Kero-Chan

Nox :: Uma história de horror de um escritor amador

34 mensagens neste tópico

:: Prólogo ::

Nos dias de hoje, enquanto passeamos nas nossas ruas de betão, ladeados por titans de ferro e vidro, é díficil acreditar que em tempos já idos a humanidade temeu a noite. Envoltos num mar de luz eterna, pendurada e baloinçando de altos postes como condenados numa forca de ferro, bestas visceras e obscenas que navegam na escuridão, entre os largos troncos e mato, soam a devaneios de loucos e fanáticos. Numa mundo onde a crença está morta e a religião muribunda, fé nos horrores ciclópicos que envolvem a noite é coisa do passado.

E enquanto as cidades, os mares de luz que se vêm do escuro e frio espaço se extendiam pelos continentes, roubando o negro territorio dos horrores que caçavam a jovem humanidade, esses mesmo horrores temiam e odiavam, praguejando contra os seres de carne mole e ossos tenros que ousavam fazer-lhes frente. Durante décadas, mesmo séculos, eles continuaram a refugiar-se nos cantos mais recônditos e sombrios da terra, caçando nos que se atreviam a aventurar nos seus dominios, enquanto conjecturavam a sua vingânça. Mentes frias e alienigenas, de intelectos mórbidos e bestias vigiavam das trevas enquanto a humanidade prosseguia, esquecendo medos e crenças milenares, acreditando que o seu mundo, as suas criaturas, eram os únicos perigos à face do planeta.

Porém, haveria um dia em que o sol nasceria pálido sobre o horizonte e os horrores viscerais se lançariam contra a sua presa favorita e a noite seria outra vez deles.

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Bem, foi o épilogo... fiquem atentos aos próximos capitulos :)

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Ta muto bom, tens um palavreado rico k da um bom ambiente a hsitoria ^^ keep on

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Excelente mensagem :wink:.

Have fun... :D

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uau...tá rox XD

escreve logo o resto! estou muito curiosa!!!

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está lindo :) adoro a maneira como descreves as coisas ^^ quero ler o resto ;)

já agora, esta fanfic tem alguma coisa a ver com aquela horror fic para a qual estavas a pedir personagens?

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tem a ver, nos vamos entrar XD

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esqueci de dizer que também gostei do título! "uma história de horror de um escritor amador"...

fixa XD

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bem! tens jeito...muito jeito *-*

Deu para perceber mesmo muito bem em que ambiente isto se passa sem usares descrições "limpas" de adjectivos e recursos estilisticos...

vou estar muito atenta x)

i'm watching you! god isn't here today..MWAHAH

XD

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Muito bom, deixaste-me com água na boca.

O prologo promete muito, vamos lá ver se serás o próximo H.P. Lovecraft ;P

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muita porreiro mesmo, tens uma maneira de escrever espetacular,consegues agarrar um tipo.

o betovski já falou disto,mas fases mesmo lembrar lovecraft.

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Gostei... usas um vocabulário bom...... enquanto eu aposto no romantismo, tu preferes abordar de forma a deixar espectativa... temos que fazer como os DJs e lançar um mix com os nossos estilos cruzados XD...

Gostei do Prólogo e gostei do meu cargo na história... e sim, tens razão... eu gosto do papel de protector... aliás, se este ano safar-me nos exames, vou tentar estudar na Escola Naval p'ró ano que vem e seguir Oficial da Marinha (vi discilinas como Estratégia e Armamento Submarino *__*/)...

Resumindo, gosto da tua maneira de escrever e da minha personagem ^^/

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Tenho de admitir que nunca pensei que chegasse onde chegou. Enquanto me sento aqui no soalho poeirento, sinto os frios suores impregnando-me a pele, fazendo-me sentir sujo - ainda mais do que já estou. Têm sido três dias de inferno, cheios de gritos ouvidos ao longe, de um pálido sol escondido, como que tão assustado como todos nós, por detrás dos negros e fétidos fumos que emanam da destruição que pinta todos os sítios por onde já passei.

Ninguém sabe ao certo quando começou.. apenas se sabe que quando o mundo acordou, já estava em marcha. A escuridão tomou corpo. Não sei se é o mesmo em todo o mundo, ou mesmo se este pesadelo engoliu sequer algo mais do que esta região. As antenas de televisão nada apanham a não ser ruído, iluminando os mais escuros apartamentos com uma luz cor de cinza. Os rádios e telefones, telemóveis incluídos, esses parecem não funcionar mas, se se ouvir com atenção, se o coração se acalmar o suficiente para que pare de martelar nos ouvidos, consegue-se ouvir algo do outro lado... gritos silenciosos, ameaças numa língua vernácula que causa horror, soando como se uma língua fria e fétida ameaçasse perscrutar o nosso ouvido se escutássemos por mais tempo.

Ainda não vi exactamente o que são mas, de alguma maneira, sei que o que quer que seja (ou sejam), sempre estiveram connosco. Não são extraterrestres, como a minha vizinha gritou quando me viu correr, de revólver na mão, escada abaixo. Não, sempre cá estiveram, são parte de nós, são os nossos filhos pródigos que voltaram a grunhir pela ensanguentada teta que lhes negámos por demasiadas gerações de primogénitos saudáveis.

Em cada sombra existem olhos, arregalados e famintos. Coisas que vagueiam na noite, saltando e galopando pelas ruas que deixamos desertas e agora desafiam o sol, pois apesar de todos os seus gritos de dor perante os eviscerantes raios, as coisas galopam, rugindo enquanto devoram e matam, enquanto consomem e violam.

Estes momentos na escuridão poderão ser os meus últimos, espero que n-

Capítulo Um

A Primeira Noite

A luz cintilante de um ecrã ensanguentado era tudo o que banhava as feições nervosas do jovem Tiago, evidenciando a barba já com alguns dias, lustrosa graças aos suores frios que escorriam. Os olhos tremiam, olhando em volta enquanto os seus dedos martelavam furiosamente no teclado do já antiquado computador escolar. As cadeiras em seu redor, mal iluminadas, estavam revoltas no chão de mosaicos axadrezados, rachado e com ribeiros de sangue já coagulado espalhados pelo soalho.

As palavras formavam-se no cintilante monitor, talvez as suas últimas? O chiar de uma ratazana encontrou a mão nervosa do rapaz a segurar o revólver, apontando-o à escuridão, os seus olhos arregalados enquanto procurava "algo", a fonte do ruído.

Havia já sete horas que não via ninguém, as ruas vazias, os carros arremessados contra outros ou, de forma aterradoramente simples, estacionados sem ninguém, revelando algum mórbido résquio de visceras bofeteadas no seu interior, como se alguma coisa tivesse abocanhado a carne humana contida na metálica máquina. Vira-se forçado a roubar comida do supermercado local, visto que simplesmente não havia ninguém para pagar. Horas após horas de vaguear nas solitárias ruas e avenidas da pequena cidade, encontrara a escola primária, as molas ensanguentadas no recreio ainda a baloiçar, os sorrisos inocentes dos poneis de madeira, cor-de-rosa e amigáveis, salpicados de vermelho e um cheiro a jovens gritos pairando no ar. A erva que ladeava o acolhedor carreiro que levava à entrada da escola parecia queimada em certos pontos. Grandes nódoas de um negro levemente púrpura, como se tivesse sido queimada com ácido, salpicavam o esmurrado verdume. As portas de madeira, bem envernizadas, gemiam enquanto baloiçavam, rachadas e queimadas - tal como a erva - nos frágeis e agora deformados caixilhos.

Encontrou a escola vazia. Nem uma única pessoa respondia aos seus apelos, gritados à dourada névoa do sol poente que entrava pelas janelas partidas que nem bocas que gritavam silenciosamente, protestando os horrores que ali se tinham passado. O único som que soava nos infinitos corredores era a apressada deglutição dos alimentos que conseguira trazer consigo. Nem tomava o gosto ao atum, às salsichas ou batatas fritas, engolindo tudo à pressa enquanto os seus nervosos olhos passavam de lado para lado, fitando todas as esquinas e cantos envoltos em escuridão.

Foi a meio de um lance de escadas para o primeiro andar que um odor pestilento lhe invadiu as narinas, forçando os ácidos pedaços de comida deglutida garganta acima num jorro de vómito que, pelo menos, disfarçou o horrendo cheiro obstruir o seu sentido de cheiro com o agreste aroma de ácido estomacal e comida mal digerida. Virou rapidamente a esquina no topo das escadas e os imediatamente os seus olhos esbugalhados encontraram o que provaria mais tarde ser o único corpo que viria a encontrar na malfadada escola primária. O cadáver parecia ser o de uma jovem educadora de infância, de cabelo negro e tinha os olhos esbugalhados e fitos no tecto, as pernas partidas e abertas por debaixo da longa bata cor-de-rosa. A boca escancarada tinha ainda vestígios de sangue. A resposta para esse facto veio de seguida com o revólver ensaguentado na mão direita.

Tiago aproximou-se, devagar, tentando conter o borbulhante vómito que ameaçava esguichar de novo do agora vazio estômago. Quando os seus dedos tocaram finalmente a fria arma, ele reparou que o cadáver tinha algumas marcas ácidas, tal como a relva, no interior das pernas e nos antebraços. A visão da carne disforme fê-lo cair no chão, os seus braços empurrando o seu corpo, fraco e esfomeado, contra a parede oposta. Finalmente, ele pestanejou e tomou uns minutos para se recompor antes de se levantar.

Após uma breve inspecção, ficou claro que o revolver possuía apenas mais duas balas de calibre 45. Não muito mas ele esperava não ter de as usar. A luz esvaia-se das divisões, os seus gritos de terror quase audíveis enquanto dava espaço à escuridão para entrar. Isto despertou algo no jovem Tiago. A sua adrenalina disparou, o coração pulsava rapidamente como se quisesse fugir por entre as costelas. Os dedos tremiam-lhe e foi, impulsionado pelo medo, de olhos esbugalhados tentando penetrar a escuridão, tentando encontrar um sitio. Não interessava onde ou como, ele só queria um local seguro.

E encontrou-o. A pequena biblioteca tinha uma fechadura na porta, ainda intacta, algumas almofadas para um merecido descanso e um computador ainda a funcionar. As cadeiras revoltas e os traços de sangue pareciam, agora, perante a adversidade, o cansaço e a fome, uma preocupação menor. Quando se sentou e ligou o computador ficou incrivelmente aliviado. Finalmente, alguma ligação com o mundo. Infelizmente, o acesso à internet estava impossibilitado de momento. A linha estava morta e não havia contacto algum com o exterior. Mesmo assim, abriu um novo ficheiro de texto e começou a relatar, esperançosamente para alguém que viesse no futuro, soubesse pelo que passara.

E é aqui que o encontramos, só, numa escura escola primária, exposto aos horrores da noite.

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Muito, muito bom. Quando isso for publicado não te esqueças de dizer que somos nós! XD

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Bem ainda nao tinha dito nada em relaçao a historia... 8) mas tu escreves bem!

Gosto especialemente da ultima parte e das descriçoes...! lol

Continua com o bom trabalho! :smile:

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Sim, gostei de ler... está bom... esse excerto abriu-me o apetite para decifrar os livros que mal abri lá em casa XD.

Bem, inspiraste-me para continuar a minha fic....

Btw, isso é um pouco à Resident Evil, não é?? Se assim for, vais fazer de mim um STAR ou algo parecido?? Pelo menos é o que deste a entender...

Gostei bastante das descrições... Eu, para contornar as aborrecidas descrições, procuro mostrar um pouco do dia-a-dia dos personagens, de forma a que cada um possa interpretar a história à sua maneira sem ter de me dar a grandes maçadas (é, sou frenético XD do género que quer fazer tudo ao mesmo tempo)...

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Resident Evil? Não, nem por isso.

Espera para ver :)

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Isso, não sei porquê, lembrou-me um livro de Stephen King que lá tenho, Desperation. XD

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ADOREI!!! a descrição que fazes é óptima. uma descrição que consegue fazer o leitor visualizar tudo ao promenor e, isso, é muito bom em matéria de histórias, livros, etc..

Continua e vai postando com regularidade, pois a tua escrita vicia!!!!!!!!!!!!!! E eu quero ver-me lá, hein -.-'

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whaaaa

posso candidatar-me a fan número um do teu club de fans? é que escreves mesmo muito bem ^^ bolas, quem me dera escrever assim *lembra textos escritos por mim* T_T

só uma pergunta... a educadora de infância morta não sou eu, certo??

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