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Xin

[Bleach] Blood and Tears

2 mensagens neste tópico

Outra fic que fiz... Não está assim perfeita mas prontos... ^__^ Acho que ficou melhor que a outra, no entanto. Ah!, tem spoilers do mangá, mas não são muitos. Mesmo assim, estão avisados. Não é para estragar a leitura, mas acho que vão perceber que eu só escrevo finais infelizes.

Isto era pensado para ter vários capítulos, mas acho que ficou demasiado dramática para prólogo.

Blood and Tears (título provisório XD)

As chamas erguiam-se alto, na escuridão da noite, rodopiando e dançando, colorindo o pátio escuro de vários tons de laranja, laranja que se reflectia nas paredes e portas de todo e qualquer edifício circundante. Corpos imóveis, cabeças cabisbaixas. Numa enorme roda em torno do centro da fogueira, que ardia imperturbável no pátio da sede da equipa 5, todos os Shinigamis, oficiais ou não, envergando o tradicional fato negro, exceptuando os capitães, que vestiam por cima uma capa branca, fitavam o pequeno e frágil corpo que, a cada segundo que passava ia desaparecendo sobre o calor intenso das chamas. O silêncio percorria todo o Sereitei, como que num grito de dor reprimido… clamando por justiça.

Os capitães do Gotei 13, que permaneciam de pé na frente de todos os outros, não baixavam a cabeça. Os seus olhos estavam vidrados, fitando o pequeno corpo da rapariga, cuidadosamente deitada numa cama de madeira, ser tragado pelas chamas. Não desviavam o olhar. Solenemente, num último acto de respeito para com aquela que havia por tantos anos lhes servido tão fielmente, eles olhavam, respondendo sem palavras, ao seu último adeus.

Aizen, Tousen, Ichimaru. Naquele momento, nos pensamentos de todos, eles não passavam de meros lugares vazios entre os outros capitães. Meros espaços que o vento se ocupava de preencher, enquanto passava, fazendo ondular as capas soltas dos presentes.

“Capitão Hitsugaya…” O olhar de Matsumoto estava virado para mais um dos lugares que faltava preencher. Hitsugaya não estava ali. Nem em nenhum outro lugar. Matsumoto não vira o seu capitão em todo o dia mas, no entanto, também não se atrevera a ir à sua procura. Ela, como vice-capitã da equipa 10, tinha o dever de compreender o seu capitão e, de tomar o seu lugar quando necessário. E essa era, definitivamente, uma dessas alturas.

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

“Hinamor…”

Os seus joelhos perderam as forças, acabando por tocar o chão frio, fazendo-o aparar a queda com as palmas das mãos. A frieza do chão fazia-lhe lembrar o toque frio da mão dela. O contacto com a pedra gelada lembrava-lhe a última vez em que sentira Hinamori… a sua pele gelada, repousando na sua, pulsante de vida.

«««««»»»»»

“Capitão Hitsugaya! A vice-capitã da equipa 5, Hinamori Momo, acordou e pediu para o chamarem.”

Naquele momento, em que as palavras de um alguém, que para Hitsugaya naquele momento não possuía identidade, lhe trouxeram a novidade, ele jogou a Zanpaku-to para cima da sua mesa de trabalho, no seu escritório e saiu, correndo por entre as cinzentas ruas, quase que mecanicamente, de tantas vezes que percorrera aquele caminho. De todas as vezes que, inventando alguma desculpa para abandonar o seu posto, ele visitava Hinamori, sentia-se a partir por dentro, inundado do medo de que ela não acordasse mais. Era-lhe tão doloroso vê-la assim… Pela primeira vez, sentira-se impotente. Não fora capaz de a proteger, nem antes, nem agora. Ao olhar o peito da jovem subir com dificuldade, para voltar a descer, fazendo-a gemer imperceptivelmente no meio do seu sono, ele apenas podia se agarrar à esperança de que, mais tarde ou mais cedo ela acordaria, fitando-o com os seus olhos brilhantes, saudando-o com um alegre “Shiro-chan”.

Sacudindo os pés, jogou as sandálias fora enquanto que, sem parar de correr, entrou pelo centro da equipa 4. Correndo por entre os corredores pelos quais havia passado várias vezes por dia, em viagens desesperantes, finalmente ele sentia algum alívio, ao percorrer o mesmo caminho pois, daquela vez, não estava ali para confirmar o estado de Hinamori, como quem não aceita a verdade inevitável do seu coma mas para, mais uma vez, depois de tanto tempo passado, poder ouvir a voz dela, e ver os seus olhos a brilhar na sua direcção.

Empurrando para o lado a porta do quarto de Hinamori, entrou imediatamente dentro do quarto, não conseguindo avistar a pessoa que por tanto tempo ele desejara ver acordada, devido ao facto da Capitã da Equipa 4 se encontrar debruçada da cama de Hinamori, juntamente com Abarai Renji, sub-capitão da equipa 6 e Kira, sub-capitão da equipa 3, os dois últimos grandes amigos de infância da rapariga. Ao ver Hitsugaya entrar no quarto esbaforido, os três viraram a cabeça para ele, deixando-o algo surpreso, pois esperava ver toda e qualquer expressão nos olhos deles, principalmente de Renji e de Kira, menos aquela carregada de dor que lhe deram.

A Capitã ali presente, levantou-se lentamente da cadeira onde havia estado sentado e, olhando Hitsugaya, disse: “Vamo-vos deixar a sós por agora… certo, capitão Hitsugaya?” Na ausência de resposta por parte do interpelado, ela passou por Hitsugaya, seguida dos dois vice-capitães, que fecharam a porta atrás de si, deixando-o ali, sozinho, com Hinamori.

Os seus olhos tremeram, ao ver o lençol que a cobria, ensopado de sangue, que parecia ter vindo do local onde Hinamori havia sido apunhalada… pelo seu próprio capitão. Virando a cabeça para o lado, com algum custo, ela fitou Hitsugaya e, para grande mágoa deste, lágrimas escorriam-lhe pela cara, dando-lhe um aspecto ainda mais miserável do que os cabelos desgrenhados e o lençol coberto de sangue.

“Toushiro… Desc… Desculpa-me…” Ela tremia, como se cada palavra que dissesse lhe queimasse mais um pouco dos breves momentos que ainda lhe restavam. Cada som que ela pronunciava era seguido de lágrimas que molhavam a parte branca do lençol, ainda intocada pelo sangue. “Desculpa… Descul… Tou… Toushiro… estás aí?” Os olhos dela ora saltavam do lugar onde Hitsugaya estava para o canto oposto do quarto, como que procurando por algo. Ela já não conseguia ver.

Com uma lágrima que percorreu toda a face de Hitsugaya, acabando por cair no limpo chão, ele aproximou-se da cama dela e sentou-se na borda da mesma, junto a ela. Hinamori, esforçadamente, sentou-se na cama, levando a mão a boca, apenas para sujar a mão de sangue fresco, trazida pela tosse convulsiva dela. Ele segurou-lhe a cabeça, gentilmente com a mão esquerda, encostando-a ao seu peito, num gesto protector. Sentindo o toque seu conhecido o gemer de dor da rapariga parou, enquanto ela apreciava a sensação que lhe percorria a pele, ao sentir a sua face roçar na capa de seda de Hitsugaya. Por minutos ficaram assim, no silêncio do quarto, apenas quebrado pela respiração ofegante de Hinamori.

“Shiro-chan… Eu não quero morrer.”

A calma com que ela falou, a suavidade com que os seus lábios rosa declararam o seu medo… Era demais para ele. Vê-la ali, a esvair-se em sangue, à sua frente, implorando por ajuda e ele… não podia fazer nada. Nada.

“Não me deixes morrer.” Ela apertava o tronco de Hitsugaya com mais e mais força, enquanto que os seus olhos abertos, inexpressivos, deixavam cair lágrimas pesadas que iam caindo nas mangas da capa dele, deixando uma mancha de molhado mais escura que o negro das mangas.

Ele apertou-a com mais força, enquanto as suas próprias lágrimas escorriam pela face de Hinamori que, ao senti-las cair na sua face rosada, levantou a mão direita, até achar o rosto molhado de Toushiro. Quando a sua mão, outrora embrulhada em ligaduras, tocou na face macia de Hitsugaya ela, com um pequeno gesto, limpou, com a mão trémula, as lágrimas que o faziam sentir o salgado da dor na sua boca.

Hinamori tirou a mão da face dele, pousando-a nas suas costas, juntamente com a outra mão que havia caído, sem forças na cama, apertando-o num abraço doloroso, o qual ele retribuiu, enquanto ela fechava os olhos e deixava escapar um sorriso por entre os trejeitos de dor, ao sentir o aroma suave do corpo de Hitsugaya Toushiro.

Hitsugaya continuou a abraçá-la. Mesmo depois do peito dela parar de subir e descer, aspirando o ar circulante. Mesmo depois dos braços dela caírem inanimados. Mesmo depois de a cabeça dela acabar por se apoiar totalmente no seu ombro.

«««««»»»»»

Levantou-se, não dando importância à fuligem de que se havia enchido o seu fato. Contornando o que restava da fogueira onde o corpo de Hinamori havia sido levado pelas chamas, dirigiu-se ao pequeno memorial de mármore branco, ali colocado em memória da “vice-capitã Hinamori Momo, que serviu toda a Soul-Society fiel e honradamente.” Com a sua mão esquerda pegou na Zanpaku-to que trazia atada nas suas costas, puxando-a da bainha com um silvar metálico. Esticou o braço direito à frente, estendo a mão com a palma virada para baixa, à qual levou a espada, desferindo um breve golpe na palma da sua mão, deixando o sangue escorrer para cima do mármore branco, percorrendo os caracteres inscritos, enquanto que mais gotas de sangue caíam. Com um gesto sóbrio, colocou a espada de novo na bainha e esperou pacientemente que o sangue parasse de escorrer da sua mão.

Depois de minutos de espera paciente, retirou o braço da sua posição estática e embrulhou a sua mão ferida num pequeno lenço cinzento. Voltou-se no sentido contrário ao do memorial e começou a caminhar, dando passadas pequenas e lentas, parando ao fim de alguns passos.

“Hinamori-chan…Desculpa.”

E recomeçou a andar.

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Outra fic rox ^^ Hiamori rocka tudo /o/

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