a porta que se encontrava a sua direita.

Athena agradeceu mentalmente e saiu pela mesma porta que Poseidon.

Continua...

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Era um dia ensolarado, mas com um vento frio que fazia as folhas caídas no chão rolarem de mansinho pelo jardim. Athena estava na janela olhando o vento brincando com as folhas. Deu um suspiro.

“É hoje” – pensou com temor.

No dia anterior ao entardecer, Hermes tinha chegado sem ser percebido por de trás da cadeira de rodas onde sentado imóvel estava um rapaz moreno, no qual não devia ter mais que 15 anos. Viera avisar que o dia seguinte ia começar a Assembleia.

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Athena se encontrava na frente de uma porta pesada, bem trabalhada, com ilustrações de uma guerra que decorrera a muito tempo e, que no final, dera o título de Deus Supremo ao seu pai.

Sem lhe tocar fizera com que a porta abrisse lentamente.

Os presentes na sala pararam de conversar e olharam para a silhueta de uma bela moça de cabelos roxos e olhos glaucos que entrava sem pressa.

Athena sobre a forma de Saori respirou fundo e entrou na sala de cabeça erguida e passos lentos, reparando que olhares reprovadores a seguiam.

A sua frente jazia um trono no ponto mais alto do recinto, uma escada antecedia este. Em pontos mais baixos percorrendo as paredes laterais, estavam outros tronos virados para o centro vazio, formando assim um “U”.

Olhou para seu lado direito e reverenciou os olhos frios que lhe secavam. Estes retribuíram. Olhou para seu lado esquerdo e viu o Deus dos Mares sozinho, sentado em um dos tronos. Dirigiu-se para ele e reverenciou, recebendo um pequeno sorriso em troca.

Imaginava que Poseidon só estivesse ali, daquele lado para justificar sua intromissão na guerra contra Hades. Sorriu ao pensar isso.

Percorreu os olhos pelos que estavam do outro lado da sala. Era claro que o rapaz de cabelos vermelhos, porte imponente, mão finas e olhos grandes cinzas e a mulher de cabelos cacheados, pele branca e olhos bovinos comandavam o grupo. Apollo e Hera eram os que mais queriam a destruição dos mortais, tinham ganhado sem motivo aparente ódio a eles. E provavelmente era com eles que teria que debater e fazer valer seus argumentos.

Depois de um minuto, entra Zeus Imponente, na sala, seguido de uma mulher alta, de cabelos escuros encaracolados, um pouco abaixo dos ombros. “Themis”- de um salto pensou.

Todos se levantaram e fizeram reverencia ao Grande Deus e a mulher que o acompanhava. Zeus sentou em seu trono que jazia no alto, e os restantes deuses puderam sentar também.

Athena observava nervosa a mulher que permanecia de pé ao lado do trono de seu pai. Aquela que era imparcial estava presente. Dela surgia as leis entre os Eternos, nas quais Zeus tratava de cumprir. Sentiu seu corpo estremecer, aquela mulher causava calafrios até no mais valente dentre os Olímpicos.

- Não mostres aflição perante o preceito – Disse Poseidon notando o nervosismo de Athena perante Themis. – Que nem de ti, nem dos Eternos que se opões, ela tomará partido. Cuida de afagar o coração do Deus Supremo, que das leis faz cumprir perante Deuses e Humanos, e desta forma retornar ao grande templo de porte imponente com os teus.

Athena olhava Poseidon, que ao falar aquilo nem se dera o trabalho de lhe olhar e, agradeceu mentalmente o facto de tê-lo ali do seu lado.

Após alguns minutos de olhares inquietos Zeus resolveu se pronunciar.

- Deuses e Deusas, prestem atenção ao que digo, pois desta forma só vos falo uma vez – Dizia com uma voz troante e imperiosa – Sei que de muitos desagradará o que de presto resolvi fazer, mas uma vez ordenado não volto atrás. Neste solo celeste nunca os pés mortais pisaram, pois apenas os que de vida eterna gozam é lhes permitido. Mas hoje é decidido que os que foram condenados ao sofrimento compartilhem o recinto com os Eternos.

Um balburdio começou na sala, e foi ficando mais alto. Olhares, cochichos.

Enquanto isso Themis desceu as escadas que antecedia o trono de Zeus e se dirigiu para o centro da sala, sem ser notada pelos de mais que agora se encontravam e alvoroço.

- Sem objecções dissera o Deus Supremo – Começou a Deusa da Justiça em uma voz calma e sem emoção, chamando a atenção de todos os presentes que se calaram para ouvi-la. – De bom grado deveis lhe acatar as ordens, pois teve para com vocês consideração em lhes avisar o que de presto irá suceder.

Dito isso, Hera, de pele clara, fez um sinal e todos de súbito se aquietaram. Sabiam que não adiantava de nada levantar a voz, pois a ordem já estava dada. De modo que os que haviam se levantado para reivindicar, sentaram novamente em seus tronos com um ar descontente.

Acabada a bagunça, Zeus satisfeito fez um sinal a desusa alada, de cabelos lisos, loiro e silhueta vistosa que se encontrava ao lado da porta principal. Esta, mensageira dos deuses, saí da sala no mesmo instante para minutos depois voltar a entrar acompanhada de uma figura “estranha” como definira Athena em seu pensamento.

A mulher que acompanhava Isis, tinha o rosto coberto por um véu negro, em suas costas saiam asas enormes tambem escuras como a noite, vestida de uma túnica que se alongava até os pés sem deixar ver o contorno de seu corpo e um chicote na mão.

Seguida desta, e para o espanto de Athena seguiam como almas penadas, de cabeça baixa e olhos sem reflexos, cinco daqueles que as divindades eternas queriam condenar: Aldebaran, seguido de Shaka, Aioria, Miro, Mu e Dohko. Entravam em fila indiana atrás da mulher do rosto coberto, como crianças de primário que andam pela rua atrás de sua tutora.

Entre olhares que se seguiram a Zeus, este resolveu se pronunciar mais uma vez antes que alguém, com o impulso e ousadia votasse a reivindicar o ocorrido.

- Das vossas bocas não quero ouvir mais palavras a respeito. – E olhando para Hera com olhar fulminante – Hera Grandiosa, que instiga os Eternos a irem contra minhas ordens. Grande falta cometes para comigo, que sou teu marido e irmão. Pois digo que aquele que a voz voltar a erguer com o intuito de me persuadir, irá perecer fulminado com meu golpe.

Hera e os restantes deuses assentiram, indignados com a reação do Pai dos Deuses.

Themis que encontrava-se no centro da sala virada para os cinco Cavaleiros que agora estavam lado a lado voltados para o centro, começou:

- Aqueles que por malícia não erram, e morrem injustiçados, nos campos Elisios podem caminhar tranquilamente – dizia com um tom técnico – Mas aqueles, que enquanto na terra viveram, gozaram de boa vida sobre o sofrimento alheio, nos Infernos de Hades deve ser mandado e pelos juízes que presidem este ao comando do Deus dos Mortos, ser devidamente castigado.

Parou por instastes e voltou a se pronunciar.

- Aqueles que contra os deuses levantam o punho infame, deve perecer nas mãos daquela que é nascida da noite, para vingar os Eternos. Até que o deus que rege sobre os Céus e a Terra se convalesça de seu sofrimento.

Zeus permanecia calado observando a cena e ouvindo Themis. Quando constatou que esta não tinha mais nada a dizer, fez um sinal desleixado na direcção de Nemesis. A Deusa da Vingança assentiu com a cabeça e se dirigiu para a saída. Ao bater da porta, após a saída da deusa, os cavaleiros arregalaram de leve os olhos, como se acordados de uma hipnose. O que fez Athena constatar que era a presença de Nemesis que os deixava naquele estado.

Perceberam que estavam nus e sentiam seus corpos pesados, não conseguiam se mover, apenas levantar a cabeça com alguma dificuldade. Percorreram os olhos pela enorme sala, e ao encontrar a imagem da Deusa da Sabedoria, exclamaram em conjunto.

- Athena!!!

Continua...

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Já despertos, e com uma vaga consciência do que se passava, fixaram os olhos em uma mulher altiva, com uma venda nos olhos, imóvel a sua frente. Logo perceberam que não conseguiam se mexer. Aquilo parecia um sonho…algo su-real.

A primeira a se levantar e se pronunciar foi uma mulher loira de cabelos frisados, olhos grandes azuis, vestida com um vestido branco que lhe definia bem os contornos do corpo.

- Por razão que desconhecemos, Zeus Grande trás para recinto sagrado, figuras não merecedoras de tal bem. – Começou Arthemis – Não vejo o porque, Zeus Crônida se compadece desses mortais, visto que a explícita é a lei. Argumentos não deveriam ser gastos a tentar explicar o inexplicável. Pois a verdade é só uma: Ousaram usar do poder que os Eternos os dotamos, contra muitos dos Olímpicos. – Dizendo isso sentou-se calmamente em seu trono.

Zeus apenas a observava com olhar fulminante. Já não havia dito que não queria que se pronunciassem a respeito de sua decisão? Será que não tinha sido claro?...

Antes de poder completar o raciocínio, aquele que a terra sacode levantou-se e dirigiu-se a Zeus.

- Pela voz da ambição é tomada a Grande Caçadora. – Disse isso olhando em seguida para Arthemis. Esta, indignada, levantou-se em um salto junto com os de mais que não aprovavam o modo como Poseidon conduzia sua defesa.

Zeus fez soar um trovão que estremeceu o recinto, acalmando os ânimos dos exaltados. De modo que Poseidon continuou:

- Digo a vos, Zeus, nascido dos filhos de Urano, que no momento em que, dos cavaleiros de ouro desprover Athena, aquela que se pronuncia ante os Eternos pedirá ao Pai Poderoso que a Terra fique aos seus cuidados. Não é de motivos pessoais que estamos a julgar e sim o destino de 12 mortais que à filha dileta, deram a vida para proteger. – Disse isso em voz altiva e imponente, Poseidon que a terra sacode.

Zeus apontou para Hera Cândida, percebendo que ao peito desta as palavras do Deus dos Mares atingiram como flecha.

Levanta-se Hera de porte Grandioso e diz:

- Tu ó traidor do Olimpo. Já foste, pela Deusa da Sabedoria aprisionado de forma humilhante e, te pões contra os teus, pois dos mortais tomas parte. Achas que de bom grado me ponho contra Athena?!, Pois digo que aqueles a que agora defende, com o poder que lhes foi concedido, assim como destruíram Hades, o Deus do Submundo, aos Olímpicos podem se virar. Pois mui revoltos andam, ao perceber que um pouco de poder têm nas mãos. – Virou-se para Zeus – Poderoso Zeus, não ouvis o que a deusa da justiça pronuncia ante Eternos e mortais?! Aqueles a quem dás segunda chance ergueram punho contra irmão tão querido. Diversas vezes se colocaram contra os Deuses…deveis sobre sua decisão refletir, mostrando mais respeito com os teus. – Replica Hera com olhar suplicioso.

Athena rapidamente se ergue.

- Se aqueles que gozam da vida eterna não tivessem se erguido para a destruição da humanidade nada disso estaria acontecendo. Tanto o Deus dos Mares, que ao meu lado encontra-se e, do que eu digo neste momento não o pode negar, como Hades, Imperador do Submundo, tinha vista em aos mortais por fim.– Disse isso e sentou-se ao lado do tio que lhe sorria discretamente.

- Dizes que ao sofrimento dos mortais se convalescem?! – Ergueu a voz aquele que os golpes nunca erra, Febo Apollo, vestido por uma túnica azul com detalhes em fio de ouro que se alongava até os pés, que até o momento observava a irmã se pronunciar. – Pois digo que atentes mais no que dizes, pois a humanidade não diz nada a alguns dos que aqui estão. – Virou-se para Zeus que o escutava atentamente. – Se Zeus Grande me permite, relato o que aos olhos de muitos dos Eternos não passou despercebido.

Zeus assentiu com a cabeça. Não disfarçava o profundo interesse pelo o que o filho diléto lhe dizia.

- Aquele, que dotado de grande poder pelos deuses e, que os homens têm como o mais próximo de Deus, mandou discípulos para Ilha da Rainha da Morte para dar fim ao Cavaleiro de Fénix, e desta arte, dois discípulos ao seu comando atacando um velho e uma criança. – Disse imperioso e sem emoção Febo.

O rapaz loiro de súbito arregalou os olhos azuis, ao ouvir aquilo, tentou se pronunciar mas estava fraco e viu que a voz não lhe saia. Poucas coisas faziam com que se arrependesse de suas acções e esta era uma delas. Podia ter evitado que Shiva atacasse a menina, mas preferiu ficar em silêncio e fixando sua atenção e poder no Fénix.

Sem objecções Apollo continuou:

- Aconselhou sempre aquele a quem suspeitou desde o princípio ter traído Athena. Tentou barrar os cavaleiros de Bronze, quando estes tentavam salvar a deusa da morte Funestas pela flecha dourada. Ousou comparar-se a um dos Eternos quando humilhantemente fez os Ciclopes se ajoelharem diante de si. E de faltas mais graves, para alem de em conjunto com os seus, derrubou o muro das lamentações, foi ter ameaçado pessoalmente o deus dos mortos, mostrando assim sua falta de respeito para com aqueles que do Olimpo regem a Terra.

Neste momento Athena fez menção de se levantar, mas foi intimidada pelo olhar frio e penetrante de Zeus, que não queria que Apollo fosse interrompido.

- Aquele que da casa de Leão era encarregado – Continuou o Flecheiro – Ergueu o punho diversas vezes contra os Titãs. De forma que o que lhe impede voltar-se contra vos Zeus Potente?! Pois rebeldia sempre mostrou perante os superiores. Lutou contra seu filho, juiz no submundo, na companhia daquele que esteve sempre afastado do Santuário, abdicando dos dever de Cavaleiro de Áries, pois das intenções do falso mestre sabia, e assim não defendendo os que era injustamente condenados. Outro que o punho ergueu contra Radamanthys foi Miro de Escorpião. Que contra os seus ergue os punhos e destrói a Ilha de Andromeda juntamente com todos que nela habitavam. Mostra imposição os Cavaleiros de Bronze pelas doze casas, colocando em risco aquela a quem deveria proteger. Não menos faltoso que Mu de Áries foi Dohko o Cavaleiro de Libra, que sabia da troca de identidade do mestre e nada fez para impedir que o mal reinasse no santuário. Sem falar que não foi a primeira vez que os punhos levantou contra aquele que rege o mundo dos Mortos. E aquele que dentre eles é o que tem um coração puro e dotado de grande força física, Aldebaran é seu nome. Oferece resistência perante Pegasus para a passagem desse pelas doze casas, Luta contra os titãs na qual Themis, a justiça divina esteve implicada. Apesar de sua morte digna de um heroí, teve a infelicidade de compartilhar ao ataque ao muro das lamentações e assim, ter o direito ao mesmo fim que os de mais.

Zeus, com a testa franzida, balançava calmamente a cabeça assentindo ao que o homem ruivo lhe dizia. Fitando-o intensamente, viu-o com um porte imponente, que o fazia lembrar a si mesmo, sentar calmamente em seu trono.

- De tudo que pronuncias, Flecheiro Infalível, não é de se contestar. – Começou Poseidon chamando a atenção de Zeus que reflectia sobre o que fora dito por Apollo – Mas é certo que o livre arbítrio foram dotados por nós mesmos, pois entendemos que assim menos preocupações nos causariam. E desde o princípio dos tempos os temos como crianças rebeldes, que em algumas ocasiões temos que intervir. Mas sempre achando graça em seus actos irresponsáveis. Havemos agora de interferir ao que já esta feito?! Porque não o fizeram quando puderam, já que tal ato repulsa ao peito ilustre os toma?!

Percebendo que não obteria resposta voltou a se sentar, mas sempre de olhos postos no irmão que acompanhava seus movimentos atentamente. Olhando-lhe nos olhos, Zeus pisca lentamente afirmando que compreendia o que o irmão queria dizer. Serenando a face que a pouco se encontrava com visível expressão de ódio profundo aos acusados.

Vendo que ninguém se pronunciaria mais, lançou um olhar para Isis que compreendeu logo o que deveria fazer. Abriu a porta, e segundos depois a Deusa de véu negro entrou acompanhada, exactamente como os seis primeiros, aqueles que Athena reconheceu como: Shion, Saga, Afrodite, Camus, Shura e Mascara da Morte.

Um frio lhe correu a espinha, percebendo que aquele inferno estava longe do fim.

continua...

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Athena acompanhava os movimentos lentos da Deusa da Vingança. Percebera que quando está adentrava na sala os olhos dos 6 já presentes voltaram a ficar vazios...sem brilho. “Adormecidos” pensou no meio de um sentimento entre ódio e compaixão. Ódio daquela mulher alada que tanto mal causava aos seus cavaleiros; compaixão por aqueles rapazes que depois de sofrerem tudo o que sofreram nas duras batalhas, eram obrigados a passarem por aquilo.

Os seis homens que seguiam Nemesis, encontravam-se agora do lado do último a contar da esquerda…ficando Shion do lado de Dohko.

Ao ver que aqueles que guiava estavam posicionados para o início do seus julgamento, displicentemente, deu uma volta em si mesma e, se dirigiu mais uma vez para a saída. Saori estreitou os olhos.

- Então é por sua causa… – sussurrou, pensando alto, olhando a porta se fechar e, vendo que o brilho retornava para os olhos dos mortais.

Foi ouvida apenas por Poseidon que controlava com o olhar todos os seus movimentos.

- Ordens divinas, a nascida da escuridão têm de cumprir. – Disse Poseidon, em um tom baixo, de modo que só Athena ouvira. – De alguns sentidos os mortais são privados, mas não de modo a reprimir a dor.

Athena sentiu seus olhos encherem de lágrimas.

“Maldita seja” – Recriminava mentalmente a filha de Nix.

Antes que pudesse pensar mais alguma coisa a respeito de Nemesis viu novamente seu irmão se levantar.

- Dos que agora entram na companhia de Nemesis – Disse Apollo virado para Zeus, que não tirou os olhos dos que a pouco entraram na sala. – Maiores Faltas cometeram. Aquele que da casa de Câncer foi incumbido de proteger, agride e mata os seus por prazer, e como prova do que digo perante os Eternos, pode ser visto nas paredes de seu templo rostos daqueles que pereceram perante seus golpes. Opõe-se a todo custo ao cavaleiro de Dragão que tentava salvar, irmã querida. Ataca a criança que era protegida pelo Cavaleiro de Leão, Aioria. Fica do lado do falso mestre mesmo sabendo de suas intenções maléficas, por interesse próprio, ignorando o juramento de Cavaleiro. Juntamente com mais quatro companheiros que de presto citarei, é ressuscitado por Abel, novamente acatando interesse próprio de vingança contra aquele que o derrotou e lhe deu morte na batalha das doze casas. Tenta iludir os olhos do Deus dos Mortos juntamente com Afrodite de Peixes, atacando Mu de Áries. Este segundo, também sabendo do verdadeiro carácter do Mestre, mata Albion, mestre de Andromeda, Luta ferozmente contra Shun na batalha das doze casas. Ambos lutam contra Radamantys, vosso filho, e mais tarde já no Hades derrubam o Muro das Lamentações dando passajem para os Cavaleiros de Bronze.

Apollo faz uma pausa para se virar aos Cavaleiros, de forma a escolher qual seria o próximo acusado. Percorreu os olhos entre os seis rapazes que haviam chegado a meio do julgamento, fixando seus olhos no rapaz de pele pálida, olhos e cabelos azuis e corpo bem definido.

- Não menos cruel que os referidos anteriormente está Camus de Aquário, que por dizer fazer o bem ao discípulo, arremessa um golpe contra o navio afundado, onde jazia o corpo da mãe de Hyoga, privando-o, por toda a vida de rever aquela que mais amava. Mas tarde, na batalha que se deu nas doze casas enfrenta o Cavaleiro de Cisne e, por duas vezes tenta lhe dar morte funesta. Ressuscitado uma vez por Abel, Deus do Sol, trai aquele que confiança lhe depositou, atentando contra a vida do Eterno. Volta a cometer acção perversa contra Hades, quando este comete o mesmo erro que Abel. Juntamente com o Cavaleiro de Capricórnio e de Gémeos, aplica o golpe banido por Athena contra Shaka, numa atitude desonrada e covarde. – Essas palavras, ao peito do Cavaleiro de Aquário revolta…fazendo este tentar se pronunciar, levando-o a frustração ao perceber que a voz não sai. Apollo agora vira sua atenção para o rapaz moreno, de cabelos curtos escuros e olhos no mesmo tom. - Shura, aquele que foi considerado o Cavaleiro mais fiel de Athena, mata aquele que dizia ter como melhor amigo, no momento que este tentava salvar a Deusa das garras da morte. Luta contra Shyriu de Dragão na batalha contra o mestre do Mal.

Zeus enquanto ouvia o filho falar, sentia o sangue ferver. A cada nome citado, Zeus dirigia um olhar fuzilador para o Cavaleiro, com tal ódio que Athena percebera a reação do pai.

Sentada do lado de Poseidon, agarrou na mão do tio e apertou em uma atitude desesperada. O Deus dos Mares retribuía o gesto da deusa com a mesma intensidade, pois a ele também parecia que a situação estava fugindo do controle.

Agora, aqueles grandes olhos cinzentos do homem ruivo se fixavam no rapaz loiro de cabelo comprido, olhos violeta e porte imponente.

- Shion, aquele que por sua bondade e poder foi colocado no cargo máximo do Santuário para reger sobre os de mais Cavaleiros. Tal como Dohko, ergueu punho contra Hades duas vezes. Mais grave que o companheiro foi, por tentar enganar o Deus do Submundo, instigando os de mais a acompanha-lo. Morto por aquele, que para os mortais e alguns deuses se iguala a um dos Eternos...Grade traidor de Athena, usurpador e assassino – Dizia Apollo com um tom de voz alto mostrando verdadeiro desprezo, olhando fixamente para aqueles olhos azuis, no qual agora via-se cair lágrimas. Saga sentia forte dor no peito ao ouvir as palavras que saíam da boca do deus, chegando a conclusão que aquelas palavras e, as que provavelmente se seguiriam, doeriam mais do que os castigos de Nemesis.

- Tenta matar o bebe que contem a alma de Athena. Engana os Cavaleiros de Ouro instigando-os a matar Aioros, Cavaleiro de Sagitário. Volta a tentar matar Athena. Trai o Titã do Tempo, acatando-lhe as ordens e depois empunhando uma arma contra o mesmo. Inicia o plano de extermínio aos Cavaleiros de Bronze. Desfere um golpe contra a Deusa da Sabedoria. Depois de morto, e com a honra lavada pela bondade de destemida irmã, é ressuscitado por Abel, traindo este de forma vil. Mais tarde volta do reino dos mortos, trai aquele que vida lhe concede novamente, instiga o Cavaleiro de Aquário e Capricórnio, a mancharem sua honra, aplicando o golpe Athena Exclamation contra o Cavaleiro de Virgem. – Acalmando a voz e, falando pausadamente, mas ainda olhando para o cavaleiro que chorava compulsivamente Apollo prossegue – Ameaçou junto com os dois cavaleiros já citados, Pandora e derrubou o Muro da Lamentações para levar a morte ao Deus Hades, através das mãos dos Cavaleiros de Bronze.

Terminado a acusação, com um ar de impa fia, Apollo senta em seu trono e lança um olhar triunfante em direção a Athena.

Athena sem largar a mão do Deus dos Mares levanta e, olhando para seus cavaleiros alternadamente diz:

- Porque de traição contra Hades Eles são acusados? - Começou com um tom que demonstrava temor – Se meus Cavaleiros eles são. Hades, como deus Olímpico que é, deveria saber que a minha vida eles não tentariam dar fim, pois, o juramento que me fizeram vale até depois da morte. Aqueles que acusão de traição por terem lutado contra os Cavaleiros de Bronze, já se arrependeram e, a muito que já os perdoei. Dos maus que foram cometidos contra os deles, arrependimento e remorso surgi nos corações que os torturam a cada segundo. – Voltando-se para Zeus - Isso não é um maior castigo?

Zeus fitou-a com um olhar frio.

- Se Arrependimento, tens a certeza que o coração deles faz penar. – Começou Hera chamando a atenção de todos os presentes, pelo tom de voz que usava para se pronunciar – E se a muito lhes perdoas-te, porque não usou dos poderes que obténs para traze-los de volta a vida, como fizeste com as cinco crianças que te protegem?

Hera indagou de pé e cabeça erguida. Fitava Athena que no momento sentiu seu corpo levar um choque. Ficando estática olhando para a mulher do Deus Supremo. Todos os prsentes fitavam intensamente a Deusa da Sabedoria a espera de uma resposta.

Um minuto de silêncio sepulcral se fez sentir no recinto. Percebendo que a jovem não conseguia arrumar uma resposta, Hera virou-se para Zeus e disse:

- Visto que ao peito da filha dileta minha pergunta aflige, peço permissão para mandar Nemesis voltar a entrar.

Zeus estreitou os olhos e franziu a testa em uma expressão de dúvida. Porque Nemesis deveria entrar se ele não tinha dado a sentença? Se perguntava, mas a curiosidade ao ver a cara de Hera, tão clara e tão limpa, fez com que assentisse, com um gesto de mão em direção a porta.

- Bela Mensageira, abre a porta e ordene que Nemesis entre! Ela saberá o que fazer… – Disse olhando para Isis, que sem contestar, mas com a dúvida estampada na cara abriu a porta.

As pesadas portas voltaram a se abrir. As divindades presentes entreolhavam-se sem entender o que se passava. Athena e Poseidon, que desde a hora que pegaram na mão um do outro, num acto de cumplicidade e temor, olhavam fixamente para a mulher que entrava. Ao ver a figura que vinha atrás da nascida de Nix, Athena pressionou com toda a força a mão de um Poseidon pálido e surpreso.

- Não pode ser!!! – Exclamaram ao mesmo tempo.

continua...

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