JuH Fonseca

Konan

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Pois bem... cá estou eu a postar um dos meus trabalhos de fanfic. Vou começar por postar este pois acho que, para além de ter sido uma das histórias que mais gostei de escrever e desenvolver, foi uma das que mais gostei de reler no final. Foi de facto um trabalho em que entrei muito dentro desta personagem e do seu universo, vivi imenso esta história enquanto a escrevi e acho que devo começar por ela. 

 

Aproveito também para deixar o típico aviso de fanwriter: Os personagens, universos e história principal desta história não me pertencem mas sim a Masaki Kishimoto, mas tudo o conteúdo da história que não se encontra no mangá e/ou anime Naruto foi criado e desenvolvido por mim. 

 

AVISO: esta história contém conteúdo considerado para maiores de idade (+18) ​e, sendo que todos os capítulos se encontrarão fechados através da ferramenta de spoiler, vocês são totalmente responsáveis se o lerem pois eu vou ter o cuidado de especificar quais os capítulos que contém este tipo de cena. Assim sendo, se este tipo de conteúdo vos insulta, perturba ou qql coisa do gênero, por favor desculpem mas ele faz parte da minha história e eu tenciono mantê-lo. Obrigada. 

 

Só uma última coisinha: Peço desde já desculpa se encontrarem por ai algum erro no português, eu vou tentar fazer uma boa correção mas esta história inicialmente foi escrito para um publico maioritariamente brasileiro então a minha escrita tinha certas coisas adaptadas ao português deles. Quanto a erros ortográficos, tbm peço desculpa... tenho dislexia desde miúda e msm q agr esteja muito melhor esta fanfic foi escrita à 4 anos atrás e ainda não tinha tido tantos avanços. Obrigada pela atenção. 

 

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Sinopse:

Nagato morreu, o corpo de Yahiko foi derrotado e perdeu a réstia de vida que Nagato depositava nele, mas o que sentirá Konan perante isso? O que se passará na cabeça e coração da rapariga por trás dos fundadores da Akatsuki? E ´será que a vida de Konan se resumiu a um sonho de domínio e paz, tal como Nagato? Não. E esta história conta isso... a vida de Konan, nas suas próprias palavras.
 
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Capítulos: 
 
Capitulo 1

Era o dia mais triste de toda a minha existência, não só assistira à destruição do corpo que pertencera a Yahiko como tinha presenciado a morte de Nagato, já não existia ninguém para mim no mundo, todas as pessoas que me tinham estendido a mão estavam mortas e já só existia algo a fazer: regressar ao meu país e governá-lo, criando a paz nele e concretizando um pouco dos sonhos de Yahiko e Nagato. As minhas últimas forças serviram para resguardar os dois corpos, envolvendo-os em papel, e formar um ramo de flores que entreguei a Naruto. Trocamos algumas palavras de despedida, ele questionou-me sobre o meu futuro e eu respondi, no entanto não lhe estava a prestar muita atenção.

Estava na realidade a conter as lágrimas que queriam transbordar dos meus olhos, sentia-me totalmente perdida, sozinha, esgotada... nunca tinha pensado que acabasse todo assim, mas era uma realidade, todas as pessoas à minha volta acabavam sempre a ser substituídas por alguém mais forte ou mais determinado, ou simplesmente por azar.
 
O rapaz, meu irmão discípulo, partiu e eu fiz o mesmo, comecei a correr pela floresta, com os corpos dos meus falecidos amigos a flutuarem atrás de mim, seguindo-me, corri o mais rápido que me era permitido por o meu corpo, passou-se tempo e tempo e finalmente, com a noite escura e nublada a fazer-me companhia, entrei no País da Chuva. Substitui a minha corrida frenética por um caminhar lento, o meu corpo estava dorido e lágrimas grossas escorriam pela minha face, morrendo nos cantos dos meus lábios. Fui até ao local onde Jiraya-sensei tinha sido morto, e onde tinha caído para o fundo o mar, criei asas de papel e voei. Voei alto até ficar por cima do local onde Nagato me dissera que o corpo tinha caído, os dois corpos envoltos em papel estavam ao meu lado, serrei os punhos e depois voltei a abri-los, num movimento rápido mas leve. Com esse movimento, as folhas brancas começaram a sair do redor dos corpos, juntando-se nas minhas asas, e assim depois de alguns segundos - que pareceram dias aos meus olhos baços devido às lágrimas - os corpos caíram no mar, fazendo alguns salpicos e um splach ao entrarem na água.
- Alunos e mestre devem ficar juntos... - murmurei, deixando que as lágrimas que terminavam o seu percurso no meu queixo caíssem em direção á água salgada.
Olhei para o céu nublado e funguei, para depois voar em direção à torre mais alta da vila, a minha casa.
Quando cheguei olhei em volta, a sala ampla era familiar, como sempre mas a solidão que sentia, sem Nagato no corpo de Yahiko ao seu lado era estranho, estranho e imensamente doloroso. Foi até ao seu corpo, uma divisão pequena, com apenas uma cama coberta por um edredom preto, um móvel de madeira escura e uma janelinha com uma cortina roxa. Sentei-me na cama e chorei violentamente, deitando-me e agarrando-me à almofada, abraçando-a e gritando.
Passei a noite a gritar e a chorar, chamei por os meus dois amigos, por os meus pais, por o meu sensei, por todas as pessoas que tinham sido importantes para mim... os quais já todos tinham morrido.
Acho que com o passar do tempo adormeci, depois de muito chorar, pois só acordei no outro dia de amanhã com os raios de Sol a atingirem-me a face.
Levantei-me, os meus olhos estavam doridos e o meu corpo ainda cansado, tinha algo a fazer que não podia ser adiado por mais tempo, tinha de por-me a caminho.

Quando cheguei a um dos pontos de encontro da Akatsuki parei, suspirei e serrei os olhos, e só depois passei a entrada. Quando cheguei à sala ampla já uma figura alta e corpulenta estava de pé à minha espera, sem se mover e sorri para ele.
- Konan. - cumprimentou ele.
- Kisame...
- Já sei o que aconteceu.
- Tenho algo a comunicar-te.
- O quê?
- Vou sair da organização.
Kisame olhou para mim com os seus olhos de tubarão, eu estava a ficar nervosa mas não havia mais volta a dar, eu não queria mais estar ali.
- Bem, é repentino, - acabou ele por dizer, não parecia querer impedir-me - mas tu és uma mulher forte e eu desejo-te sorte.
- Arigató. - dentro de mim algo como uma gargalhava sarcástica surgiu perante a expressão "mulher forte", toda a sua vida tinha sido fraca, tão fraca que tinha de se manter nas sombras, primeiro de Yahiko e depois de Nagato.
- Então, é um adeus?
- Hai, sayonara.
- Sayonara.
Sorri mais uma vez, um sorriso amarelo e forçado apenas por o habito, e depois sai do esconderijo.
Voltei para a vila, agora era ali que eu devia permanecer, agora eu era a governadora daquela cidade e daquele pequeno país. No entanto, a dor que carregava no meu peito não me deixava agir normalmente, nem sabia por onde começar ou como ocupar o meu tempo. Formei as asas de papel e voei por cima da vila, estava a chover mas isso não me incomodou. Voei e voei apenas olhando para baixo, para as pequenas figuras que na realidade eram pessoas, pessoas que tinham vidas comuns e completamente normais, como eu gostaria de ter tido.
Depois de uma ou duas horas a voar sem romo, às voltas sobre aquela cidade cinzenta que eu e Nagato tínhamos construído, parei no local onde tinha acontecido a batalha entre o sensei, o local onde os corpos das três pessoas mais importantes da minha vida tinham sido como que sepultados. Aterrei levemente no chão, perto da água e então fiz com que as asas desaparecerem. Deixei-me cair, ficando sentada naquele chão cinzento, onde as pingas de chuva caiam silenciosamente. Era doloroso, aquele sentimento de solidão que me percorria o corpo, de cima a baixo, deixando-o frio. Quase tão frio como naquele dia em que os meus pais tinham morrido, vitimas da guerra, senti-me completamente sozinha no mundo e com medo, totalmente desprotegida.
Na verdade, tudo começara nesse dia, dia em que os meus pais morreram. Um grupo de ninjas inimigos entraram na minha casa, começando a espancar o meu pai e a fazer propostas estranhas à minha mãe enquanto os dois suplicavam para que eu fugisse, e eu fugi. Escondi-me num beco escuro, entre duas caixas de madeira e depois chorei, sentindo um vazio perfurar o meu coração e deixei-me ficar ali, até o meu corpo não aguentar mais e o cansaço me tomar as pálpebras, fechando-as.
Acordei um pouco depois e ao abrir os olhos assustei-me, não estava no beco, estava numa gruta, coberta por uma manta e com uma fogueira acesa. Olhei assutada para todo o lado e questionei-me de como teria ido ali parar, mas a resposta surgiu rapidamente.
Um rapaz ruivo e de grandes olhos verdes surgiu na entrada da gruta, carregando um cesto de pães e sorrindo para mim, mas a minha resposta foi encolher-me. Ele pousou o cesto de pão perto de mim e então manteve-se a alguma distancia, e sorriu para mim. Não sei explicar porque, mas senti que podia confiar nele, senti que não estava mais sozinha.
- Sentes-te bem? - perguntou ele.
- Hai. - murmurei eu baixo.
- Ainda bem! - exclamou ele estendendo-me um pão que tinha tirado do cesto - Come qualquer coisa.
- A-ari-arigato... - agradeci, aceitando o pão.
Senti que os meus olhos estavam a brilhar olhando para aquela cara.
- Como te chamas? - perguntou-me ele.
- Konan... e-e tu?
- Yahiko! - ele tinha um sorriso que parecia dar-me energia - Bem-vinda!
- Como assim..? - perguntei confusa.
- Vamos ser como irmãos, - respondeu-me, fazendo-me corar um pouco - eu não quero ver-te mais a chorar.
Corei, mas sorri também. Não estava mais sozinha, tirei uma folha de papel do bolso e fiz um pássaro em origami, e ofereci-lho. Ele aceito e sorriu para mim, e eu fiquei presa naquele sorriso.
Os dias passaram e nós tornamo-nos realmente sobreviventes. Fugíamos das tropas, roubávamos para comer, sobrevivíamos assim. Tinha de ser. Os dias eram calmos, brincávamos e falávamos muito um com o outro, partilhando os nossos sonhos e sofrimentos, mas as coisas iam mudar.
Um dia eu sai sozinha, tinha encontrado algumas moedas no chão e ia comprar umas coisas para comermos, algo diferente, talvez ramem... mas eu vi um rapaz no chão, caído. Ele devia ter a minha idade, ou pouco mais, tinha cabelos num tom vermelho escuro e um cão estava junto dele ele.
Fui ter com ele e entreguei-lhe um pão que roubei numa rua a pouca distancia. Ele aceitou, agradecendo, e depois levei-o para o nosso esconderijo.
No inicio, Yahiko mostrou-se um pouco relutante sobre Nagato mas eu não estava, tinha gostado dele e rapidamente o convenci. Ensinamos-lhe tudo e ele aprendeu rapidamente, passado algum tempo Nagato era um novo membro da nossa família, e acabou por partilhar connosco a sua experiencia, tal como nós fizemos com ele.
Yahiko tinha um sonho muito bem definido, ele pretendia mostrar a paz ao mundo, ouvi-lo falar sobre isso, sobre o seu sonho e a forma como o queria tornar real fazia-me absorver aquele sonho para mim, também queria ver aquele desejo realizado e vi que Nagato também sentia isso. Fiquei feliz ao sentir que todos iriamos lutar por tornar aquele desejo de paz realidade. Mas, para o fazer, teríamos de nos tornar em algo de que não gostávamos: ninjas, e para isso, precisávamos dos ninjas de Konoha que tínhamos visto lutar contra o Kage, e sobreviver. Sobreviver contra aquele homem era um grande feito, não era por menos que eles foram reconhecidos, diante de todos, como os três Sennins da Folha.
No entanto o homem de cabelos claros concordou cuidar de nós e tornar-nos seus alunos, realmente o Jiraya sensei foi um anjo para nós.
Ele levou-nos para uma casa, não muito grande mas muito boa, num local livre dos perigos da batalhas. A casa tinha uma sala espaçosa com cozinha incorporada, uma casa de banho com uma banheira de tamanho médio, três quartos - um para o sensei, outro para mim e um outro para Yahiko e Nagato - e ainda uma outra salinha, que era utilizada pelo sensei para escrever.
Quando fomos viver com o sensei estávamos preparados para dar tudo de nós para nos tornarmos verdadeiros e habilidosos ninjas, mesmo que as nossas idades fossem já um pouco avançadas - eu tinha treze anos, tal como o Nagato, e o Yahiko quatorze -, mas estávamos determinados e tínhamos uma grande motivação.
O primeiro ano que passamos com o sensei foi duro e requiriu imenso trabalho, esforço e dedicação da nossa parte, mas conseguimos. Mas, depois daquele ano intempestivo, vendo a guerra continuar a poucos quilômetros de distancia, algo terrível aconteceu... comigo.
É uma das memórias mais embaraçosas que tenho daqueles tempos...
Estávamos num momento de descontração, o sensei tinha-se retirado para escrever um pouco nos seus esboços, e nós ficamos a brincar um pouco uns com os outros. Eu estava a correr atrás do Yahiko quando ele me agarrou e me pôs de cabeça para baixo, eu comecei a esbracejar e formei dois pássaros em origami com o meu jutsu, que o atacaram, mas ele não desistiu mesmo depois de me deixar cair no chão e pulou para cima de mim, dando-me um murro na barriga. Não me deu com força, era apenas uma brincadeira e nada de mais, então levantei-me e preparei-me para atacar de novo, mas Nagato parou-me.
- Konan! - chamou ele correndo para perto de nós, parecia preocupado - Estás a sangrar!
Ao ouvir aquilo exaltei-me, olhando todo o meu corpo mas sem vestígios de sangue, e foi ai que senti algo a correr, algo liquido, a correr no meio das minhas pernas. Era impossível estar a sangrar dali. Senti o meu rosto a arder e sabia que estava a corar... olhei rapidamente para trás da minha saia, comecei a ficar assustada e sem entender o que se passava.
- Vou chamar o sensei! - disse Nagato correndo em direção à casa.
Yahiko agarrou-me e fez-me sentar no chão, segurando-me nos seus braços e murmurando algo que eu me esforçava por entender. Estava terrivelmente envergonhada. Sabia prefeitamente o que aquilo significava, e sabia que era algo natural e normal numa menina, mas a vergonha não desaparecia. E sabia que Nagato e Yahiko não estavam a entender, mas não conseguia explicar-lhes para que não se preocupassem. Era demasiado vergonhoso.
- Gomenasai, gomenasai, gomenasai...
- Yahiko, - chamei eu - a quem estás a pedir desculpas?
- A ti. - ele olhou-me nos olhos, profundamente - Foi por causa do meu murro...
- Ia... não foi.
Nesse momento o sensei apareceu, juntamente com Nagato e segurou-me ao colo.
- Vão arranjar algo para o nosso jantar, - pediu o sensei aos rapazes - eu e a Konan precisamos de tratar disto e ela precisa de espaço agora, não se preocupem, ela está bem.
Foi carregada até casa onde o sensei me mandou tomar um banho e vestir uma roupa lavada, e eu assim fiz. Tomei um banho demorado, pois algumas vezes sentia algumas pontadas na barriga, e depois vesti o meu pijama, indo ter com o sensei à sala depois.
- Como te sentes? - perguntou-me sorrindo.
- Dói-me a barriga... - estava envergonhada, acho que foi a primeira vez que me senti mal por não haver uma mulher por perto.
- Konan, está tudo bem, o que te aconteceu é normal. - sentei-me no lado oposto ao dele em frente a mesa e ouviu-o - Isso significa que estás a crescer e que daqui a nada serás uma bela mulher.
Jiraya-sensei explicou-me tudo aquilo, e à medida que o fazia e de algumas realidades de que falava, mesmo que ele fizesse um esforço por usar imensas metáforas e linguagem simpática, faziam-me corar e envergonhar-me.
- Gome, sensei. - desculpei-me, nem sabia bem porque estava a pedir desculpas, mas sentia que era a minha obrigação.
- Não tens de te desculpar por nada, - disse ele sorrindo - e eu falo com os rapazes, ok?
Corei mais uma vez, ao lembrar-me da preocupação que causara aos meus amigos e achei que era melhor mesmo que fosse o sensei a falar com eles sobre aquele assunto vergonhoso para mim.
Levantei-me e despedi-me com um "até amanhã" e fui deitar-me. Toda aquela situação deixava-me desconfortável e envergonhada, tinha até vontade de chorar, mas havia outra coisa na minha cabeça naquela noite. Os olhos de Yahiko, inundados de preocupação, por minha causa, naquela tarde. Deixei-me ficar tapada por o edredom o resto da noite, não quis jantar, ouvi o barulho dos pratos, ouvi-os a conversar e depois a levantar a mesa e a lavarem a loiça, e por fim a terem uma outra conversa.
- Então sensei, - ouvi Yahiko perguntar - a Konan vai ficar bem?
- Vai. - respondeu o sensei com um tom de voz calma.
- O que tinha ela? - perguntou Nagato.
Com aquela pergunta, mesmo estando ali escondida, corei e fechei os olhos. Estava a morrer de vergonha.
- Ela tinha uma coisa - Jiraya sensei estava um grande esforço para que eles entendessem sem usar palavras complicadas ou expor muito a situação, devia saber que eu estava a ouvir - que acontece a todas as mulheres, e Konan é uma rapariga, e a partir de agora vocês vão ter de trata-la ainda mais como tal.
- Então a culpa não foi minha..? - perguntou Yahiko com uma voz piedosa que fez o meu coração dar uma forte batida.
- Não. - respondeu o sensei.
- Ainda bem, não quero magoar a Konan, nunca. - aquelas palavras fizeram o meu coração bater acelerado, a mil à hora. Que sentimento era aquele?

 
Capitulo 2 

Depois daquele triste episódio passei a semana sem descansar, dóia-me a barriga e ainda me sentia muito desconfortável ao andar. Ficava em casa a cozinhar e dar uma limpeza geral, aquela casa nunca tinha estado tão limpa... mas ouve uma tarde eu que eu resolvi ir limpar a sala onde o sensei escrevia, ele certamente não a mantinha propriamente arrumada, por isso ia gostar de ver que a limpei.
Foi até lá e abri a porta de correr, levando comigo o necessário para a limpeza, e quando entrei vi uma grande confusão. A mesa estava apinhada em papeis, dois montinhos de folhas de papel apinhadas, com embalagens de ramem espalhadas por toda a sala, pauzinhos usados sem estarem lavados e até um caroço de maça a um canto. Joguei mãos ao trabalho e comecei a lavar e arrumar tudo, afinal no dia seguinte regressaria aos treinos.
Quando finalmente acabei de arrumar tudo em volta olhei para a mesa apinhada em papeis rabiscados à mão, não ia arruma-los pois ainda corria o risco de fazer alguma asneira, mas podia sempre coscuvilhar já que estava a morrer de curiosidade sobre o que o sensei tanto escrevia. Aproximei-me e olhei para as folhas, uma delas chamou-me à atenção por as letras grandes, certamente o titulo, que tinha, "Explodindo em ti", aquele não me pareceu um titulo muito inocente, nem sei porque, mas corei ao lê-lo. Mas porque havia de o fazer? Estava sozinha e ninguém ia saber que estivera a ler aquilo, apenas tinha de ler um ou outro paragrafo e pronto, sairia. Peguei na folha e comecei a ler o inicio, parecia não se tratar de uma história e sim de um momento de uma vida. Li o primeiro capitulo, depois o segundo e no terceiro as duas personagens já estavam a despir-se e explorar os seus corpos, mas isso não a impediu de continuar a ler mesmo que o meu rosto ardesse de vergonha a cada letra. Embrenhada na minha leitura, no momento em que a protagonista da história se preparava para se entregar ao homem que se amava ouvi a porta de correr abrir-se e pôs nervosamente a folha encima da mesa, olhando corada para o sensei.
- Gomenasai, sensei. - Fixei o meu olhar no chão, sentindo a pele por cima do meu nariz queimar.
- Não devias ler essas coisas. - Disse-me Jiraya-sensei, mas não parecia chateado comigo.
- Gome...
- Não são propriamente coisas para a tua idade.
- Gome, sensei, está zangado comigo? Eu peço imensa desculpa..
- Não, não estou. - o sensei estava sentado arrumando a folha de papel - Pelo menos tu leste mas limpas-te a sala, já os outros dois...
- Que quer dizer?
- O Nagato e o Yahiko também já aqui estiveram a dar um espreitadela nestes textos.
- Ho... - estava confusa, eu não sabia de nada, e eu costumava saber de tudo o que se passava e participar em tudo.
- Porque não lhes perguntas. - disse o homem de cabelos brancos a minha frente.
- O quê, sensei?
- Porque não te convidaram a vir, e porque não partilharam esse episódio contigo.
- Hai... com licença. - O sensei parecia querer que eu os questionasse, só não entendi bem porquê. Talvez os quisesse castigar denunciando-os.
Sai da sala, fechando a porta atrás e mim e indo em direção à cozinha, onde eles deviam estar. Entrei e fiz pouco barulho, eles estavam a conversar animados e eu entrei sem sorrir, pormenor em que eles repararam pois olharam para mim espantados. Sentei-me com eles na mesa e perguntei:
- Incomodo?
- Não, porque havias de incomodar, Konan? - perguntou-me Nagato confuso.
- Não sei, - respondi olhando-os nos olhos, alternadamente - desde que vão coscuvilhar as coisas do sensei sem sequer me dizerem.
- Ho... isso. - disse Yahiko corando ligeiramente e fazendo um sorriso envergonhado.
- Pois... - murmurou Nagato olhando para baixo também encabulado.
Lembrei-me do conteúdo das histórias do sensei e senti-me envergonhada por isso. Mas mesmo assim estava um pouco chateada por eles não me terem contado nada sobre aquilo.
- Deixem-se de coisas e contem-me porque não me chamaram para ir com vocês e porque mesmo depois de lá irem não me contaram que tinham ido, e o que tinham visto!
- Konan, calma, nós temos um motivo! - tentou desculpar-se Nagato olhando para mim com o único olho que deixava à mostra.
- Então é o quê? - perguntei.
- Nós... - começou Nagato engasgando-se.
- Nós fomos lá a meio da noite, depois do sensei passar para o quarto dele - começou a contar-me Yahiko - e fomos ler as histórias dele, que estão encima da mesa.
- E porque não me falaram disso?
- Leste alguma coisa daquelas, Konan? - Perguntou Nagato envergonhado.
- Li. - Corei. - Mas continuou sem enetender porque me deixaram de parte.
- Porque nós já sabíamos do que falavam aqueles textos... sabiamos o que íamos ler. - Respondeu Yahiko bruscamente.
- Yahiko, não lhe contes... - murmurou Nagato.
- Conto sim, ela pediu para saber.
- Sim, quero saber porque nunca me contaram que tinham lá estado. - insisti eu, eles deviam ter lido o mesmo gênero de texto que eu pois Nagato não parecia nada à vontade em falar daquilo à minha frente.
- Nós não contámos porque sabíamos que iam querer que te contassemos o que lemos, e não é um tema muito - ele estava a corar - fácil para se falar com raparigas.
- Eu li um deles agora à pouco, desses mesmos.
Eles olharam surpreendidos para mim, não deviam estar à espera que eu lesse uma coisa daquelas, e realmente nem eu esperava.
- E falava... "daquilo"? - perguntou Yahiko desviando os olhos verdes claros de mim.
Fiquei incomodada com a pergunta, realmente não era fácil falar daquilo com eles. Podíamos ser unidos como irmãos, mas não eram realmente meus irmãos de sangue, eram rapazes e eu uma rapariga, e aquilo que eu tinha lido acontecia entre homem e mulher. Era desconfortável.
- Daquilo o que? - eu não queria que ele especificasse, eu sabia do que se tratava, mas a pergunta escapou da minha boca como que por uma questão de orgulho em manter a minha postura.
- Sexo. - disse o rapaz ruivo para mim, talvez num ato de coragem - tipo, tu sabes, quando...
- Sim, falava disso. - respondi muito rapidamente levantando-me e indo até perto dos armários da cozinha - O que querem jantar?
Eles responderam-me uma variedade de pratos, o assunto encerrou por ali, certamente entenderam que eu estava a ficar desconfortável e aproveitaram para também se livrarem daquele assunto. Naquele dia, quando me deitei para dormir apercebi-me de uma coisa: nós os três estávamos a crescer, a tornar-nos adultos e de certa forma estávamos a deixar a nossa ingênua infância para trás.
Quanto tempo levaria até sermos nós a ter a nossa primeira vez? "Naquilo"? E com quem seria, será que eu ia conhecer alguém com quem quisesse ter filhos e entregar-me daquela forma? Eu acho que queria isso, até porque naquela noite adormeci a pensar no quanto era bom ter um homem que me amasse e que me protegesse acima de tudo.

Passaram-se alguns meses e eu habituei-me finalmente ao facto de ser um "mulher", estava cada vez mais longe deles. Não em questões de amizade mas de singularidade, cada vez era mais obvio o afastamento que os nossos sexos estabeleciam, mas, por outro lado, eles eram tudo o que eu tinha, eram a minha família. Mas não eram só aqueles "dias do mês" que me tornavam mais mulher do que dantes, eram também outros factores. Eu sempre havia sido uma menina muito feminina mas agora não existia só a minha atitude e maneira de estar delicadas e femininas, existiam curvas no meu corpo de que eu ao inicio não gostei, mas às quais acabei por me habituar, e comecei a reparar em coisas que nunca me tinha despertado o interesse... conseguia ver o quão carinhoso era Yahiko comigo, e como os olhos dele irradiavam ternura quando me olhava nos olhos, fazendo com que eu cora-se e desvia-se o olhar, dei-me conta que os seus braços eram fortes e acendiam um rastilho que precorria todo o meu corpo quando, durante os treinos e brincadeiras, ele me segurava pela cintura ou caia sobre mim. Estava consciente de estar a sentir algo por ele, estava a apaixonar-me por ele. Até que ponto isso era errado?! E até que ponto não o era..?
Nunca tinha acontecido nada entre nós dois, apenas ficava nervosa com os seus toques e extremamente envergonhada quando me olhava nos olhos, Nagato e o sensei estavam sempre por perto o que impedia qualquer coisa de acontecer, para minha felicidade, na verdade.
Tinha medo de perder a amizade de Yahiko se ele soubesse dos meus sentimentos. Mas eu não podia fugir para sempre... evitava sempre ficar sozinha com ele, em dias em que me sentia mais frágil e cansada daquela situação evitava até estar perto dele, uma vez ou outra até evitei falar com ele. Mas ouve um dia em que não tive maneira de fugir, o destino pôs-me entre um muro alto e Yahiko e eu não pode fugir mais.
Nagato adoeceu com febres altas e o sensei teve de ficar com ele todo o dia, trocando comigo e Yahiko de noite, mas no terceiro dia da doença do meu amigo o sensei disse que eu e Yahiko não podíamos deixar de treinar, mandou-nos treinar um pouco longe de casa para não fazermos barulho e eu não podia dizer que não.
Nós caminhamos até longe da casa, estava a chover e o chão estava enlameado, o meu coração batia acelerado ao olhar Yahiko pelo canto do olho. O ambiente parecia pesado entre nós, muito possivelmente devido ao meu nervosismo e ao calor que precorria o meu corpo por estar junto dele.
- Preocupada com o Nagato? - perguntou-me ele tentando fazer conversa, já se devia ter apercebido da situação.
- Hai... - respondi olhando para baixo.
- Ele é forte, não te preocupes. - levantei o olhar para ele e viu-o a sorrir alegremente e de forma confiante para mim, sorri também sentindo um pouco mais à vontade, como sempre o optimismo dele acabava por passar um pouco para mim.
Chegamos ao local onde íamos treinar e afastamo-nos um pouco, encarando-nos por uns segundos, para depois ele vir na minha direção com um kunai que arremessou perto de mim, afastei-me sem problemas e mandei uma rajada de aviões de papel ataca-lo. Ele defendeu todos os meus aviões, excepto o ultimo que enviei, que do qual ele se conseguiu desviar mas que lhe fez um leve corte na bochecha. Viu levar a mão ao corte, limpando o sangue que escorria pela sua cara, distrai-me com isso, um erro de principiante, mas que eu cometi. Perdi-me a pensar em Yahiko, e em como aquele simples gesto de limpar o sangue da bochecha o tornava tão sensual, tão atraente. De repente senti algo embater no meu corpo e cair sobre mim, bati com as costas no chão e senti-me aterrar na lama, abri os olhos a custo e vi que era ele quem estava em cima de mim, um pouco corado e a olhar-me com os olhos a brilhar.
- Konan... - murmurou ele fazendo-me corar - porque não te desvias-te do meu ataque?
- Ha... ha-am... - tentei dizer alguma coisa mas não conseguia, nem conseguia mover-me, nem ao menos parar de olhar diretamente para Yahiko, em cima de mim, mantendo-me ali presa e vulnerável.
- Konan... - murmurou ele de novo, muito baixo, serrando os olhos e levando a face lentamente até mais perto da minha, eu consegui sentir a respiração dele na minha cara, quente, os nossos narizes tocaram-se, o que me fez estremecer, e finalmente os nossos lábios tocaram-se timidamente. Ficamos ali sem fazer nada durante um bocado, apenas a sentir o toque suave dos nossos lábios comprimidos, mais nada. Fechei os olhos e senti aqueles lábios quentes e suaves tocarem os meus com força, enquanto as pingas de chuva caiam sobre o nosso corpo, molhando as nossas roupas já ensopadas e sujas da lama onde estávamos deitados.
Passado um segundo Yahiko levantou-se, deixando-me levantar também, e olhando para mim inquieto.
- Gomenasai, Konan. - disse-me ele timidamente.
- H-hai... - disse eu sem coragem de dizer outra coisa.
- Hontoni, não sei o que me deu... gome.
- Hai.
Olhei para baixo, triste, não sabia se aquilo tinha sido bom ou mau, sinceramente pensava que nunca devia ter acontecido...
- Ficamos todos sujos, vamos voltar? - perguntou Yahiko.
- Hai.
Eu não tinha força nem coragem para dizer mais nada a não ser monossílabos, ele estava a agir como se nada tivesse acontecido, já sabia que Yahiko não me amava mas não esperava que fosse tão indiferente, e quando me beijou pensei que algo tivesse mudado, mas enganei-me. Agora só queria sair rapidamente dali e esconder-me na minha cama, a chorar, sim eu queria chorar, era a unica coisa que me podia dizer se estava viva ou não naquele momento, sentia aquele vazio de novo no meu peito.
- Estás bem? - perguntou ele vendo que eu estava perdida nos meus sentimentos - Não te magoei quando cai em cima de ti, pois não?
- Hia.
Não aguentei mais e senti uma lágrima cair por o meu rosto, não queria que ele me visse chorar, então comecei a correr em direção a casa.
- Konan! - ele gritou por mim mas eu não liguei.
Ele sabia o caminho e conseguia ouvir os pés dele baterem na lama, seguindo-me, então acelerei o passo e consegui chegar a casa com um bom avanço. Abri a porta de correr ofegante, sujando o chão com a lama que me cobria o corpo.
- Konan! - exclamou o sensei - O que aconteceu?
- Nada, sensei, - respondi-lhe - só queria tomar banho primeiro.
Eu mantinha o olhar baixo enquanto caminhava até à casa de banho, para que o sensei não nota-se as minhas lágrimas.
- Porque estás a chorar? - aquela não era a voz do sensei, mas sim a de Nagato, olhei para o lado e viu-o sentado, parecia muito melhor. Fiquei feliz por ver Nagato recuperado, mas isso não acabava com a minha tristeza.
- Cai na lama e está a doer-me o queixo.
Virei costas e entrei na casa de banho, pôs a torneira a correr para encher a banheira e comecei a tirar a minha roupa enlameada. Enchi um alguidar com água e meti lá as roupas, aquela lama ia custar a sair. Quando a banheira finalmente ficou cheia entrei lá para dentro, sentando-me e aprisionando os joelhos com os braços, e recomecei o meu choro silencioso.
Não sei quanto tempo fiquei ali, mas sei que foi muito, até me lembrar de que não tinha sido a unica a cair na lama e que era melhor sair dali e deixa-lo tomar um banho. Quando sai da banheira enrolei-me numa toalha e sai, entrando na sala onde os três estavam sentados. Yahiko estava de cabeça baixa, com um olhar um tanto ou quanto triste e a pingar lama para todos os lugares, tive vontade de começar a chorar de novo, mas segurei-me. Virei costas e entrei no meu quarto, vesti o meu pijama e limpei o meu cabelo. Pensei em ir ter com eles à sala agora que Yahiko estava no banho mas não tive coragem de os encarar, talvez ele lhes tivesse contado... sentei-me no chão frio do quarto e enrrosquei-me no meu próprio corpo, como se fosse uma bolinha de papel e deixei-me ficar. Mesmo que não quisesse, aquela noite seria marcada por os pensamentos, sonhos e recordações do beijo que trocara com Yahiko, agora eu podia dizer com todas as certezas, eu estava apaixonada por ele, e não conseguia mais fugir desse sentimento.
Alguém bateu à porta e eu disse "entre" sem me levantar. A porta abriu-se e Nagato entrou, fechando a porta atrás de si e sentando-se ao meu lado, olhando a porta com o olhar perdido.
- Já consegues andar? - perguntei-lhe.
- Hai. - respondeu-me sem olhar para mim - Que se passa, Konan?
- Nada... - respondi automaticamente.
- Não consegues enganar-me, - disse ele desta vez olhando para mim com uma expressão amigável e extremamente carinhosa - nem tu, nem o Yahiko.
- Que foi que o Yahiko vos disse?
- Que tinha exagerado no treino e acabado por te fazer cair e magoares-te.
- Não sou uma folha de papel, Nagato. - disse eu num tom frio - Não sou uma folha de papel que voa com qualquer sopro de vento, ou que se rasga com um simples puxar de dedos.
- Mas és delicada como uma folha de papel.
- Uma folha de papel não é delicada, pode ser traiçoeira e uma assassina impiedosa, pode cortar-te a pele só com um arranhão.
- Mas tu disseste que não eras uma folha de papel...
- Talvez seja mais parecida com uma do que às vezes desejaria. - acabei por concordar, era verdade, apesar de tudo - Mas eu sou um origami, uma figura que representa algo e que tem dobras do seu passado, eu sinto e sofro, Nagato.
- E amas.
Aquelas palavras de Nagato puseram o meu coração a bater mais fortemente, até que ponto ele já se tinha apercebido dos meus sentimentos?
- O... o q-que queres dizer com isso? - perguntei atrapalhada.
- Que não devias desistir do que sentes por o Yahiko, - ele levantou-se e olhou para mim de cima - nunca sabes se ele vai corresponder ou não. Diz-me, quem tomou a iniciativa hoje?
- Como sabes o que se passou hoje..?
- Não sei o que se passou, mas sei que algo se passou.
- Foi ele. - murmurei a medo.
- Ele o que?
- O Yahiko é que tomou a iniciativa.
- Isso pode querer dizer alguma coisa, não achas? - ele sorriu para mim - Estamos à tua espera para jantar.
Nagato deixou o meu quarto, sem fechar a porta e eu refleti sobre as suas palavras alguns momentos até que o seu estômago roncou. Hora de jantar. Saiu do quarto e fechou a porta atrás de si, deixando o quarto escuro abandonado, tal como o seu coração se sentia.

 
Capitulo 3 

Fomos atacados. Yahiko ficou em maus lençóis e o Nagato explodiu todo com o poder do rinnegan. Eu fiquei apavorada quando vi o Yahiko assim, vulnerável e prestes a ser atacado, mas quando ouvi Nagato gritar com raiva os meus olhos fecharam-se num reflexo inato, sabia o que estava para vir: o rinnegan tinha despoletado e ia matar o inimigo.
Devo ter desmaiado com a impacto pois quando acordei o sensei já estava ali, segurando Nagato nos braços. Procurei Yahiko que estava desperto olhando para os outros dois e corri até ele, ajudando-o a levantar-se, pondo um braço dele por cima do seu pescoço, ajudei-o a ir até perto de Nagato e do nosso sensei e vimos o nosso amigo acordar e recuperar a consciência. Fomos até casa, eu carreguei Yahiko. Quando chegamos a casa deixei-o encostado à parede da sala junto á cozinha, tal como o sensei fez a Nagato, sentando-se também ele ao lado deles, eu foi para a cozinha preparar o jantar. Fiz uma um ramem às presas com o que tinha à mão e servi-o, sentando-me também à mesa.
- Tem ótimo aspecto, Konan. - disse-me Yahiko a custo, tentando esboçar um sorriso que foi interrompido por um esgar de dor.
- Não te esforces, - disse-lhe com um sorriso - e não me dês graça, o ramem foi feito á presa.
Comecei a por o ramem nas taças de todos, com duas fatias de carne a acompanhar, e quando estiquei a taça a Nagato ele aceito sem dizer uma palavra, eu estranhei, ele agradecia-me sempre. Começamos a comer e Nagato não disse o tipico "Itadakimaso", o que me fez ficar mesmo muito desconfiada.
- Nagado, - chamei preocupada - sentes-te bem?
- Hai. - respondeu num murmurio que mal ouvi.
- Nagato, - chamou o sensei - tens um dom, usa-o.
- Não é um dom. - replicou ele num tom baixo.
- Claro que é! - gritou Yahiko - Salvaste-me a vida!
- Hai... - foi a ultima palavra que se ouviu durante aquele jantar.
Fiquei muito preocupada com Nagato, ele tinha um grande poder mas não o via com bons olhos, ele não o queria.
O portador do rinnegan ficou bem depois do jantar, ficou praticamente curado mas não se levantou da mesa. Eu tirei a loiça e lavei-a e quando voltei à sala sorri para os três, vendo o sensei levantar-se.
- Vou escrever um pouco, sim? - perguntou-me ele.
- Hai, sensei. - disse eu sorrindo mais uma fez, mesmo preocupada com, estava muito feliz por ele e Yahiko estarem bem.
- Conto contigo para tomares conta do Yahiko, sim Konan?
- Claro, sensei!
Jiraya-sensei saiu da sala e eu sentei-me com eles, eu e Yahiko trocamos um olhar cúmplice, era obvio que ele compartilhava das mesmas preocupações sobre Nagato. Este, por seu lado, parecia estar inconsciente, parecia que a sua mente tinha ficado presa no passado, e talvez estivesse por lá... Yahiko também não estava com uma cara muito boa, parecia doente. Levantei-me e fui até perto dele, pousei a minha mão na sua testa e os meus olhos abriram-se.
- Tens febre. - declarei olhando para ele - Nagato ajuda-me a leva-lo para o vosso quarto.
Corri a abrir a cama de Yahiko, e depois voltei para a sala e com a ajuda de Nagato carregá-mo-lo até ao seu futon.
Sai depois de o deitarmos, ele estava a ficar um pouco vermelho, e enchi um alguidar com água, peguei um pano e corri para lá. Pousei o alguidar na mesa de cabeceira e molhei o pano, espremendo-o e deixando-o depois na testa de Yahiko, a fim de baixar a febre.
- Ele vai ficar bem? - perguntou Nagato atrás de mim.
- Vai, - disse sorrindo - e tu tens de descansar também, podes dormir no meu quarto, ok?
- Tens a certeza? - ele não parecia incomodado, mas parecia sentir que se intrometia na minha intimidade.
- Tenho.
- Arigató. - agradeceu ele, sem sorrir, mostrando apenas o seu olhar perdido e distante, e saiu do quarto.
Fiquei ali, ajoelhada ao lado de Yahiko, molhando constantemente o pano e voltando a pô-lo sobre a sua testa.
Ouvi o barulho da porta a abrir-se e pensei que certamente Nagato iria ter com o sensei, não tive tempo para me preocupar, pois senti uma mão agarrar-me o pulso com força. Olhei e vi que Yahiko tinha aberto os olhos, olhava para mim com um olhar doente mas carinhoso, os seus olhos brilhavam e o vermelho da sua cara tinha diminuído, o que significava que a febre também estava a baixar.
- Konan... - sussurrou ele abrindo um pouco os lábios.
Os meus olhos não conseguiam decidir para onde queriam olhar, se para a boca semi aberta dele, se para os seus olhos verdes a implorarem por mim.
- Konan... - chamou ele de novo.
- Yahiko... - murmurei eu sentindo minha face fervilhar e o meu coração disparar.
Senti um puxão no pulso e logo a seguir outro na cintura e quando dei por mim estava por cima dele, comecei a piscar os olhos freneticamente e tentei sair mas ele estava a segurar-me a cintura com imensa força.
- Estamos como naquele dia... - murmurou ele.
Era verdade, eu conseguia sentir o calor que saia da sua respiração e ver os seus olhos verdes olharem nos meus. Conseguia sentir todo o meu corpo comprimido contra o dele, realmente a unica diferença era que, desta vez, eu estava encima dele.
Não resisti, aqueles lábios rosados, entreabertos, esperando por mim. Mordi o lábio inferior e agarrei a cara dele com as duas mãos, capturando os lábios dele. Fiquei com os lábios sobre os dele, tal como da última vez, mas ele não se ficou por ai e apertou a minha cintura com mais força, senti algo úmido invadir a minha boca, e sabia que era a língua dele.
Serrei os olhos ainda com mais força e senti a língua dele chegar á minha, tocando-lhe com a ponta, tentei afastar a minha da ele mas ele perseguiu-me, fazendo-me desistir temporariamente de lutar contra aquilo. Comecei a enlear os meus dedos no cabelo ruivo e soado dele, e as nossas línguas começaram a encontrar-se, parecia que estávamos a jogar ás escondidas dentro das nossas bocas. Beijamo-nos durante algum tempo e comecei a precisar de ar então libertei a minha boca da dele, tentando recuperar o folgo, e olhei-o nos olhos. Ele estava a sorrir para mim.
- Konan... - murmurou ele de novo, fechando os olhos de seguida.
Ele libertou a minha cintura lentamente, e depois o meu pulso e eu sai de cima dele, ajoelhando-me de novo ao lado dele.
O pano tinha caído da sua testa durante o nosso beijo, apanhei-o e voltei a molha-lo na água fria, pousando-o outra vez na testa de Yahiko.
Parecia ter adormecido e eu sorri- Nagato tinha razão- Talvez valesse a pena não desistir daquilo que sentia por ele. Corei e sorri feliz, tirei o pano da testa dele e dei-lhe um beijo naquele local, voltei a passar o pano na água e a polo na sua testa, repeti aquele ato muitas vezes durante aquela noite... foi realmente uma noite muito longa. Fiquei até altas horas da noite a tirar, molhar e voltar a colocar aquele pano na testa de Yahiko, até que não aguentei mais e deixei-me cair sobre o peito dele e fiquei assim. O cheiro dele era tão bom e estar encostada contra aquele peito forte era tão confortável... bocejei... fechei os olhos... bocejei de novo... respirei fundo... e adormeci.

Comecei a sentir leves abanões no ombro e uma voz ao fundo, muito longe.
- Konan, - chamava a voz - Konan acorda.
Estava com muito sono e ao abrir os olhos a minha visão estava torva, mas consegui ver os cabelos cor de laranja de Yahiko, sorri e esfreguei os olhos. Acordar com ele era tão bom...
- Haaaaaa! - gritei ao perceber, eu tinha adormecido e dormira ao lado dele - Desculpa, eu não devia ter adormecido!
- Calma, calma. - pedia-me sorrindo.
- Sentes-te melhor..? - acabei por perguntar enquanto me sentava ao seu lado, pondo a mão na sua testa.
- Hai.
- Não tens febre, - sorri pegando no alguidar e no pano - fico contente.
Preparei-me para sair do quarto, perguntava-me se Nagato ainda estaria a dormir no meu quarto, mas eu só queria deitar-me um pouco para acalmar as dores nas costas provocadas por a posição em que tinha dormido, o chão da sala ia servir.
Quando estendi a mão para abrir a porta fui impedida por um chamamento de Yahiko:
- Konan!
- Sim? - perguntei voltando-me para ele.
- Arigató.
- Porquê..?
- Curaste-me.
- Só te baixei a febre.
Ele levantou-se e veio até perto de mim, o meu coração disparou quando ele me pegou na mão e voltou a olhar para mim com aqueles intensos olhos verdes.
- Estava a referir-me ao beijo.
- Ho... - corei - não foi nada.
Yahiko pegou no alguidar, pousou no chão e agarrou-me pela cintura pousando os lábios sobre os meus, como se a pedir permisão para me beijar.
Para me beijar como na outra noite... comecei a ficar nervosa, mas ignorei, estava determinada a dar uma change áquilo que sentia por Yahiko, estava mesmo, mas quando fechei os olhos para sentir os seus lábios a porta de correr foi aberta e contorci-me, corando de uma só fez.
- Sensei! - gritou Yahiko e eu foi forçada a olhar.
Jiraya-sensei estava a olhar para nós de boca aberta, sem saber o que dizer, apenas a olhar para nós.
- I-i-is-isto não é o que parece! - guinchei eu atrapalhada.
- Ai não? - Nagato apareceu, sorrindo, tocando-me na face e mostrando o dedo - Pensei que ele fosse mesmo tirar-te esta pestana.
- Pestana, sim, era isso, - disse Yahiko - ia tirar a pestana.
- Humm... ok. - disse o sensei olhando para todos nós - O pequeno-almoço está pronto, venham comer.
Olhei para Yahiko e respirei fundo, peguei o alguidar e levei-o para a cozinha, indo depois sentar-me com eles na mesa. O sensei estava a rir e a dar palmadinhas nas costas de Yahiko.
- ... tu e a Konan são quase irmãos, era estranho se te aproveitasses dela. - estava o sensei a dizer.
Aproveitar-se? De mim? O meu mundo feliz estava a cair por terra. Seria possível que Yahiko estive mesmo a aproveitar-se?
- Eu nunca me aproveitaria da Konan, sensei. - exclamou Yahiko olhando para mim no final da frase.
- E, se algum dia algum de nós se apaixonar por ela - disse Nagato comendo o seu arroz, parecia muito mais animado - nós não somos realmente irmãos.
- É verdade, - concordou o sensei - e de certa forma seria um romance interessante.
Eu e Yahiko tentámos acompanhar as gargalhadas de Jiraya e o riso divertido de Nagato. Gostaria de saber o que fez com que ele saísse daquele estado de espirito negro, mas ele parecia mais feliz do que nunca e eu não ia estragar isso com perguntas desnecessárias.
- Bem, vou indo. - disse o sensei levantando-se - Hoje estão por vossa conta.
- Como assim? - perguntou Yahiko.
- Tenho de tratar de uns assuntos, - disse saindo - até mais!
O sensei tinha saído e tanto o meu, como o olhar de Yahiko se focaram em Nagato.
- Porque nos ajudas-te? - perguntou Yahiko sem meias medidas, fazendo-me corar novamente.
- Como sabias o que estava a acontecer? - perguntei eu.
- Calma, calma... - pediu ele sorrindo - eu estava sentado á mesa e vi o sensei ali parado, então foi espreitar e vi aquilo. Depois vi a pestana na tua cara e resolvi arranjar aquela desculpa.
- Arigato... - dissemos os dois suspirando de alivio.
- Vocês vão iniciar uma... relação? - perguntou Nagato.
- Não! - exclamei de imediato.
Eles olharam-me, Nagato com uma expressão confusa e Yahiko com uma de quase tristeza. Ele esperava que eu disse-se que sim? Mas, eu não podia. Depois daquilo que o sensei tinha dito, eu não podia estar com o Yahiko como um casal feliz. Ele tinha um objectivo, um sonho, e eu seria uma distração. Ou seriam todos estes motivos apenas desculpas para o sentimento de confusão no meu peito?
Eu realmente não sabia, mas existia algo a dizer-me que nós não devíamos oficializar nada, nem deveria existir nada. Mas quanto a existir, eu não podia apagar os meus sentimentos, e também não podia garantir que sempre me ia conseguir segurar com as investidas dele.

O tempo foi passando, nós continuamos o nosso treinamento, tornando-nos cada vez ninjas mais fortes. Eu tinha consciência de que qualquer um de nós tinha evoluído muito, e que o nosso sonho de trazer a paz a um mundo de guerra estava a tornar-se cada vez maior.
Um dia Jiraya-sensei chamou-nos lá fora, estava a chover e então ele disse-nos que iria partir. Disse-nos que estávamos prontos para tomar conta de nós mesmos e para seguir os nossos objetivos, a mim em particular disse-me que eu ia crescer e tornar-me uma bela mulher.
Chorei muito naquele dia, mas nós realmente partimos. Não tínhamos outra alternativa, era desta oportunidade que estávamos á espera para começar os planos de Yahiko para se tornar um "quase-deus".
Partimos e formamos um grupo, Akatsuki, e começamos a angariar membros, tornamo-nos um grupo grande e poderoso e vivíamos todos num grande esconderijo.
Yahiko era o líder da nossa organização, o que me enchia de orgulho, e eu e Nagato os sub-lideres, estávamos sempre rodeados de muitas pessoas que nos seguiam e tinham muito orgulho em pertencer ao nosso grupo, mas, dentro de mim, sentia-me vazia, sozinha... até quando aquele sentimento de solidão iria continuar a pesar no meu peito? Nas sombras de Yahiko, eu continuava a ama-lo.
Já tinham passado dois anos desde que Jiraya-sensei tinha partido e eu agora eu uma mulher, de vinte anos, que passava os seus dias a suspirar por um amor correspondido por dois beijos e depois afogado nas sombras, tinha sido deixada para segundo plano em relação ao sonho dele, facto que compreendia, mas que me magoava.
Vivia no meio de loucos e homens sem escrúpulos e indignados, vivia como um homem, sempre coberta por aquele manto negro com nuvens vermelhas. Apenas as figuras de origami que continuava a construir me deixavam espairecer um pouco, divertia-me com duas pequenas figuras, que representavam eu e Yahiko, onde eu as ponha lado a lado e imaginava mil e uma situações.
No entanto, quando criei aquelas duas figuras, senti-me mal por não fazer uma também de Nagato, então eu fi-la, e ponha-a um pouco atrás das nossas. Eu sentia que ele e ainda ia ter um papel muito importante na minha vida e amava-o, a ele sim, tal como um irmão.

 
Capitulo 4 [+18]
 

Eram quatro da manhã e eu não conseguia dormir, estava às voltas na cama à horas e além disso estava um calor infernal.
Resolvi levantar-me e ir até o jardim - na realidade não era um jardim, era um bocado de relva ao ar livre, mas servia para apanhar ar - do esconderijo.
Levantei-me lentamente e caminhei pelo esconderijo até chegar ao espaço que funcionava como uma sala de refeições e vi um maço de tabaco em cima da mesa, deveria pertencer aquele imprestável baka que andava sempre a fumar como uma chaminé, dei de ombros e peguei no maço, levando-o comigo.
Fui depois até à cozinha e encontrei um esqueiro numa gaveta que levei também, e então sai para o "jardim". Fiz um gesto com a mão e várias folhas de papel se amontoaram, criando um acento para mim, onde me sentei. Já sentada respirei o ar fresco da madrugada e tirei um cigarro do maço, acendendo-o com o isqueiro. Engasguei-me um pouco, pois só tinha fumado uma vez, com Yahiko e Nagato, logo depois de o sensei nos ter deixado.
Fiquei ali, a fumar cigarros uns atrás dos outros sem sequer fazer ideia de onde vinha aquele gosto repentino, sentada numa pilha de papeis até que vi alguém a chegar. Não liguei, devia ser algum dos membros que também não conseguia dormir e ao reparar que eu estava por perto iria fugir a sete pés.
Mas ele não o fez, abriu a porta e saiu, eu não estava a olhar para ele, mas sentiu encostar-se à parede ao meu lado.
- Não consegues dormir? - reconheci a voz imediatamente, era Yahiko.
- N-não.. - respondi disfarçando o embaraço por ele me apanhar a fumar, dando mais um bafo no cigarro.
- Não sabia que agora fumavas.
- Andamos tão distantes, mesmo estando sempre tão perto, que eu acho que mesmo se fumasse tu não saberias.
- Se não fumas, porque estás a fumar?
Dei de ombros, nem eu mesma sabia.
- Preocupada com alguma coisa?
- Hia, hia, não te preocupes comigo, Yahiko.
- Konan... - olhei para ele pela primeira vez e viu-o fitar o chão corado - tenho saudades dos teus beijos.
- Isso foi a tanto tempo... - levantei e fiz o banco de papel juntar-se ao meu corpo, desaparecendo e ficando agora de pé encostada à parede.
- Sinto a tua falta, quero-te mais perto de mim.
- Também quero recuperar a nossa grande amizade... andamos muito distantes, mas é normal agora que...
- Não! - gritou ele e deu um morro na parede mesmo ao lado do meu pescoço sem tirar de lá a mão, estava muito perto de mim, assustadoramente perto de mim - Konan, lembras-te do que o sensei te disse quando nos deixou?
- Hai, demo...
- Conseguis-te. - interrompeu-me - És uma mulher linda.
Reparei que ele não estava a olhar mais para a minha face e sim para o meu corpo, tinha-me esquecido que tinha vestida apenas uma camisa de noite pelo joelho, branca e transpirada, o que fazia com que se pudesse ver bem os contornos do meu corpo debaixo daquele tecido.
- Yahiko... - murmurei ao vê-lo levantar o olhar e encarar-me com aqueles olhos verdes cheios de ternura.
Ele podia ser um assassino temido, e o líder daquela perigosa organização, mas continuava a ser o Yahiko que eu sempre adorara e por quem me tinha apaixonado.
Não havia motivos para me preocupar então simplesmente enrolei os meus braços em volta do seu pescoço enquanto ele fazia o mesmo na minha cintura, e deixei que ele toma-se a minha boca, introduzindo a sua língua dentro da minha boca tocando-me.
As nossas línguas pareciam duelar por espaço, batiam uma na outra tocando-se de forma que despertou os meus sentidos. Senti o meu corpo ficar quente e relaxar perante a figura de Yahiko, o que não era muito comum. Ele apertava a minha cintura com força com as mãos abertas e espremia o meu corpo contra a parede. Yahiko tocava o meu corpo de uma forma nova, quase violenta, mas calorosa. Eu conseguia sentir o quanto ele me desejava.
Yahiko libertou a minha boca e a sua respiração estava pesada. Mas isso não o impediu de me prender num segundo beijo, em que uma das suas mãos se mudou para pousar no meu pescoço, fazendo o cotovelo dele tocar num dos meus seios.
Foi então que um gemido saiu da minha boca, a minha intimidade estava extremamente quente, e eu apertei forte as roupas dele.
- Vamos continuar isto no meu quarto, sim? - perguntou-me dando-me um beijo leve nos lábios.
- Iameté... - sussurei eu - iameté, onegai.
- Mas porque, Konan?
- Estás a usar-me?
- Não! - Yahiko segurou-me as mãos e olhou fundos nos meus olhos - Eu gosto de ti, daquela forma, à já alguns anos... quero sentir o teu toque de novo.
- Então porque não nos ficamos por um beijo, como de antes..?
- Porque nós crescemos, e eu já não quero só um beijo, mas se quiseres eu posso ir embora.
- Hia! - gritei segurando no seu pulso - Vamos.
Olhei fundo nos olhos dele e então enchi o peito de ar e deixei que Yahiko me segura-se pela mão até ao seu quarto pelos corredores escuros, deitou-me delicadamente na sua cama e tirou-me a camisa de noite, ao mesmo tempo que ia depositando beijos leves e carinhosos por todo o meu corpo. Eu estava nua perante ele, de repente tomei consciência do que estávamos a fazer e fiquei envergonhada, tentando tapar-me com os lençóis da sua cama.
- Que se passa, Konan? - perguntou-me.
- Nada... - respondi - eu... eu ac-acho que estou um pouco nervosa, mais nada.
Ele tirou o pijama, ficando apenas com a sua roupa intima e eu olhei para o peitoral dele, que parecia ter sido esculpido, ele era tão prefeito. Viu-o debruçar-se sobre mim e dar-me um leve beijo na orelha sussurrando:
- Eu prometo que não te vou magoar, sim?
- Em que sentido? - tinha medo que ele se referi-se apenas ao sentido carnal de magoar.
- Todos, - respondeu olhando-me nos olhos, um pouco corado, via-se que também estava nervoso - nunca vou deixar que te aconteça nada de mal.
Ele capturou os meus lábios de maneira lenta e suave, dando-me um beijo carinhoso, onde a nossa saliva se misturou e as nossas línguas dançaram, sem fugir, e sim a tocar-se de forma ritmada.
- Yahiko... - disse eu, envergonhada por aquilo que lhe ia perguntar, mas eu precisava saber se ele tinha esperado tanto quanto eu - é a primeira vez que estás a fazer isto?
- É, eu esperei por ti.
Desta vez fui eu que aprisionei os seus lábios, entrelaçando os dedos de uma das minhas mãos nos seus cabelos e outra agarrando fortemente o seu pescoço.
Ele estava deitado sobre o meu corpo nu e tinha as mãos pousadas sobre as minhas coxas, no entanto, quando soltei um leve gemido no meio do nosso beijo ele apertou-as, fazendo-me abrir as pernas, deixando-o encaixar-se no meio delas. Quando os nossos lábios finalmente se descolaram eu tinha a respiração ofegante e o meu coração batia de forma violenta.
Vi Yahiko desfazer-se do pouco tecido que ainda separava os nossos corpos e não me incomodei com isso, apenas esperei por ele.
Ele voltou e acomodou-se de novo sobre mim, era delicado e carinhoso, fazendo-me gemer mais rápido e alto, a minha respiração estava acelerada e sentia a minha intimidade úmida, aquilo era tudo tão estranho para mim... mas aos poucos estava a relaxar e a despreocupar-me com a situação. Ele estava a ser extremamente carinhoso, passando a língua lentamente nos meus peitos enquanto os apertava suavemente com as mãos. Os meus gemidos estavam a aumentar de frequência, já não conseguia reprimi-los quando a boca dele atravessou o meu corpo para chegar ao meu umbigo, deu-me leves beijos na barriga fazendo-me sorrir, e depois parou olhando para mim, voltei a corar e desviei o olhar do dele.
Estava à espera que disse-se alguma coisa, mas não o fez, apenas continuou. Estava, no entanto, um pouco vermelho e a sua respiração também estava ofegante, e parecia nervoso.
- Tenho medo de te magoar... - disse-me e eu sorri para ele - estou a falar a sério.
- Nós somos amantes agora, - disse-lhe respirando ofegante - porque haverias de ter medo disso?
- Porque és importante para mim.
Com aquelas palavras eu fiquei extremamente feliz, por momentos distrai-me da excitação que sentia e pensei apenas que ele me amava como eu a ele. Foi a primeira vez que pensei no que sentia por ele como realmente amor, mesmo que já o soubesse.
- Não tenhas medo. - disse-lhe segurando com as minhas mãos nas suas, entrelaçando os nossos dedos.
Desviei o olhar, a verdade era que estava muito nervosa e com medo da dor, eu não sabia ao que ia, mas sabia que queria.
Não consegui não gritar, mesmo que Yahiko tenho sofucado o som com um beijo, fazendo-me também ficar mais calma. Sentia dor e prazer, ele estava a magoar-me na realidade, pensei que talvez me custa-se menos se ele o fizesse mais rápido mas foi nesse momento que eu o ouvi gemer. Ele deu apenas um leve gemido, mas mesmo assim foi ótimo ouvi-lo, senti que também lhe estava a dar prazer e então deixei que ele continua-se a magoar-me.
Eramos um só agora, e então ele parou um pouco e olhamo-nos nos olhos por momentos.
E continuamos. Soltando-nos aos poucos. Deixando de reprimir todo o que sentíamos um pelo outro e que tinha sido guardado durante tanto tempo dentro de nós e no nosso silêncio.
Ficamos deitados lado a lado, tentando recuperar a nossa respiração. Descontrai, sentindo o meu corpo exausto e dorido e fechei os olhos, respirando fundo e sentindo aquele cheiro que pairava no ar. O cheiro ao nosso suor, ao nosso amor.
Senti os fortes braços de Yahiko puxarem-me para perto de si e abraçarem-me, dando-me um leve beijo no ombro.
- Konan... - murmurou ele fechando os olhos, devia estar exausto e logo se deixaria dormir, talvez já estivesse.
- Amo-te, - disse eu - Yahiko.

No outro dia de manhã acordei com algumas pancadas na porta, o quarto estava escuro e deixei-me deslizar para fora da cama, abrindo a porta ainda a bocejar.
- Sim? - perguntei ensonada.
- Konan?! - perguntou estupefacto Nagato olhando para mim enrolada apenas num lençol.
Eu estava a esfregar os olhos mas assim que ouvi a voz de Nagato repleta de surpresa e confusão entendi o que se passava. Eu ainda estava ensonada, e tão feliz pela noite anterior, que me tinha esquecido de que ocultar o que tinha acontecido era uma ótima ideia.
- Na-nagato... - disse eu puxando o lençol mais para cima - e-eu... bolas.
Com um gesto várias folhas de papel vieram cobrir-me todo o corpo, deixei o lençol cair no chão e do nada tinha um vestido de papel sobre o corpo, então, sorri embaraçada para o meu amigo de infância.
- O Yahiko..? - perguntou ele um pouco constrangido com a situação.
- Ha, pois, está a dormir! - eu estava nervosa com toda aquela situação - Entra, vou deixar-vos falar!
Ele entrou no quarto e eu sai, fechando a porta e ficando encostada a ela, então não resisti a ouvir o que dizia.
- Na...Nagato! - gritou Yahiko com surpresa.
- Calma, calma... - disse o meu amigo de cabelos vermelhos escuros - não foi comigo que passas-te a noite, a roupa interior da Konan ainda está em cima da mesa de cabeceira.
Corei ao ouvir aquilo, como podia ter-me esquecido da minha roupa ali?!
- Ha... onde está ela? - perguntou Yahiko.
- Saiu para falarmos, eu vinha só ver se estavas acordado, mas pronto.
- Ho, ela deve estar um pouco nervosa...
- Bolas! - exclamou Nagato e eu fiquei tensa - As situações constrangedoras por que vocês me fazem passar, idiotas!
- Não me chateies. - Respondeu Yahiko. - E não olhes para a roupa interior!
- Não estava a olhar...
- Ela é minha Nagato, - ouvi o som de Yahiko a pular encima da cama - ela disse que me amava!
- Estás realmente feliz. não é?
- Claro! - exclamou ele - Eu esperei toda a vida por este dia... o dia em que ia acordar com a Konan comigo.
- Fico muito feliz por vocês, sabes que já andava a torcer para que acontecesse...
Sorri. Já não fazia sentido estar a escutar aquela conversa, sai com um sorriso de orelha a orelha e preparei-me para ir até à cidade comprar alguma coisa para fazer no almoço, hoje era o meu dia de cozinhar, e mesmo que tivesse de dar comida todos aqueles bastardos também daria a Yahiko e Nagato, e eu queria dar algo muito bom ao Yahiko.
Senti uma leve dor na anca, fechei os olhos e levei a mão até lá, mas sorri. Eu sabia exatamente o que causara essa dor, e não me importava minimamente.

 
Capitulo 5 
 

Estava a passear pela cidade, com o meu manto da Akatsuki voltado do avesso - sabia que Yahiko não gostaria se me visse fazer aquilo ao uniforme da nossa preciosa organização, mas era um dia feliz demais para eu ser olhada de lado por todas as pessoas..
Yahiko surgia constantemente na minha mente, sentia-me extremamente feliz e as recordações quentes da noite anterior aqueciam o meu coração.
Ia completamente perdida nos meus pensamentos apaixonados quando senti um forte puxão no braço, foi arrastada para um beco escuro e recebi uma pancada na cabeça com o intuito de me fazer desmaiar, no entanto, com a camada de papel que eu tinha sempre a proteger o meu corpo fez com que apenas caísse.
Vi um grupo de homens, ninjas da névoa, abrirem o meu uniforme para verificar se não era o casaco da Akatsuki, mas apenas voltado do avesso. Tinham razão, eu tinha sido caçada, caçada e descoberta como um criança... ao como um tola adolescente apaixonada.
- Iaa... - tentei gritar mas não consegui, as minhas costas tinham batido no chão e estava a doer, e a pancada na minha cabeça tinha sido dada com demasiada força, eu sentia-me atordoada.
- Ela ainda está consciente! - gritou um dos ninjas dando-me um forte murro na cara ao mesmo tempo que um outro me batia novamente na cabeça. Não aguentei desta vez e desmaiei.

Quando os meus sentidos voltaram, lentamente e acompanhados de uma dor forte na cabeça, vi que estava presa com correntes de ferro a um poste, dentro de uma espécie de cela. Estava escuro mas percebi imediatamente que quem quer que me tivesse raptado sabia muito mais do que devia sobre mim, inclusive sobre o meu jutsu, pois se me tivessem amarrado com cordas normais eu te-las ia cortado com papel. Não sabia por quanto tempo tinha ficado inconsciente, mas estava com fome e alguma sede.
Ouvi uma porta, cuja eu ainda nem tinha identificado, abrir-se. A luz que inundou a sala naquele momento obrigou as minhas pálpebras a fecharem-se, mas quando os meus olhos se habituaram à claridade vi um homem alto que me desamarrou das correntes e me agarrou os pulsos com força.
- Larga-me, filho da..! - comecei a gritar.
- Estás caladinha!
- Larga-me agora, larga-me!
- Vamos ver se te comportas!
- Vou matar-te, bastardo.
Ele sorriu maliciosamente para mim e empurrou-me, fazendo-me bater com as costas na parede e chegando muito perto. Fiquei com medo, ele estava a segurar as minhas mãos de maneira a eu não conseguir usar jutsus e ainda por cima o meu estado era de fraqueza, não ia conseguir ataca-lo com taijutsu.
- Vamos lá ver de que material és feita... - disse ele aproximando-se de mim e agarrando o meu queixo com uma mão, tentando beijar-me.
- Hia! Hia! - comecei a gritar tentando libertar-me.
- Já chega! - gritou um outro homem vindo da porta - Mandei-te traze-la, e não viola-la.
O homem desapareceu antes de lhe conseguir ver o rosto, mas não tinha tempo a perder com isso. Fui arrastada de imediato para fora da cela escura e precorremos um largo corredor, o homem que me maltratara abriu uma porta e empurrou-me para lá, fazendo-me cair no chão batendo com o queixo no chão frio.
Quando ergui o rosto vi o homem que, com toda a certeza, era o responsável por o meu rapto: Hanzou. Aquele era o homem que Yahiko queria matar, aquele era um dos responsáveis pela guerra que matara os seus pais e amigos, aquele homem era um alvo a abater.
- Está na hora, - disse Hanzou - tragam-na.
Fui arrastada durante horas, até chegarmos a uma das antigas áreas de combate. Fiquei confusa quando fui abrigada a ser exibida na fila da frente do enorme batalhão que ali se instalava mas logo depois entendi.
A Akatsuki chegou, com Yahiko e Nagato na frente. Tanto um como o outro com expressões extremamente sérias e encarando Hanzou com raiva.
- Nós temos a rapariga. - disse o meu raptor calmamente.
- Devolve-nos a Konan! - gritou Yahiko com o rosto repleto de raiva, os seus olhos verdes pareciam querer engolir Hanzou.
- Nós iremos devolve-la, - respondeu ele - com uma condição.
- Que condição? - perguntou Yahiko.
- Tu! - gritou Hanzou apontando para Nagato com uma kunai que lhe lançou - Terás de matar o líder.
- O quê? - perguntou Nagato incrédulo segurando a kunai.
- Só depois iremos devolver a mulher.
Não, eu não queria acreditar que aquilo estava a acontecer. A acontecer por minha causa e porque eu era uma grande idiota, porque era era estúpida e fraca...
- Hia! Hia, Yahiko! Hia! - comecei a gritar enquanto grossas lágrimas caiam da minha face.
Vi Yahiko fazer sinal afirmativo a Nagato, dizendo-lhe para o matar. Mas aquilo não podia acontecer, eles não iam mata-lo por minha causa, não podiam! Nagato segurou a kunai, eu não queria acreditar que ele o ia matar, não podia.
- Iameté, Nagato! - gritei com raiva - Deixem-me morrer! Salva o Yahiko! Iameté!
Nagato olhou para mim e eu comecei a chorar, a chorar ruidosamente até que vi Yahiko correr na direção de Nagato. Fui tudo tão rápido, tudo tão depressa... Yahiko tinha espetado a kunai no seu próprio peito. Yahiko estava a cair ao chão, com sangue a escorrer dele... não, eu não queria acreditar. Yahiko estava morto.
- YAHIKOOOOOOOOOOOOOOO! - gritei enquanto as minhas lágrimas eram impulsionadas para a frente.
Nagato ficou algum tempo a olhar o corpo morto do amigo, parecia não ter reação até que olhou para Hanzou e disse:
- A Konan.
- Como? - perguntou.
- A Konan! - gritou Nagato serrando os pulsos.
- Achas mesmo que vos vamos devolver a vossa puta de estimação? - perguntou Hanzou num tom sarcástico - Ela vai morrer também!
- Eu disse... - sibilou Nagato - que queria a Konan!
Deu-se um clarão de luz que me ofuscou e me fez cair para trás, o rinnegan de Nagato tinha despertado, e eu sabia o que isso significava.
Senti uma especie de tremor por baixo dos meus pés, por baixo de todo o meu corpo caído no chão, por baixo da minha cabeça, e acabei por perder os sentidos.

Acordei na minha cama, no esconderijo e conseguia ouvir gritos que indicavam uma discussão, na sala de refeições. Não conseguia entender o que diziam mas, fosse qual fosse o tema de certo não me ia agradar.
Uma dor tinha-se instalado firmemente no meu peito, sentia que todas as forças do meu corpo se tinham extinguido, eu não queria mais viver. Senti lágrimas silenciosas correrem os meu rosto e acabei por fechar os olhos com força enquanto rasgava o uniforme da Akatsuki que vestia, rasguei todo aquele tecido aos gritos e a chorar de forma violenta, fiquei apenas com as minhas calças negras e uma blusa azul que sempre vestia por baixo da capa.
Gritei e esmurrei a parede, derrubei todo o que se encontrava no quarto, incluindo o roupeiro que atirei ao chão, gritando de dor e desespero. No meio da minha fúria começar a dar violentos murros na parede enquanto gritava a plenos pulmões e chorava, no meio de tudo aquilo a flor do meu cabelo caiu ao chão, e seguidamente todos os milhares de papeis que cobriam o meu corpo caíram também.
- Konan! - gritou Nagato entrando de repente no quarto olhando com desespero para o estado do quarto, e possivelmente também o meu.
Sentia-me suada e com a cara inundada de lágrimas. Parei de bater na parede e voltei-me para ele, com as mãos raspadas onde tinha batido, e olhei para o chão. Todo aquilo era culpa minha, a morte de Yahiko, o sofrimento de Nagato, a discussão com os outros membros... tudo se devia às minhas fraquezas.
- Konan, eles saíram. - informou-me Nagato num tom baixo.
- Quem saiu de onde? - perguntei num tom agressivo.
- Os membros, da Akatsuki.
- Eu vou sair também, - disse eu passando a um grito de dor depois - por mim esta estupida organização acabou!
- Não sejas estupida! - gritou-me Nagato aproximando-se de mim.
- Eu sou estupida, Nagato! Sou fraca! Por isso é que o Yahiko morreu! Sou fraca e esta merda de organização não faz mais sentido!
Nagato não respondeu à minha frase verbalmente, em vez disso a sua mão fez uma trangetoria e acertou com força na minha cara, fazendo-me encostar à parede e agarrar a cara.
- Na-na-nagato...
- Baka! - gritou-me - Baka! O sonho do Yahiko era matar aquele homem e ficar com o lugar dele! Nós podemos fazer isso, os dois! Por ele!
- Vais continuar o sonho do Yahiko..?
- Vou, - o seu tom voltou ao normal - este sonho já não é só dele, e pensei que também fosse um pouco teu.
- Nagato... a culpada pela morte doYahiko foi eu.
- Não tiveste culpa nenhuma! - gritou Nagato olhando para mim com aqueles olhos circulados - Ele escolheu salvar-te!!
Ele estava á espera que eu disse-se alguma coisa, mas eu não sabia o que dizer. Não era normal aquela confiança nele, o que significava que ele tinha algo em mente.
- Tu já tens um plano, não tens? - perguntei eu.
- Tenho.
Olhei-o nos olhos por uns segundos e tive certeza de que podia confiar nele.
- Nagato, - disse eu calmamente, respirando fundo - eu preciso de passar algum tempo... longe.
- Eu entendo. - respondeu-me ele.
- Vou arrumar as minhas coisas... e arranjar um sitio qualquer, diferente, para ficar.
- Vais ficar bem, Konan?
- Vou.
Ele puxou-me pelos ombros e abraçou-me.
- Espera por uma carta minha, sim? - perguntou-me.
- Como vais encontrar-me?
- Deixa comigo...

Nesse dia arrumei todas as minhas coisas, fiz um ultimo jantar para Nagato e depois, quando a noite caiu e a unica companhia que tinha era a Lua, pois o céu não estava estrelado, e parti.
Não sabia para onde caminhava, nem o que deveria esperar... apenas sabia que não podia continuar naquele local por mais tempo, tinha de tentar aliviar a dor que sentia, e que parecia que nunca desapareceria. Deixei as lágrimas escorrerem por a minha face e andei em frente, horas e horas.
Caminhei á deriva por várias estradas, sem saber por onde andava, e acabei por parar à porta de uma pousada, situada mesmo ao lado da placa que anunciava a entrada no País do Fogo, entrei.
Aquele lugar parecia velho e deprimido, mas ao mesmo tempo calmo e com pouca clientela, decidi ficar.
Na recepção foi atendida por uma jovem com um sorriso alegre, que me indicou um quarto falando um pouco comigo sobre os serviços da pousada e refeições.
- Desculpe a pergunta, - disse ela um pouco envergonhada - mas está sozinha?
- Porque perguntas?
- É que... normalmente só recebemos ninjas aqui, e mulheres raramente vêem sozinhas.
- Bem, eu sou uma ninja e estou sozinha.
- Claro, desculpe a pergunta, eu apenas fiquei curiosa.
- Não tem problema.
Subi para o meu quarto, onde me despi e fiquei nua dentro de um roupão de quarto. Sentia-me bem assim, livre, pensei que talvez pudesse agora esquecer que era uma assassina, que tinha perdido o homem que amava depois de finalmente ter aceitado que o amava... aquela noite tinha sido magica, simplesmente mágica, e agora Yahiko estava morto, eu nunca mais voltaria a ver aquele rosto, aquele cabelo ruivo, ou aqueles olhos verdes.
Uma lágrima correu por a minha face, caindo no chão, não conseguia mais travar a dor e as lágrimas que reclamavam por sair, deixei-me cair em cima da cama e chorei até o Sol nascer no outro dia de manhã.
Vi o Sol nascer, com os olhos inundados em lágrimas e uma dor no peito que me consumia, novamente todas as folhas de papel que cobriam o meu corpo caíram e espalharam-se por o quarto, fiquei apenas ali, a chorar por ele.
- Yahiko... - mas por mais que chama-se não adiantava, ele não ia voltar.

Os dias estavam a passar, eu chorava todas as noites e por vezes a meio do dia.
Tinha acabado por me dar bem com a rapariga da recepção, Aki, e ajudava-a nalgumas tarefas. Tinha descoberta que a sua avó, dona da pousada, estava gravemente doente e ela tinha de segurar o trabalho na pousada pois o irmão mais velho estava fora, em viagem. Tive pena de Aki, eu sabia o que era segurar uma casa sem ajuda... mas, para além disso, ela era um ombro amigo, a unica amiga que eu tinha tido em toda a minha vida, e não fazia perguntas sobre a minha vida ou o meu passado, a unica coisa que fazia era apreciar os origamis que eu fazia, ensinando-a, quando estava triste. Era um ombro amigo, e isso era bom, eu não estava sozinha, e o Sol ainda continuava a nascer todas as manhãs...

Era um dia quente de Verão, já se passara um ano desde que chegara e a minha amizade com Aki tinha crescido. Eu estava sentada no ampendre da casa bebendo chá com Aki quando duas figuras entraram no jardim, vestidas com longas capas e chapéus que lhe cobriam as fases. Ficaram parados durante algum tempo e depois um dele aproximou-se de nós, tirando o chapéu.
- Olá, Aki. - disse. Ele era moreno e de olhos azuis, tal como ela, eram realmente muito parecidos.
Aki levantou-se de um salto e abraçou-o fortemente. Então eu percebi tudo: aquele era o irmão de Aki, o irmão de Aki tinha voltado. E para além de ter voltado, tinha trazido companhia, e eu estava a questionar-me a cerca daquela figura que continuava escondida debaixo daquele grande chapéu.
- Quem és tu? - perguntei eu olhando para o estranho.
- É um amigo meu, - respondeu o irmão de Aki, o qual eu já conhecia o nome, Usui - e tu quem és?
- Konan, - respondi encarando-o - estou aqui hospedada e tenho ajudado a tua irmã.
- Obrigada por tomares conta da onee-chan, - curvou-se perante mim - mas ele é um conhecido meu, podes pôr-te no teu lugar.
Estiquei a mão e vários pássaros de origami foram lançados contra o desconhecido, fazendo o chapéu dele cair.
- Uma shinobi? - disse o rapaz com uma voz grossa e fria.
- Ai. - respondi-lhe olhando para a sua cara, o seu cabelo longo, atado num rabo de cavalo e nas suas olheiras enormes.
- Disse para te pores no teu lugar! - gritou-me Usui, enquanto Aki o repreendia por falar assim comigo.
- Estou a por, - disse-lhe levantando-me - no lugar de amiga da tua irmã.
Voltei costas aos três e sai, entrando na pousada e subindo as escadas, em direção ao meu quarto.

 
 
 
 
 
 
 
 
:ph34r:  :ph34r:  :ph34r:
 
No total esta fanfic é constituída por 15 capítulos. Irei editar esta publicação à medida que os for acrescentando, pois mesmo que estejam terminados quero revê-los antes de postar. 
Obrigado por ler. 
Editado por JuH Fonseca
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gostei, ainda não li a parte para +18 porque pode entrar a minha mãe e depois não me deixa ir ao computador.

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LOOOOL não é um +18 critico, acho q a tua mãe n se apercebe xD  

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Ainda só li os 3 primeiros capítulos, mas estava à espera de um triângulo amorso Yahiko (bissexual) x Nagato (gay) x Konan (hetero) e acho que não vai acontecer ;_; 

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Não... esta fic é toda hetero... foi escrita á 4 anos. Mas agr q falas nisso é um ótima ideia xD de 

Se bem q eu tenho ideias de escrever um fic yaoi de Gintama brevemente  :blush:

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