SeventyFive

Literatura Japonesa

20 mensagens neste tópico

É possível que já haja algum tópico semelhante a este algures mas como não consegui encontrar nada achei que podia criá-lo, se por acaso houver alguém que me avise!

 

Sempre adorei ler e só comecei a interessar-me por manga e banda desenhada a meio da adolescência, antes lia sempre livros sem imagens :P por isso quando comecei a ter um interesse no Japão e na cultura japonesa, que veio por acréscimo ao começar a ver anime, comecei a tentar encontrar e ler o máximo de livros escritos por autores japoneses que conseguisse.

 

Até hoje ainda só li meia dúzia deles, já que no nosso país há muito poucos a serem publicados se descontarmos os que têm prémios Nobel e o Haruki Murakami, mas a ideia é que neste tópico sejam postadas sugestões de livros de autores japoneses e a vossa opinião sobre eles e sobre o autor.

 

~joana75

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Livro: Musashi

 

Autor: Eiji Yoshikawa

 

É uma história romanceada da vida do samurai Miyamoto Musashi, famoso por ter criado um estilo de luta com duas espadas e por ter escrito O Livro dos Cinco Anéis, e serve de base ao manga Vagabond (apesar de a história ter diferenças consideráveis) de Inoue Kazehiko.

 

Deve ser dos maiores livros que já li, tem imensos capítulos, pois originalmente foi serializado (não sei se isto é uma palavra) numa revista, em 1935, mas vale mesmo a pena ler. Para além de nos dar a conhecer uma figura histórica interessantíssima, a escrita é fantástica e permite ter uma imagem do Japão, da cultura, das pessoas e, acima de tudo, daqueles valores que têm vindo a fascinar os ocidentais há tantos anos.  

 

A história em si conta a vida de Musashi desde que era uma criança até se tornar num verdadeiro samurai, fala da sua vida mais íntima e da sua amada Otsu, dos seus discípulos (que não passavam de miúdos que decidiam que o queriam seguir)... Terminando com uma luta que ficámos a aguardar muitos capítulos antes.

 

Não há uma tradução portuguesa, eu li em inglês (a editora é a Kodansha International) e mandei vir do amazon mas penso que está disponível na Bertrand. Há uma versão brasileira em dois volumes mas não consegui arranjar, é da Estação Liberdade.

 

Fico à espera de sugestões de leitura e espero que o que escrevi sobre este livro não tenha ficado muito confuso, só que não queria contar muito da história ;)

 

~joana75



Osamu Dazai é deus.

 

Não conhecia e nunca li nada dele mas fui agora ver a biografia dele e parece-me interessante, assim que puder vou ler alguma coisa dele; não só porque o citam como sendo autor de alguns "clássicos" japoneses mas também porque me parece que a obra dele é um bocado triste e se foca no suicídio e no desespero com alguma frequência - e eu sou um bocado sádica ;)

 

Obrigada pela proposta :D

 

~joana75

Editado por joana75
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Não conhecia e nunca li nada dele mas fui agora ver a biografia dele e parece-me interessante, assim que puder vou ler alguma coisa dele; não só porque o citam como sendo autor de alguns "clássicos" japoneses mas também porque me parece que a obra dele é um bocado triste e se foca no suicídio e no desespero com alguma frequência - e eu sou um bocado sádica ;)

 

Obrigada pela proposta :D

 

~joana75

Devia figurar no Guinness como o escritor com mais tentativas falhadas de suicídio. Para conheceres melhor a obra,recomendo-te Aoi Bungaku,que tem a adaptação do No Longer Human em 3/4 episódios. 

E tem outras obras famosas japonesas,para quem conhece pouco da literatura nipónica é um bom animu.

Editado por psy-kun
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Conheço muito pouco.

 

Mas Yukio Mishima é incontornável e imperdível.

 

E também não se deve descurar o Romance de Genji, o clássico, que já está editado em Português com traduções muito boas.

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Ainda não me tinha "cruzado" com este tópico! Fico contente por existir (ia criar caso não existisse).

 

De livros de autores japoneses só li dois. Um deles, sinceramente, não me recordo nem como se chama nem do autor, só me lembro que tinha a ver com neve ou algo assim (o título) e que falava entre outras coisas de uma viagem de comboio, até uma zona mais remota do Japão. A escrita era completamente diferente da ocidental, a nível tanto do compasso de tempo, como das sensações que transmitia (se alguém se lembrar do título digam-me sff! ;) )

 

Em relação ao segundo, foi o "Sputnik, meu amor" do Haruki Murakami. E este lembro-me bem :)

Foi o meu irmão que mo ofereceu, e adorei! Mais uma vez, a forma de escrita é completamente diferente da escrita que estou mais habituada a ler. É muito interessante desse ponto de vista, mas também do da própria história. As personagens cativam e ficamos absorvidos por elas. Até nem tanto pelo narrador, mas mais ainda pelas personagens com quem ele convive e que descreve.

 

Muito bom! Aconselho vivamente, especialmente a quem gosta de ler ;)

Quero ver se leio mais livros dele, gostei muito da sua forma de escrita. O primeiro livro de que falei aqui, também gostei, mas algo nele me deu uma certa sensação de desconforto, por isso não sei se quero muito ler mais livros do autor :P

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Leio muita literatura Japonesa, light novels e outros consagrados. Devo dizer que perante a maioria dos autores (nomeadamente o Mishima) o Murakami até é nem é nada de especial. :(

 

Mas recomendo sem dúvida a obra prima que é o Romance de Genji. Existem neste momento duas edições portuguesas, com tradução a partir do japonês. É uma obra essencial e histórica, mas sobretudo uma narrativa linda de morrer.

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As duas edições portuguesas de "O Romance de Genji" não foram traduzidas directamente do japonês. A edição da Exodus, de menor qualidade, parte de traduções espanholas e francesas; já a da Relógio D' Água, mais cuidada, resultou da leitura de versões espanholas, inglesas e francesas.

Porquê? O texto original de "O Romance de Genji" está escrito em japonês medieval, que em Portugal não encontra tradutores. Aliás, ainda é um bocado difícil encontrar em Portugal indivíduos que traduzam ou façam interpretação de japonês-português.

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Em relação ao segundo, foi o "Sputnik, meu amor" do Haruki Murakami. E este lembro-me bem :)

Foi o meu irmão que mo ofereceu, e adorei! Mais uma vez, a forma de escrita é completamente diferente da escrita que estou mais habituada a ler. É muito interessante desse ponto de vista, mas também do da própria história. As personagens cativam e ficamos absorvidos por elas. Até nem tanto pelo narrador, mas mais ainda pelas personagens com quem ele convive e que descreve.

 

Muito bom! Aconselho vivamente, especialmente a quem gosta de ler ;)

Quero ver se leio mais livros dele, gostei muito da sua forma de escrita. O primeiro livro de que falei aqui, também gostei, mas algo nele me deu uma certa sensação de desconforto, por isso não sei se quero muito ler mais livros do autor :P

Bem, eu acho que só li uns 5-6 autores japoneses até hoje, um dos autores e livros que li foi precisamente esse e odiei absolutamente. Achei a escrita envolvente mas a história em si não me cativou nada, achei muito mundano e aborrecido, sem ritmo... Com muitas coisas pelo factor choque... 

O que mais gostei até agora foi o Yasunari Kawabata. Ganhou um prémio Nobel, tem uma escrita com uma sensibilidade incrível e muito diferente da nossa e consegue transmitir emoções muito diversas e extremas com situações aparentemente banais. Aconselho vivamente "A Casa das Belas Adormecidas" e "Terra de Neve". 

 

Tem ainda a vantagem (para mim) de capturar um Japão que já não existe, isolado e cheio de contraste social, com os elementos que hoje em dia mais romanceamos ao pensar no país. 

 

Ainda não cheguei a ler Osamu Dazai, @@Bob Ross, mas vi aquele animu que adapta algumas obras dele e cativou-me o escuro e estranho que é tudo aquilo. 

Editado por SeventyFive

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Em relação ao segundo, foi o "Sputnik, meu amor" do Haruki Murakami. E este lembro-me bem :)

Foi o meu irmão que mo ofereceu, e adorei! Mais uma vez, a forma de escrita é completamente diferente da escrita que estou mais habituada a ler. É muito interessante desse ponto de vista, mas também do da própria história. As personagens cativam e ficamos absorvidos por elas. Até nem tanto pelo narrador, mas mais ainda pelas personagens com quem ele convive e que descreve.

 

Muito bom! Aconselho vivamente, especialmente a quem gosta de ler ;)

Quero ver se leio mais livros dele, gostei muito da sua forma de escrita. O primeiro livro de que falei aqui, também gostei, mas algo nele me deu uma certa sensação de desconforto, por isso não sei se quero muito ler mais livros do autor :P

Bem, eu acho que só uns 5-6 autores japoneses até hoje, um dos autores e livros que li foi precisamente esse e odiei absolutamente. Achei a escrita envolvente mas a história em si não me cativou nada, achei muito mundano e aborrecido, sem ritmo... Com muitas coisas pelo facto choque... 

O que mais gostei até agora foi o Yasunari Kawabata. Ganhou um prémio Nobel, tem uma escrita com uma sensibilidade incrível e muito diferente da nossa e consegue transmitir emoções muito diversas e extremas com situações aparentemente banais. Aconselho vivamente "A Casa das Belas Adormecidas" e "Terra de Neve". 

 

Tem ainda a vantagem (para mim) de capturar um Japão que já não existe, isolado e cheio de contraste social, com os elementos que hoje em dia mais romanceamos ao pensar no país. 

 

Ainda não cheguei a ler Osamu Dazai, @@Bob Ross, mas vi aquele animu que adapta algumas obras dele e cativou-me o escuro e estranho que é tudo aquilo. 

 

 

Ah! Esse Terra de Neve deve ser o que falei no início! Não há para lá uma viagem de comboio no inicio?

 

Que engraçado teres odiado o Sputnik meu amor :P Eu gostei mesmo muito ;)

É o que se diz, gostos não se discutem :P Não senti muito esse factor "choque" tirando mais para o fim, mas não diria propriamente "choque", mais de não estar à espera dos acontecimentos. Em relação a ser aborrecido e sem ritmo, não achei nada :) Mas pronto, é uma questão de gostos, suponho. Mas gostaria de ler mais autores japoneses :D

~Vou ver se leio algum desses de que falas ;) Talvez o último, uma vez que penso já ter lido esse do Terra de Neve :)

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Primeiros livros do Murakami são merda, mas não deixam de ser decentes.

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O sputnik meu amor faz parte desses?

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O sputnik meu amor faz parte desses?

Sim.

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Até hoje só li o Murakami. Até gostei do que li dele, mas ele é um bocado repetitivo e as suas cenas de sexo são algo bizarras. A mim parece-me que as mulheres para ele sofrem todas de daddy issues. 

 

Li o Norwegian Wood, o Elefante Evapora-se(colecção de contos escritos por ele) e o Kafka á Beira-Mar. 

 

Devo ter um do Osamu Dazai no meu Koto Touch. 

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O sputnik meu amor faz parte desses?

Sim.

 

Sputnik, Meu Amor foi o melhor livro que li dele, com grande margem. Dizer que é merda é sinal de liberdade de expressão. Viva! No entanto discordo catastroficamente. 

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Sputnik, Meu Amor foi o melhor livro que li dele, com grande margem. Dizer que é merda é sinal de liberdade de expressão. Viva! No entanto discordo catastroficamente. 

Parabéns.

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O sputnik meu amor faz parte desses?

Sim.

 

Sputnik, Meu Amor foi o melhor livro que li dele, com grande margem. Dizer que é merda é sinal de liberdade de expressão. Viva! No entanto discordo catastroficamente. 

 

 

Também gostei muito! :)

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Sputnik, Meu Amor foi o melhor livro que li dele, com grande margem. Dizer que é merda é sinal de liberdade de expressão. Viva! No entanto discordo catastroficamente. 

Parabéns.

 

Ter a mania que se é esperto é diferente de se ser, por isso Sócrates é grande.

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O gosto pessoal não tem nada a ver com estar a armar-se em intelectual, são preferências. Agradecia que este tópico fosse utilizado para o seu propósito inicial, que é apenas discussão construtiva. 

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O gosto pessoal não mas a forma de expressão sim. Não me confundi.

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  • Conteúdo Recomendado:

    • XvinhiX
      Por XvinhiX
      Boa tarde! 

      Este post foi inicialmente a pedir ajuda no kickstarter (o qual ninguém ajudou porque não acreditaram no projeto), no entanto passou 1 ano, e já expandimos de 40m2 para 180m2, dispomos de mais de 70 jogos de tabuleiro, PS4, PS3, PS2, Mega Drive, Xbox360, Nintendo Switch, assim como acessórios para as diversas consolas, como comandos buzz, equipamentos do guitar hero, kinect, tapete para dance, entre outros.

      Além disso, temos projetor de alta definição para sessões de cinema, anime, séries, sessões de Dungeons and Dragons, ou até mesmo ligar um computador e jogar.
      Para venda, podem encomendar todo o tipo de figuras colecionáveis, desde produtos mais low cost, como pops, ou até mesmo figuras grandes de resina, basta dizerem qual a figura e marca que querem e em principio conseguimos arranjar ao melhor preço. Em termos de alimentos, temos snacks como pringles, napolitanas, até mesmo snacks japoneses (pocky, mochi), para algo que alimente mais, noodles, hamburguers, entre outros.
       



       
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    • lojadojapao
      Por lojadojapao
      Compre produtos diretamente do Japão.
      As postagens dos pacotes são feitas por nós, aqui de Yokohama - Japão.
      Disponibilizamos código de rastreamento para todos os envios, assim é possível acompanhar o andamento da encomenda
       
      https://www.lojadojapao.com/
      https://www.instagram.com/lojadojapao/
      https://www.facebook.com/rongishopjapao/

       
    • silentpain
      Por silentpain
      Olá a todos.
      Viajei no Japão recentemente e gostava de vos escrever uma crónica.
      Primeiro porque o Anime.pt (ainda refiro muitas vezes AnimePortugal) foi pioneiro na comunidade anime e merece este tipo de conteúdo, apesar de eu o estar a publicá-lo também noutro fórum, mas esse mais "exclusivo".
      Segundo, porque eu fui um utilizador que se registou no ano de criação do fórum e gostei muito de o utilizar. Quando o fórum era jovem, eu comentei por aqui um pouco, mas frequentava quase todos os dias. Ajudou-me a alargar os meus horizontes do anime, que até então praticamente estavam limitados às transmissões televisivas.
      Fiz alguns amigos.
       
      Assim, fica como uma espécie de contribuição e agradecimento ao fórum.
      A viagem foi feita entre setembro e outubro e demorou dezoito dias.
       
      A Introdução não terá fotografias, mas os posts seguintes terão muitas.
      Não prometo que faça as publicações rapidamente. Ando extremamente ocupado e estou com dificuldades em acabar a minha narrativa. No entanto, prometo que não ficará esquecido.
      Fiquem atentos, sigam, comentem, perguntem, critiquem, espalhem a palavra se acham conveniente.
       
      Introdução

      Viajar ao Japão era um sonho antigo.
      Inconscientemente pode ter surgido depois de ter assistido, aos sábados de manhazinha, a Future Boy Conan, Turbo Rangers, Bocas e até mesmo a Sailor Moon.
      Na mesma conjuntura, com Sonic, Streets of Rage, Revenge of Shinobi, os videojogos também iniciaram o seu caminho de importância nesse sonho e, já na idade adulta, foram os grandes catalisadores para que o sacrifício e a poupança fosse mais levados a sério para concretizar essa viagem.
      Os videojogos foram sempre importantes, no âmbito lúdico, na minha vida. Sempre gostei de jogar e as produções japonesas foram, e são, as minhas preferidas.
      Os mundos criados nessas produções, os personagens, as atitudes, os enredos e as mensagens foram os maiores alimentos para fazer sustentar e crescer esse sonho de viajar no Japão e encontrar as influências que ajudaram a construir essas belas e memoráveis produções de videojogos um motivo mais que suficiente para encher uma mochila de t-shirts, cuecas e material de higiene e partir para o outro lado do mundo, onde reside uma civilização diferente e cheia de carácter, onde a tecnologia serve efectivamente para facilitar a vida das pessoas e é levada ao limite possível.
      Mas não sou demasiado paternalista, ou hipócrita, em relação ao anime japonês. 
      Depois dos títulos que mencionei no início, há uma certa conjuntura nos anos 90 que será determinante, juntamente com vários nomes da indústria gamer, para alargar, aprofundar, colorir, dar relevância superior ao sonho. 
      Essa conjuntura começa com Neon Genesis Evangelion.

      Evangelion é o mais impactante anime que alguma vez assisti.
      Conan era importante.
      Rorouni Kenshin, Dragon Ball e Tenchy Muyo, que são parceiros de Eva na mesma conjuntura, também o foram.
      Mas Evangelion era superior.
      Os seus personagens não poderiam ser mais distintos e, ainda assim, o enredo concebia uma pasta que os ligava perfeitamente, criando as situações mais espectaculares de combate, as situações mais cómicas entre eles, as situações mais surpreendentes e misteriosas para o espectador.
      O raio de explosão na mente do espectador provocado pelo thrilling mental do enredo podia ter sido demais para mim naquela idade, mas isso não me afastou de Neon Genesis Evangelion. Pelo contrário, quando a confusão se instalou eu já estava familiarizado com os personagens e as suas personalidades e atitudes. Demasiado familiarizado, apaixonado. Isso fez-me estar mais atento aos episódios e procurar mentalmente as explicações para as perguntas que o anime colocava.
      Os combates eram épicos e a cada vitória dos EVAs eu dava um suspiro de alívio e punha um sorriso na cara.
      E além das linhas que ligavam as relações entre personagens havia as linhas que ligavam os personagens aos EVAs.
      Sempre coloquei a questão de quem humanizava quem, entre mechs e personagens. Olhando ao enredo e dado o facto de o Japão ser uma sociedade onde as pessoas e a tecnologia de ponta, entre elas a robótica, vivem numa comunhão incrível, não era difícil perceber que a Gainax não queria que os EVAs fossem apenas armas de metal controlados por humanos. Personificaram os mechs, uma atitude muito japonesa vista nos seus avanços na robótica e de como os humanos japoneses aceitam os robots na sua vida.
      E no anime, tanto pode ser irónico como magistral o facto de o personagem piloto ter que entrar no robot por uma primeira vez para analisar um tal nível de aceitação por parte do não humano.

      Mas nesta conjuntura onde estes animes entram, entram também um enorme número de videojogos que me marcaram e que continuaram a fazer alimentar esse desejo de visitar o Japão, mesmo para além do anime.
      Ainda nos anos 90, entrei numa experiência de jogo bastante satisfatória e recompensadora, os RPGs. E há um nome que foi esperado com muito desejo, Final Fantasy.
      Nessa década houve dois Final Fantasy que, relacionando-os com o Japão, foram demasiado importantes, Final Fantasy VII e VIII.
      Claro que houve outros RPGs, como Front Mission, Saga Frontier, Star Ocean, Legend of Dragoon, Alundra, Vagrant Story, Breath of Fire e outros jogos como Tenchu, Ridge Racer, Tekken, Castlevania, Street Fighter, Soul Blade, Gran Turismo e Metal Gear Solid.
      Confesso que num todo os videojogos eram mais influentes em mim. Esse gosto e a tentativa contínua de relacionar os videojogos com o Japão prolongou-se à geração seguinte, geração essa também muito rica em jogos japoneses.
      Mas Final Fantasy tinha chegado e vencido. E Final Fantasy VII..... Final Fantasy VII é muito especial.
      Mesmo que muitos nomes em Final Fantasy sejam reconhecidos nas mitologias ocidentais, há muito de japonês na construção dos personagens, dos universos, do enredo e na própria música.
      Final Fantasy VII tem uma mensagem ecológica bem vincada, mas também está carregado de pormenores retirados da sociedade nipónica. Os edifícios altos, a distinção de distritos dentro das cidades, os comboios, a vida no campo, as ilhas tropicais a sul, os parques de diversão.
      A linha de comboio que circula à volta da cidade de Midgar é inspirada na super útil linha Yamanote, uma linha ferroviária que circula à volta da cidade de Tokyo. "Começa" na estação de Tokyo e "acaba" na estação de Tokyo e vários comboios fazem esse trajecto várias vezes por dia.
      Final Fantasy VIII faz o mesmo, mas com o ambiente escolar, os uniformes, a relação entre os jovens. Usa um tom clássico, quase vitoriano, mas não dispensa a vontade futurista. Virado para o futuro... tão japonês.
      E depois há Metal Gear Solid.
      Não há uma linha curta de relação entre o Japão e o universo do jogo, mas é um dos melhores exemplos da criatividade japonesa. Claro que há o Otacon e a robótica inspirada nos animes antigos, mas a produção foca-se num publico mais global.
      Há mais ali e acolá pequenos pormenores relacionados com os japoneses, um ou outro codec moment e nos MGS seguintes até há mais pormenores, como os Calorie Mate, mas é mesmo a criatividade dos produtores japoneses que fazem aqui a publicidade. 
      É aquele momento em que Hideo Kojima torna-se a quase lenda, vincando esse estatuto mais tarde em Sons of Liberty. E Kojima, o produtor japonês, atinge a fama dos seus personagens, ou talvez mais.

      Talvez fossem estes o meus maiores influenciadores.
      A história do Japão também me fascinava, tal como os costumes e tradições e cheguei a ler algumas obras literárias de escritores nipónicos.
      Mas no fim de contas, foram aqueles os meus maiores influenciadores.
      O que eu vos escrevo em diante é uma descrição da minha viagem de dezoito dias no Japão e a minha visão sobre esse incrível país, seu povo e suas tradições e cultura recente.
      Não foi fácil o caminho até aqui.
      Muitos altos e baixos, muitos sacrifícios e poupança e até alguns momentos de iminente desistência, momentos esses que foram muito duros para mim e com consequências graves na minha vida. Seria tão fácil desistir ali...
      Mas não. Não sou um desistente.
      Lutar por isto foi tão bom como preparar a mesma viagem e recompensador como fazê-la efectivamente.
      Pelo caminho, muitas pessoas também fizeram questão de dizer que não era fácil, que havia lugares mais perto e também interessantes por descobrir, que era caro, que era longe, que não viam o que seria de interessante e até um "ao Japão nunca conseguirás ir".... Forma palavras que magoaram.
      O comodismo aliado à inveja é uma das coisas mais mesquinhas e ridículas que alguma vez vi nos olhos de uma pessoa.
      Este relato também é para esses e uma prova que ter demasiadas ideias pré-concebidas dentro das nossas cabeças limita-nos a liberdade.
      E quando falo de liberdade, falo de liberdade a sério, pura. Não daquela liberdade política que nunca avançou, nem daquela em que pensam ser um direito maltratar um polícia, um enfermeiro ou um empregado de mesa. Muito menos daquela de exigir aos outros que nos façam mover a nossa própria vida.
      Falo daquela de lutar por algo que gostamos ou queremos sentir. Daquela em que se visita alguém a mais de dez mil quilómetros de distância e somos tratados como iguais. Daquela em que o mundo está contemplado a todos os seres vivos e não existe o "volta para a tua terra". Daquela em que a amizade e o amor vêm-se directamente nos olhos e nas bocas das pessoas, sem símbolos hippies nem poemas de Lenon a atrapalhar.
      Aceito que os outros têm liberdade de me persuadir, mas só o aceito com motivos válidos que possam gerar boa discussão. Inveja ou apenas negativismo não são opções.
      Assim, permitam-me a liberdade de vos relatar a minha viagem, mas também de pormenorizar o que fiz para que ela acontecesse.
    • JUCA
      Por JUCA
      Ponham aqui noticias, com os devidos links, de coisas que normalmente não acontecem em outras partes do mundo.
       
       
       Casamento com Waifus reconhecido por uma empresa japonesa.
       

       
      http://www.asiaone.com/asia/marriages-anime-wives-recognised-japanese-company
       
       Waifu é uma personagem feminina, de anime, que uma pessoa considera como sua "mulher".
      Husbando é uma personagem masculina, de anime, que uma pessoa considera seu "marido".
       
        Gatebox é a empresa que está a promover esta pratica. Eles fornecem um certificado de casamento, e a cerimonia é realizada com auxilio de aparelhos de realidade virtual.
       Eles impõe a condição que uma pessoa só se pode casar com uma waifu, para quem tem mais de uma, isso pode dar algumas dores de cabeça.
       
       
       
      O vídeo em cima mostra o Gatebox Virtual Home Robot, um caixa com um holograma interactivo. A decisão de reconhecer este tipo de casamento, é também uma estratégia de marketing.

    • SeventyFive
      Por SeventyFive
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