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Bleach - New Generation [Cap.3]

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Bleach

New Generation

 

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Yurushimitsu Seika, uma recém formada da Academia, aguarda ser escolhida para um Esquadrão quando algo de caricato acontece e ela acaba onde menos pensava acabar. Tudo se desenrola da perspectiva dela.
 
Aviso: Esta fanfic contém linguagem imprópria e "cenas" impróprias a <16 anos!
 
Espero que gostem! ;)

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Capítulo 1 - Admissão

O laranja insípido do céu começa a desvanecer com a escuridão iminente, banhando os recentes graduados por um degradé de cores inconstantes. Cada um deles está nervoso e congelado no seu lugar, pés presos ao chão como se as suas vidas estivessem em jogo. A questão é que assim o era e cada um deles ansiava ouvir o seu nome através da voz autoritária de Isae Nanao.
- Cadetes! Quero silêncio! Os 12 capitães irão entrar por aquela porta daqui a nada. Quero-vos no vosso melhor!
- Sim, Tenente Nanao!
As paredes em redor tremeram consoante a porta gigante de madeira se desdobrou em duas, deixando os 12 capitães da Soul Society entrarem no recinto. Obviamente que o Capitão Comandante não se deslocaria para tal evento. Apenas os mais dotados entrariam no 1º Esquadrão. Lentamente eles se separaram, caminhando ao longo dos imensos corredores de cadetes, frágeis, nervosos, ultra confiantes. Os homens de casacos brancos, de tempo em tempo, paravam para falar com certos cadetes. Bloqueada na 7ª fila, 4ª coluna, a cadete Yurushimitsu Seika esperava passar despercebida neste confronto com os capitães e deixar as suas notas falarem por ela. Os seus cabelos vermelhos caíam na sua face e os seus olhos azuis focavam-se no chão. Ela corava, olhando para a ponta das suas sandálias, até uma mão lhe agarrar o queixo e forcá-la a olhar para cima. Os seus olhos curvavam-se como os de uma raposa e o seu sorriso matreiro fê-la tremer dos pés à cabeça.
- Nunca olhes dessa forma para um capitão. Cabeça erguida, Cadete.
Seika tremeu dentro do seu Kimono enquanto a sua mão deslizou do seu queixo para a atmosfera, num toque que pareceu demorar uma eternidade. Aquele simples momento, retornou-a até aquele momento... em que tudo mudara, em que ela mudara. Ela levantou a cabeça para olhar para os colegas que estavam na mesma posição que ela. Todos sabiam que o Capitão Ichimaru era assustador.



*

Isto nunca mais acaba. Olho para a minha direita e vejo que o Capitão Ichimaru está a percorrer a fila da frente. Pelo canto do meu olho reparo que alguém quebrou a formação e está a preparar-se para sair. Não! Ainda pensam que eu sou cúmplice! Isto é mau! Sem olhar, empurro a pessoa pelos ombros de volta à formação.
- O que...
- Cala-te! Eles conseguem ouvir-te! Se te vissem era mau para os dois!!!
Os meus olhos cruzam-se com os do Capitão Ichimaru que se debruça sobre os dois alunos da frente com um sorriso no olhar.
- Realmente te consegues fundir com a multidão, Capitão Hitsugaya?
O quê? Olho para o meu lado esquerdo, em choque, com a noção que acabei de empurrar um Capitão para a formação dos Iniciados. Eu acabei de confundir um Capitão!!! Os seus olhos turquesa gelam-me da cabeça aos pés ao mesmo tempo em que sinto a minha face a arder. Rapidamente olho para os meus pés, enquanto ele sai da formação, calmamente.
- Menos, Ichimaru.
Sem mais demoras ele percorre o resto da fila enquanto eu só penso que estou em maus lençóis. Porra. Mesmo a esta distância consigo sentir o seu reiatsu... mas... eu não me lembro de o sentir antes. Hm. Olhando uma última vez para o Capitão Hitsugaya ele retorna-me o olhar, lançando um arrepio pela espinha. Libertando o ar que tinha nos pulmões, expiro, sentindo o peito mais leve umas quantas toneladas. Estou feita ao bife, tenho a certeza... Depois disto, ninguém me vai escolher para uma divisão. Devem-me achar uma otária.
Até as visitas estarem concluídas ainda demora, deixando-nos cansados de permanecer no mesmo sitio durante tanto tempo. Subitamente os capitães dirigem-se à saída e somos encaminhados até ao Grande Hall. Enquanto os outros se agrupam com os amigos eu decido sentar-me junto a um dos pilares no canto direito da sala. Nunca tomei o devido tempo a conhecer nenhum dos meus companheiros de aula... mas como sei se posso confiar neles? Prefiro ficar na dúvida. Agarro na minha zanpakutou, afagando-a contra o meu peito.
- É bom poder contar contigo Finikkusu.
A voz da Tenente Nanao é ouvida pelo intercomunicador, chamando vários nomes e encaminhando-os para salas diferentes. O grupo está a ficar cada vez mais pequeno e a minha esperança está a desmoronar-se a cada segundo.
- Ikase Monoko, Yurushimitsu Seika. Corredor 3, Porta 1.
O quê? O meu nome! Rapidamente me levanto e sigo um grupo de 9 pessoas até ao sitio indicado. Deve ser engano... A Monoko sempre teve notas top, como é possível estar na minha formação? Um dos oficiais abre-nos a porta 1 e nós entramos para uma sala pequena com dois sofás.
- Fiquem aqui. O vosso Capitão irá chamar-vos para uma audiência dentro de instantes.
Enquanto os outros se sentam nos sofás eu prefiro sentar-me no chão com a minha zanpakutou entre as pernas, com o punho junto ao meu pescoço. Já estou habituada aos olhares estranhos mas estes são diferentes. Decerto estarão a pensar o mesmo que eu... Que é engano.
- Podes sentar-te no meu lugar, se quiseres.
Um dos rapazes levanta-se e aponta o seu braço para o seu lugar. O seu cabelo castanho contrasta com os seus olhos verdes e existe uma determinação inconstante na sua postura. Ele sorri para mim mas eu digo:
- Obrigada, mas eu fico melhor assim.
Sem hesitar ele senta-se ao meu lado, apoiando os braços nos joelhos flectidos.
- Tens razão, sabes... Daqui temos uma melhor vista táctica, Ms. Seika.
- Hm.
- És um pouco... loba solitária, hein?
Eu aceno positivamente, olhando-o com um olhar sério.
- O meu nome é Jaeger. Eren Jaeger.
- Já sabes o meu.
- Sei... sim.
Um dos oficiais entra na sala, chamando:
- Eren Jaeger.
O rapaz levanta-se, mandando-me um sorriso rápido. O seu look é tão... crude... e atraente. Seika! Que raio estás a pensar? Tens preocupações maiores do que isto... Quem estará lá dentro? Dez minutos depois ele retorna, com um sorriso estampado nos lábios, maior do que a sua cara.
- Foi tão divertido! Ele é fantástico!
- Kaoru Lliane!
Uma rapariga de cabelos loiros desaparece pela porta, deixando-nos na expectativa.
- Oh. Quem é o Capitão?
Ele olha-me com uma expressão curiosa e incrédula. O que foi?
- Não sabes onde estás?
- Não.
- Isto é o edifício da 10ª Divisão! Vais conhecer o Capitão Hitsugaya.
O meu coração sobe-me até à boca juntamente com uma vontade de vomitar. O Eren apercebe-se e rapidamente me tenta acalmar.
- Ele não te vai julgar pelo que aconteceu. Ele escolheu-te... por alguma razão.
A rapariga loira retorna da sala com um sorriso nos lábios e o oficial retorna à nossa divisão.
- Yurushimitsu Seika.
Merda. Sinto as minhas pernas a tremer enquanto me levanto, seguida pelos olhares do resto do grupo. Dou alguns passos até o Eren chamar o meu nome. Volto-me, enquanto ele se levanta.
- Espera! Leva isto.
Sem contar ele retira o seu cachecol vermelho e coloca-o em redor do meu pescoço. É suave e cheira a perfume... é tão... convidativo.
- Espero que te suavize um pouco essa ansiedade. Tu consegues. Boa sorte.
Eu coro e volto-me para entrar para a sala do lado. O Capitão Hitsugaya está encostado junto à sua secretária, com as costas voltadas para a Tenente Matsumoto que se encontra um metro atrás. Eu aproximo-me dele e faço uma vénia, deixando uma das pontas do cachecol do Eren ao penduro na minha frente.
- O meu nome é Hitsugaya Toushirou, mas vais dirigir-te a mim sempre... e sem excepções... como Capitão Hitsugaya. Entendido?
- Sim, Capitão.
- Esta é a Tenente Matsumoto Rangiku.
- Oláaaaaaa!!
A mulher acena-me e eu fico sem saber o que fazer. Quem me dera que a alegria dela fosse contagiante, porque nem eu nem o Capitão nos estamos a rir... e ele até parece aborrecido com isso. Faço uma outra vénia, levantando-me rapidamente.
- Apresenta-te.
 
Colocando-me numa postura erecta, os meus lábios mexem-se mas nenhum som sai. O Capitão tem o seu dedo indicador sob os seus lábios... e não me deixa concentrar. Ele pisca os olhos uma vez e diz:
- Fecha os olhos.
Obedecendo imediatamente, mergulho na escuridão. O cachecol de Eren... é tão suave.
- Podes começar.
- O meu nome é Yurushimitsu Seika. Tenho 17 anos.
- De que distrito de Rukongai vens?
- Do distrito 73, Capitão.
- Quais é a tua skill primária?
- Kidou, senhor.
- Eu li o relatório. Diz que não só zeraste o Kidou como o resto das skills.
Relatório? Decerto foi só acerca das notas....
- Não devias esconder a tua zanpakutou. É uma espada deslumbrante.
- Não me vai... tira-lo de mim pois não?
- “Tira-lo”?
Eu abro os olhos e apercebo-me que o Capitão está apenas a escassos centímetros de mim. Eu nem o senti a aproximar-se! Sem contar ele toca no punho da minha espada.
- Desde quando ouves a sua voz?
- A primeira vez que ouvi a sua voz ainda era criança. Mas só consegui entender o seu nome à dois meses atrás... mas sempre que tento usa-lo, não consigo.
- Nunca tivemos... uma cadete que soubesse o nome da sua zanpakutou tão cedo. Bem... Tirando o Capitão...
- Matsumoto... Tens razão.
Com o meu olhar dividido entre a minha espada e a mão do Capitão, cresce a vontade para que ele tire a mão dali. Odeio que toquem na minha espada. Como que sentindo, ele retira a mão, retrocedendo para a sua posição inicial.
- Tu és muito jovem para adquirir tal poder. Seria uma honra... que me deixasses treinar-te a controlar a tua zanpakutou devidamente.
- Sim, Capitão.
- Não ligues ao Ichimaru. És nossa companheira apartir deste momento. Valorizamos a vida da pessoa que está ao nosso lado.
Os olhos do Capitão rapidamente passam por Matsumoto. Eles devem dar-se muito bem mesmo...
- Podes esperar junto aos outros. Bem vinda ao Esquadrão 10.
- Obrigado, Capitão.
Depois de uma vénia, retorno à sala de espera, onde Eren me aguarda com um sorriso.
- Como correu?
- Foi estranho...
- Ele mencionou alguma coisa?
- Não... Ele quer treinar-me.
 
A expressão de Eren muda durante um instante enquanto ele retoca o cachecol no meu pescoço.
- Podes ficar com isto.
- Obrigada.
Enquanto o resto dos cadetes são entrevistados, eu e Eren ficamos sentados no chão a falar sobre as nossas experiências na Academia. Como é que ele já sabia o meu nome? Uma meia hora depois o último aluno sai, acompanhado do Capitão e da Tenente. Rapidamente nos alinhamos e fazemos uma vénia, quase sincronizada.
- À vontade. Foram todos admitidos neste esquadrão. Até estarem prontos para integrar missões no Mundo dos Vivos, ser-vos-ão entregues pequenas tarefas que vos irão preparar para o ritmo de trabalho. Vocês ficarão nos Aposentos do quartél, podem ir buscar as vossas coisas. Não, Yurushimitsu. Tu não.
Enquanto me preparo para seguir os outros o Capitão chama o meu nome.
- O teu treino começa de manhã bem cedo. Vou ficar a vigiar-te esta primeira semana. Segue-me.
O quê? Hesitando, o Capitão lança-me um olhar ameaçador, mas Eren empurra-me e diz:
- Boa sorte!!!!
Eu atiro-lhe um olhar estranho enquanto ele acena e sorri. Porque me fizeste isto? Eu não tenho opção... pois não? Sigo o Capitão e a Tenente através de um corredor comprido.
- Vais ficar com a Matsumoto. Espero que sejas de confiança...
- Capitão... eu nunca...
- Não és tu, Yurushimitsu! Estava a referir-me à Matsumoto.
- O QUÊ?? CAPITÃOOO!! Como se houvesse pessoa mais responsável...
- EH.. Pára por aí, por favor... Jesus.
Com vontade de me rir da cara de insultada da Tenente, escondo-me atrás do cachecol de Eren. Enquanto ela vai a mandar vir e ele a ignorá-la dou-me conta de que talvez... talvez eu me possa integrar nesta família.


 


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Capítulo 2 - O Príncipe do Fogo

Pela primeira vez em muito tempo sinto uma cama embraçando-me nos seus suaves lençóis. A sensação é inacreditável... mas a Tenente está a picar-me para sair da cama. Volto-me para o outro lado tentando ignorá-la... mas é impossível.
- Levanta-te sua preguiçosa!!!
Eu coro, sentando-me na cama e colocando ambos os pés no chão contra a minha vontade. O chão duro da Academia já se havia infiltrado há muito nas minhas costas.... Não estou habituada a este género de luxos.
Este é o meu primeiro dia do Esquadrão e o Capitão será o meu tutor privado? O pensamento faz-me corar... isto é ridículo. Pelo canto do meu olho reparo no cachecol vermelho discretamente dobrado em cima da cadeira. Visto o meu kimono e enrolo o cachecol junto à minha pele, protegendo-me do frio que paira no ar. Não estou habituada a temperaturas tão frias... que me fazem sentir como se me estivessem a pressionar contra o chão.
- Estás pronta?
- Sim, Tenente.
Sigo a Tenente através da escadaria. Uma janela faz-me ver que ainda é muito cedo, ainda está escuro lá fora. Chegamos ao rés-do-chão e a Tenente abre-me a porta do dojo. A divisão é cinco vezes maior que a nossa sala de treino na Academia. O tecto está coberto de pequenos flocos de neve e a minha respiração torna-se uma névoa branca ao sair dos meus lábios. Enquanto entro, reparo que  o Capitão já aqui está, costas voltadas, sentado no chão. As suas pernas estão cruzadas e a cabeça cabisbaixa, como se estivesse adormecido. Contra o meu pensamento ele olha para mim por cima do ombro, olhos estáticos.
- Bom dia.
- Bom dia, Capitão.
Imediatamente faço uma vénia e sinto o seu olhar a repreender-me de longe. Ele anui e convida-me a sentar ao seu lado.
- Bem, vou regressar ao trabalho! Boa sorte, Seika-chan!
- Obrigada, Tenente Matsumoto.
Com um sorriso ela cerra a porta, engrossando a espessura do ar enregelado. Arrepio-me dentro do meu kimono mas não me posso mostrar fraca. Cruzo as pernas e sento-me ao lado do meu Capitão, com a minha zanpakutou pousada na minha frente.
- Cadete. Hoje vamos começar por algo simples. Uma conversa.
- Sim, Capitão.
- Vais focar-te na força espiritual dentro de ti com todo o teu empenho e tentar estabelecer uma comunicação com ela. Compreendes?
- Sim.
- Bom. Fecha os teus olhos... e segue a voz.
Cerro os meus olhos e rapidamente ouço o volume da voz de Finikkusu a aumentar.
- Mestre... estás a tentar controlar-me?
- Yup... está na hora!
- Mas bébé... eu pensei que o nosso amor era livre e... animalesco...
- Finnikkusu... pára de te armar em Casanova. Isso não funciona comigo, já devias saber.
- Será que... vou conseguir conter-me no teu corpo...
- Oh...
- Provavelmente não irei aguentar... uma vez dentro de ti.
- PERVERTIDO DUMA MERDA!
Furiosamente chuto a minha zanpakutou contra a parede mais longínqua da sala. Abro os olhos e o Capitão está a olhar para mim, chocado e surpreendido... como se tivesse ouvido tudo o que acabei de dizer.
- Cadete... As conversas entre ti e a tua zanpakutou deveriam ter lugar dentro da tua cabeça. Não me interessa qual é a natureza da vossa relação...
Não pode ser... Raios! Eu estou habituada ao atiranço do Finnikkusu mas o meu Capitão não devia saber disso... Meu deus...
- Vamos tentar outra vez.
- S-Sim... Capitão.
Com um movimento do braço o Capitão retorna a zanpakutou ao seu lugar. Eu fecho os olhos e agora consigo ver a sua forma. Ele tem o dobro do meu tamanho, longo cabelo liso vermelho e olhos totalmente pretos. A sua face é longa e severa mas eu não tenho medo. Aproximando-me dele dou-lhe um murro no estômago.
- FIZESTE-ME PARECER MAL EM FRENTE AO MEU CAPITÃO!
- DENTRO DA TUA CABEÇA, CADETE!!!!
Eu assusto-me com o grito do Capitão mas ele tem razão... Eu esqueço-me de apenas falar para o Finikkusu. Este recupera do meu murro e olha-me nos olhos.
- É o que realmente queres? O meu poder?
- Eu não quero subjugar-te à minha vontade mas temos de seguir em frente Finikkusu. Não estamos na selva que era o meu distrito onde tinha de lutar pela minha vida. Agora posso salvar e proteger as almas que quiser... e preciso de ti no meu lado.
- Eu compreendo.
- É porque sou jovem? Não confias em mim para ser o teu container?
- Eu já te aceitei como minha mestre à muito tempo atrás. Nós, zanpakutou, nascemos para servir apenas um corpo... e arrependo-me que sejas o meu. Não te desejo mal.
- Porque... Porque dizes isso?
- Os meus poderes... são tudo menos inocentes. Para me controlares irás sofrer e irás falhar várias vezes... como o teu Capitão aí. O processo é intenso... e terás de te tornar eu.
- Eu estou cientes dos termos e condições... e eu nunca te receei. Eu estou pronta.
- Ainda não. Deixa o Capitão ensinar-te algumas coisas antes disso acontecer.
Sem demora a sua voz arrasta-se para longe e a sua forma desaparece enquanto tento aproximar-me mais dele. Abro os meus olhos e reparo que estou a uns metros de distância do meu Capitão, com a minha zanpakutou nas mãos, em posição de combate. Olho por cima do meu ombro esquerdo e ele sorri discretamente:
- Muito bem, Cadete. Manobrar uma zanpakutou é mais díficil do que parece. Tens de forçar a tua vontade na sua mente e deixa-lo confiar em ti entretanto. O poder que tens... não é para ser tomado de ânimo leve. Finikkusu, o Príncipe do Fogo, consegue ser manipulador e vingativo. Não podes deixar os seus sentimentos abaterem-se sobre ti... de qualquer maneira.
- Sim... Capitão.
- Bem... Tens o dia de folga. Num dias fizeste progresso que os teus colegas farão num ano. Aproveita.
Guardo a minha espada e depois de uma vénia dirijo-me para a saída. Com um último olhar gélido, saio do dojo, enquanto o sol apaga os últimos raios de luar. Está  a amanhecer. Caminho pela estrada, admirando a vista de Seireitei. Os primeiros grupos estão a preparar-se para iniciar as suas missões. Parecem experientes e incansáveis... Uma leve brisa sopra as primeiras folhas de Outono, castanhas como o seu cabelo... Porque estou a recordar o Eren? Eu não o conheço, de todo. Estarei assim tão sozinha? Bem, o Finikkusu esteve sempre comigo... mas este ardor em nada se parece com o reiatsu do Finikkusu. Apenas me queima o coração e faz-me sentir mal... como um aviso. Argh.
- Seika-chan! O que está a fazer por aqui??
- Ah! Tenente! O Capitão deu-me o resto do dia... Já atingi os objectivos propostos para hoje.
- Impressionante, Cadete. Queres acompanhar-me num café? Aproveitamos para falar um pouco.
- Não... tinha trabalho para fazer, Tenente?
Ela solta uma gargalhada e deixa-me intrigada.
- Não me conheces mesmo... Haha! Vamos!
- Sim, senhora.
- E pára de me chamar senhora... o meu nome é Rangiku...
- Oh... mas...
- Não estamos de serviço. Podes chamar-me Rangiku.
Ela sorri para mim e o meu coração ameniza por um instante. Não estou habituada a este tipo de gentileza. Aceito o seu convite e dirigimo-nos a um dos Cafés junto á estrada principal. Sentamo-nos no canto do estabelecimento, falando de tudo um pouco.
- És simpática, Seika... Porque és tão reservada?
- Acho que... foi o que a vida me ensinou a ser... A vida no meu distrito não era fácil...
- Qual era?
- 73.
- Ah... pois.
- Não se podia confiar em ninguém... é por isso que não é fácil.. socializar.
- Mas isso nem é mau de todo. Nem todas as pessoas são de confiança... mas a vida irá encarregar-se de te ensinar a confiar nas pessoas certas. Estás no Esquadrão certo... o Esquadrão 10 é baseado na confiança que tens nos teus companheiros... tal como o Capitão tem confiança em ti.
Eu tomo um gole de café ao mesmo tempo que um grupo de Cadetes entra pela porta. É engraçada... a rapidez com a qual eu reparo no Eren numa multidão. Com o seu sorriso, ele cativa-me... mesmo que não seja dirigido a mim. Espero que ele não repare que estou aqui... nem que estou a usar o seu cachecol. Viro a minha cabeça para a parede, tentando esconder-me atrás do vulto da Rangiku.
- O que foi?
Rapidamente ela volta-se e só me apetece mata-la... Está a atrair ainda mais atenção.
- Oh... É aquele não é? O rapaz que te deu esse cachecol.
Eu atiro pequenos olhares agressivos a ela enquanto ela dá umas risadas.
- Tu gostas dele.
Ela goza-me e nem sei como responder. Gostar? Não sei. Não estou habituada a esse tipo de sentimentos. Num instante, o olhar dele cruza-se com o meu, como se me engolisse de imediato. Odeio isto. Ele aproxima-se da nossa mesa e eu retomo a minha postura.
- Bom dia, Seika. Tenente.
- Bom dia Eren.
- Bom dia, Cadete Jaeger.
Com ambas as mãos nos bolsos ele divide o olhar entre o meu cachecol e os meu olhos. O que... O que faço?
- Como correu?
- Bem.
- Já sabia... Vejo-te mais tarde?
- Yeah...
Com um sorriso ele retorna para junto do seu grupo. Eu invejo-o... ele é bom a fazer amigos.
- Ele gosta de ti!
O sussurro da Rangiku quase me faz entornar o que tenho na caneca.
- Não... Não sou daquelas pessoas que se “gosta”... Ele merece melhor...
- Seika.
Ela segura-me na mão direita enquanto que a minha esquerda segura a ponta do cachecol de Eren por debaixo da mesa. Eu... tenho problemas... eu sei.
- Não te menosprezes... Não afastes as pessoas de ti.
- Eu sei... Eu... vou tentar.
- Bom... agora... deixa-me pagar-te uma bebida...
- Não posso beber! O Capitão proibiu-nos!
Com uma gargalhada e um estalar de dedos, rapidamente são-nos servidas duas cervejas. Meu deus... Em que me meti? Bebo um gole e sinto algo a picar-me a garganta, fazendo-me cuspir um pouco para a parede. Ela ri-se como uma perdida e eu sinto-me mal comigo mesma. Bebo mais um gole... e outro... e outro... e outros tantos seguidos... Diversas vezes... Até uma mão me impedir de terminar o quarto copo. É quente e acolhedora... e está a levar-me para longe da mesa. Sinto-me tonta e não consigo entender o que se passa... Alguém pega em mim e carrega-me ao colo para fora do Café.
- Eu não vou ficar parado a ver-te beber até caíres. Vou-te levar para os Aposentos.
Esta voz... Abro os meus olhos um pouco e há uma névoa sob a face do Eren e os seus olhos verdes. Estes braços... são os seus? Estou bêbeda?
- Sabes o meu nome... Como sabes o meu nome...
- Claro que sei...
- Como?
- Tu pensas que te consegues passar despercebida na multidão... Mas toda a gente repara em ti... e sabe quem tu és, Seika... Mas tu não vês isso.
Há um tom melódico nas suas palavras que me deixa dormente.
- Eu sou estranha... e silenciosa.
- Eu sei... Estou ciente disso.
- Então põe-me no chão... Posso caminhar para casa.
- Não. Isto é culpa da Tenente... ela levou-te ao limite.
- Não há problema...
- Para mim há.
Ele parece zangado... O que fiz eu?
- Porque estás a fazer de conta que te importo? Apenas nos conhecemos ontem.
Ele fica calado.. ou se calhar fiquei em blackout durante uns segundos... Não me importo de fazer figura de idiota... Consigo sentir o bater do seu coração junto ao meu ouvido... Isto... é...
- O teu coração... está a bater muito depressa.
Com a minha visão turbulenta olho para ele, para os três Eren que vejo. Sinto algo a escapar dos meus olhos. O que se passa?
- Vais ficar bem, Seika.
Não tenho noção de quanto tempo passou mas sinto-me a cair numa cama macia. As suas mãos cobrem-me com os lençóis. Sinto-me tão estúpida...
- Descansa...
- Desculpa... por te aborrecer...
- Não importa... dorme.
 
Obedecendo ao seu pedido fecho os olhos, questionando-me sobre o toque suave a húmido na minha bochecha antes de adormecer.


 

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Capítulo 3 - O Oficial
 

Ainda é de noite mas o meu cérebro palpita contra o meu crânio a toda a velocidade, impedindo-me de abrir os olhos. Daqui a um par de horas tenho de estar em condições para o meu treino mas não estou nem focada nem preparada como ontem. Sento-me na cama, mãos na cabeça, cabeça apoiada nos joelhos, tentando amenizar a dor. Por entre os meus dedos reparo noutras camas em meu redor. Huh? Onde estou? Isto parece-me...
 
- Finalmente.... acordaste.
 
Ouço uma voz vinda do lado direito da cama. Espreito para o chão apenas para descobrir a face ensonada de Eren a olhar-me de volta.
 
- Eren!
 
Digo o seu nome o mais silenciosamente possível e ele sorri. Então... ele está a dormir no chão por minha culpa? Rapidamente salto da cama, puxando-o por um braço.
 
- Desculpa por ficar na tua cama! Anda...
- Não há problema... Valeu a pena... Já me aqueceste o lugar e assim posso dormir no mesmo sitio que tu... Como posso sentir a tua falta dessa forma...?
- N-Não digas... coisas dessas...
 
Ele lança-me um olhar selvagem enquanto trepa para a cama. Ele deita-se, mãos atrás da cabeça, erguendo os músculos dos seus braços até ao último centímetro da sua pele. Oh... 
 
- Desculpa...
- Já te disse que não há problema... Ao bocado estavas mais descontraída.
 
Eu coro, tentando esquecer a minha bebedeira. Meu Deus... o que fui fazer? O sorriso dele desvanece... e pergunta:
 
- Não me vais desejar boa noite?
- Ah.. sim. Boa noite, Eren.
- Seika....
 
Ele puxa-me pelo cachecol, curvando-me perante ele até as nossas faces quase se tocarem. Eu tento apoiar-me na cama para não cair, cada um dos meus braços apoiado em cada lado dele. Pestanejo uma vez e os meus olhos fogem para os seus lábios por um segundo... Eu não... poderia...
 
- Isto é... desconfortável para ti?
 
Não lhe posso mentir.
 
- Quase nem te conheço.
- É só isso? Mais alguma razão? Mais alguém na tua mente?
 
O meu longo cabelo preto cai para os lados da sua cabeça, como cortinas. Está praticamente escuro e no silencio a única coisa que consigo sentir é a sua respiração na minha face... Ele detém-me pelo cachecol.
 
- Não.
- Bom... isso sossega-me... Boa noite, Seika.
 
Ele beija a minha face esquerda e larga o meu cachecol. Lentamente ergo-me, revirando os meus calcanhares no sentido da porta, face corada. Só quando me encontro no final da escadaria é que me apercebo que estou nos Aposentos Masculinos. Esfrego os meus olhos e saio do edifício, ignorando o silencio em Seireitei. Não consigo tirar o Eren da cabeça... Não é saudável. É claro que não há mais ninguém na minha cabeça... ele apareceu do nada invadindo o meu espaço pessoal... e eu deixei. O mesmo com a Matsumoto... e agora dói-me a cabeça. Chamo o Finikkusu mas ele não me responde. Boa. Pela primeira vez estou por minha conta... Dirijo-me ao dojo, apesar de ainda ser muito cedo. Mal me aproximo da porta ouço vozes do interior do dojo. Devagar, abro um pouco a porta e espreito para o seu interior. Instantaneamente coro, olhando para os contornos do torso nú do meu Capitão através da iluminação das velas. Nunca tinha reparado no quão definido era, apesar da sua idade... Estou a agarrar-me com muita força à porta, a madeira em volta dos meus dedos acabou de ceder um pouco. O que é que se passa comigo? Porque é que comecei a reparar em rapazes agora? Bem... Este é o meu Capitão... Obviamente que nunc....
 
- Vais continuar aí a espiar-me por muito mais tempo, Cadete?
 
Merda. O que faço? Abro a porta o suficiente para conseguir entrar.
 
- O teu reiatsu está por todo o lado. O que estavas a fazer nos aposentos masculinos, cadete?
 
Agh. Isto está cada vez pior e eu não consigo dizer nada. Agarro a ponta das mangas do meu kimono, enterrando a minha cara no cachecol. O que faço???
 
- Eu exijo uma resposta, Cadete.
- EU ESTAVA BÊBEDA, OK?
 
Antes que conseguisse evitar as palavras explodem-me da boca, sem aviso. Eu... acabei de gritar com o meu Capitão? Ele olha-me por cima do ombro. Estou feita.
 
- Desrespeito é algo que não tolero, Cadete. Se voltares a repetir a proeza eu expulso-te a ti e ao teu amigo de vez daqui... Estamos entendidos.
- S-Sim... Capitão. Peço.. desculpa.
- Toma o teu lugar. Rápido.
 
Os meus olhos estão pesados, talvez seja do ambiente... ou da falta de descanso... mas mesmo assim eu tenho de combater as lágrimas que querem escapar. Eu acho que vou falhar no treino de hoje... e o Capitão está extremamente mal-humorado. Sento-me ao seu lado, perguntando-me porque razão o seu torso continua despido.
 
- Capitão. Tentei contactar o Finikkusu mas não obtive resposta.
- Claro que não. Ele foi transportado para outra divisão da tua consciência. Tens de o procurar dentro da tua alma. As Zanpakutou tendem a fugir quando o desejo de as controlar se manifesta. É um mecanismo de defesa.
- Sim... capitão.
- Fecha os olhos e procura-o.
 
Fecho os meus olhos, vagueando por um leve trilho do seu reiatsu. Chamo-o uma e outra vez mas não o consigo encontrar. Vários minutos passam até sentir uma mão gélida a tocar-me no ombro, fazendo o meu Capitão teleportar-se para dentro da minha mente.
 
- Capitão... estou a seguir o trilho.
- Vamos ver onde nos leva.
 
Caminhamos lado a lado até uma sombra se voltar para nós ao longe. Aproximamos-nos dela mas quanto mais perto chego apercebo-me que não é o Finikkusu.
 
- É esta... a forma que preferes... Mestre?
 
A sombra vira-se para nós e o meu queixo cai uns instantes. É o Eren. O chão começa a tremer mas eu insisto em aproximar-me dele.
 
- Finikkusu... o que estás a fazer?
- Já to disse... Eu existo para concretizar os teus desejos... e este é um desejo que tens tido ultimamente...
 
Eu não posso acreditar... e o meu Capitão está a assistir. O que vai ele pensar de mim?
 
- As nossas almas estão conectadas Finikkusu. Eu chamei por ti hoje e não me respondeste...
- Eu também chamei por ti hoje, Mestre. Mas a tua alma estava envolvida com a daquele Jaeger.
- Isso não...
 
Os seus olhos tornam-se vermelhos e há uma explosão de fogo que me atira para o chão. O Capitão ergue a sua mão direita e pronuncia:
 
- Bakudou 4, Hainawa.
 
Uma corda de energia prende Finikkusu no seu lugar.
 
- Não me faças isto Fin... Eu preciso de ti.
- Eu sei... Mas...
 
Regressando à sua forma original, o seu longo cabelo vermelho coberto de fogo cobre-lhe a face  enquanto ele cai sob os joelhos. Eu levanto-me mas o Capitão impede-me de me aproximar dele com um dos braços. Eu... não consigo vê-lo desta forma...
 
- Retira o Bakudou.
- CADETE!
- SOLTA-O!
 
Há uma explosão de fogo que liberta-me do braço do Capitão e eu corro para o Finikkusu. Há uma força intensa que quase me prende ao chão mas eu encontro forma de agarrar a sua face, ignorando o fogo em nosso redor.
 
- Não é assim que eu queria que acontecesse... Nós somos um só. Sempre fomos um para o outro através do coração... isso não vai desaparecer mesmo que comece a gostar do Eren! Tu és meu amigo, meu protector, meu irmão!
- Mestre...
- Eu acabo esta estupidez com o Eren. Eu não te quero perder por causa deste sentimento idiota. Diz-me o que precisas... eu faço-o!
- Não, Mestre... Eu... estou errado...
- Eu nunca te vou substituir...
 
Ele suspira e há um certo alivio no seu olhar.
 
- Mestre... o meu único propósito é ver-te feliz. Perdoa-me.
- Está tudo bem...
- Toca... no meu coração.
 
Sem hesitação toco no seu coração, sentindo algo extremamente quente a rastejar pelo meu braço. Rapidamente se espalha pelo resto do meu corpo enquanto o Finikkusu se desvanece numa nuvem de fumo. A quantidade de reiatsu é enorme e eu não sei se a consigo aguentar. Sinto o meu corpo a sucumbir osso por osso, gota por gota de sangue... É doloroso, obrigando-me a cair no chão, não fossem umas mãos gélidas a amparar-me a queda. Algo está preso na garganta e não consigo respirar. O ar nos meus pulmões é escasso e as minhas mãos procuram o ar que não consigo inalar.
 
- Tem calma... Domina-o.
 
Esta sensação... é-me familiar. Acalmo-me e os meus pulmões começam a funcionar novamente. Demora um pouco até abrir os meus olhos e focar o tecto do dojo e o ar enregelado envolvente. Expiro, lançando um sopro de ar quente e branco em direcção ao tecto. Os meus olhos olham no perímetro na minha visão até encontrar o meu Capitão do lado esquerdo, empunhando a sua espada repleta de gelo.
 
- Isto foi... inesperado.
 
Volto-me de face para o chão tentando levantar-me. Todo o meu corpo treme como varas verdes e estou de joelhos, sem conseguir mover-me. Levanto a cabeça e olho para o meu Capitão, com suores frios a escorrer-me pela face. O seu torso está semi coberto por uma camada de gelo e ele olha-me com surpresa.
 
- Nunca vi uma zanpakutou a demonstrar ciúme pelo seu Mestre.
 
Isto é ridiculo. As minhas mãos estão a tremer e o facto de ele ter os olhos postos em mim não ajuda.
 
- Levanta-te, Cadete.
 
Com muito esforço coloco-me em pé, levantando lentamente a minha cabeça. O Capitão está a dois passos de mim, elevando a sua espada ao nível da minha garganta. Os seus olhos turquesa sugerem perigo...
 
- Eu sou o teu Capitão. Se te dou uma ordem... é para obedeceres e não contestares. ESTAMOS ENTENDIDOS?
- Sim... Capitão.
- Então porque desobedeceste ao meu encantamento? Era para tua protecção.
- Com todo o respeito, Capitão... É tanto meu dever dar a minha vida pelo meu esquadrão como proteger a minha zanpakutou.
 
Não consigo ignorar a ponta da sua espada a gelar-me a garganta e o seu olhar violento penetrando-me a alma. Estou demasiado fraca para pensar nisso... Ele coloca a espada nas suas costas e o gelo no seu redor desaparece.
 
- Muito bem. A pior parte do treino está concluída... com sucesso. Amanhã começas a trabalhar no escritório. Aguardo o teu relatório sobre os recentes eventos em Karakura para daqui a dois dias.
- Sim Capitão.
- Aproveita para dormir... e afasta-te das más influências da Matsumoto.
- Sim, senhor.
 
Ele senta-se no chão, perna cruzadas.
 
- Podes retirar-te.
 
Lentamente retiro-me, dirigindo-me de imediato ao meu quarto. Estou exausta mas tenho de me concentrar. Tenho medo que algo me corroa de dentro para fora. Saio do edifício e por alguns segundos a luz do sol cega-me, atirando-me contra a parede aquecida. O que estava ele a fazer com a sua espada? Não percebo...
 
- Bom dia.
 
A sua voz suave dá-me arrepios. É o Eren.
 
- Oi...
- Estás bem?
- Cansada... Vou dormir.
- Bem... eu tive a melhor noite de sono da minha vida.
 
Olho para a ponta dos meus pés, corando. Ele ri e começa a afagar o cachecol com as suas mãos.
 
- Gostaste mesmo dele... não foi?
 
Antes que pudesse responder ou derreter-me com as suas palavras, uma voz assusta-nos.
 
- 3º Oficial Jaeger.
 
O Eren rapidamente faz uma vénia enquanto o Capitão surge da entrada do dojo, desta vez completamente vestido.
 
- Bom dia, Capitão.
- Quero o relatório dos Plus mensais na minha secretária ao meio dia.
- Sim, senhor.
- E pára de atormentar a Yurushimitsu. E tu! Vai dormir!!!
 
Eu começo logo a caminhar em direcção ao meu edifício enquanto o Eren me atira um olhar preocupado. Mal encontro a minha cama, atiro-me para o meio dos lençóis, reflectindo sobre os eventos do dia. É estranho... Porque age ele assim comigo? Porquê eu? Porquê agora? Eu não sou uma rapariga normal... e agora estou presa a este poder... Mas vou conseguir. Estou certa disso.


 
 


 

Editado por MorganaPT

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amiga eu tenho 15 e nada do q li me impressionou mas enfim ate esta fixe acho q deves continuar

eu também escrevi um livro um vou postar mas agora n me apetece

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O bankai do Eren vai ser tipo kokujo tengen myo aposto :P

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