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.Dawn

16 mensagens neste tópico

FanFiction de Final Fantasy 7... Com aquela bi(shounen)chona do Cloud =D~~

Prelúdio

Ainda não era manhã, nem perto de ser, e a cidade começava a ganhar vida. Através da minha janela via crianças, rudemente vestidas e ainda com o pequeno almoço por tomar, corriam desajeitadamente através dos primeiros trabalhadores do turno da manhã, abriam caminho para as lojas de brinquedos.

Hoje era um dia especial, e um amanhecer de sábado especial. Não para eles, vivendo a mesma vida simplória de sempre, mas para mim, era. Estava, pela primeira vez, a ver o mundo de forma diferente: cada gota de orvalho, cada réstia de sono nas caras envelhecidas, cada sorriso débil na cara das crianças excitadas, eram agora para mim o melhor que eu podia ver.

Ontem, no hospital vazio, acordei deitado numa cama fria rodeada por luzes ofuscantes. No frenesim criado à minha volta, subitamente o mundo parou. Lembrei-me imediatamente do que acontecera na noite anterior: estava a morrer. Derramei a minha primeira lágrima em 28 anos nessa manhã, tão solitário no meu quarto de hospital. Sempre fora tratado como demente, e com o tempo habituara-me à ideia de o ser, era frequente ser atacado por comportamentos vergonhosos e mudanças de personalidade.

Todo o sofrimento e drogas para a esquizofrenia pareciam uma má piada, uma piada de muito mau gosto. O tumor ocupava 60% do meu cérebro. O médico prescreveu-me um chá na antiga casa dos meus avós, à beira mar, e esboçando um sorriso desconfortável no final, deu-me uma palmada nas costas. Sorri, e no entanto derramei o maior número de lágrimas que alguma vez imaginara poder chorar, escondi a minha cara nas mãos sujas e trémulas. Em dois dedos de conversa retomara a minha consciência, todos os anos a acreditar ser maluco, toda a minha vida, desperdiçada e levada por angustias e agora, era o fim? A minha assustadora lucidez trespassava-me o coração. Desejei voltar atrás, tentar salvar a minha vida, reescrevê-la, tinha de haver uma forma, seria assim. O meu desespero era tal, estúpido o destino, a agonia que sentia era quase surreal, a minha mente fechada ao meu ser abriu-se a todos os aspectos do mundo. O choro era incessante.

Agora, numa nova fase da minha vida – o arrependimento e esquecimento – repensava os meus valores. O que será que pensavam as crianças lá fora sobre mim? Sorrio sozinho, agora ligando às pequenas coisas. A sabedoria dos miúdos de hoje em dia, repetindo as palavras prudentes e cuidadas do pais, sem conterem vocábulos complicados de forma a que eles as entendam facilmente, e as possam assim difundir pelas outras crianças. E a felicidade de uma mãe quando outra lhe vem dizer que o seu filho disse algo que ouviu o filho da outra dizer, as crianças são os brinquedos das suas mães. Um brinquedo mimado e estragado de ser tanto usado, o favorito delas.

Lá fora duas pequenas usando vestidos pérola bordados a rosa seco nos punhos, rotos no fundo devido às correrias desenfreadas de criança, bolorentos, sujos e húmidos, rodopiavam sobre os seus pés nus, fingindo-se fadas encantadas, o mundo para elas era limitado ao seu espaço. A inocência de criança, quem me dera tê-la preservado até agora. Via agora brilhos e borboletas a dançar à volta delas. O céu ficou então escuro, o sol caiu a uma velocidade estonteante no mar, as estrelas brilhavam mais do que nunca. Aquelas duas pequenas crianças num infinito de luzes, ganharam asas desmedidas. Saltavam, dançavam, riam-se das suas próprias brincadeiras, um cheiro enraizava-se no meu nariz. Um cheiro profundo e penetrante, um cheiro a memórias.

Então vi-a, ali, passando despercebida e sem tendo noção da sua beleza,

Estava a vender flores, como sempre.

Que bela que ela era.

E que belo amanhecer.

Era Aerith.

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hoo-hoo gostei, apesar de ser um pouco triste... mas está bem escrita.

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hoo-hoo gostei' date=' apesar de ser um pouco triste... mas está bem escrita.

Que é isso da "bichona do Cloud"? 8O (....)[/quote']

X'D E o meu nome para bishounens, simplesmente acabo por chamar 'bichona', e mais facil, mais portugues, e as pessoas percebem portanto nao tenho de dizer o que significa.

Fica aqui mais uma parte desta fic completamente emo... .__.

Capítulo I

Nunca tiveram aquela sensação? Quando acordamos e sentimos que vamos mudar o mundo hoje? Suponho que sim. A brisa vinha com o cheiro dela hoje, é como acordar na casa onde crescemos. Que cheiro soberbo! Porque será que o sentia assim tão forte e tão perto de mim? Estava demasiada luz, não conseguia abrir os olhos. Então deixei-me estar no conforto da minha cama mais algum tempo.

O toque da sua mão suada e fria acordou-me num instante. Senti-me a cair e logo depois a voar de novo à terra.

??? – Bom dia, Cloud. – sussurrou, ainda não havia conseguido ver quem era.

Esfreguei os olhos com as velhas mangas do meu pijama, na fracção de segundo que se seguiu vi-a: os olhos verdes dela reluziam a frescura da luz matinal, a sua pele branca e rosada eram um reconforto para mim, estivera fechado no meu quarto durante duas ou três semanas. Tão inesperadamente como fora para mim vê-la ali, a luz dela apagou-se. Era assim, a mesma ilusão todas as manhãs. De a ver passar ali, através da minha janela escondida, convencera-me que o que sentia por ela era mútuo, todos os dias a via. Sempre só e passando despercebida. Sempre sem saber o quão bela é na realidade.

Acordei com um sentimento tal... Vesti-me com pressa e saí à rua. Era incrível o que estava a fazer. Corri a toda a velocidade para a apanhar, então parei.

Toda a rua olhava para mim, inexpressiva.

As crianças não brincavam mais, as velhas já não debatiam actualidades, os velhos não jogavam mais à sueca, os casais apaixonados separavam-se. Então apercebi-me: as mesma pessoas que me chamaram de maluco, de doido, que me olhavam de cima, agora... Que será que sentiam? De repente senti-me sombrio e pesaroso, detestei-os. Detestei-os com todas as minhas forças. A dor que eu sentia era horrível, tinha um gosto azedo na boca. Esperava bem que eles dissessem alguma coisa. Nem eu conseguia encontrar palavras para definir bem o que eles estavam a sentir. Eram más pessoas, arrependidas, não o arrependimento de quem parte o brinquedo favorito do melhor amigo, o arrependido de quando se mata alguém com cabeça quente.

O silêncio era horrível.

Foi então que uma mulher deixou cair o saco das compras e correu desenfreadamente a procura de qualquer saída dali. Reconheci-a, era a minha madrasta. Não aguentava nem mais um segundo ali. Andei calmamente entre as pessoas, todas se desviavam e fingiam que nada se passava. Retomavam as suas vidas e fingiam não saberem de nada. Este era o mal das pessoas de Midgar. O fingimento. Era horrível, tudo o que se passava entre as paredes de uma casa era segredo. Tudo o que deveria ser dito era fechado a sete chaves e atirado para um canto imundo da cidade.

Depois vi onde os meus pés me haviam levado... Os meus pensamentos chocaram com a minha expressão. Arrefeci por todo o lado e tive outra vez aquela sensação. Era como acordar outra vez, mas agora, ao lado dela de verdade.

[Flowers Blooming in the Church – FF7 OST]

“...Cloud!” Sussurrou, ali, sob o feixe de luz.

“Aerith...” ela estava tão bela, sentada no meio das flores que cresciam dentro da igreja, desejei que ela ficasse assim para sempre.

“Há quanto tempo... Cloud.”

“Demasiado tempo, cresces-te Aerith.” ela sorriu, aquele seu sorriso troçador e suave.

“Vamos gastar os nossos nomes.” Ambos nos rimos de qualquer coisa, mas não foi do que ela disse. “Tive saudades tuas, foram muitos anos... Onde estiveste?”

“Por aí. Mas quero que saibas que não me esqueci de ti.”

Aerith sorriu, eles nunca tinham falado antes... Que se passava? Era um sonho? Que mundo era este? E este cheiro... Este cheiro era me tão familiar.

Ela tinha baixado a cabeça e levado as mãos à cara. Dirigi-me secretamente na sua direcção, com o olhar desviado, ela estava a chorar. Olhei-a, estava nervoso e tremia por todos os lados, beijamo-nos. Abracei-a, parecia durar para sempre. Este calor que estava a sentir. Era a primeira vez que a beijava, ah...! Só queria sentir-me assim para sempre. Esta proximidade era-me tão rara e no entanto tão confortável. As lágrimas dela caiam nas minhas roupas, Não chores Aerith, eu prometo ajudar-te, eu vou estar aqui para te proteger, mesmo se não me vires eu estarei aqui, e eu saberei isto se tu me amares como eu te amo. Mesmo depois de morrer. Eu estarei aqui.

“Eu amo-te, Cloud...” Ela escondeu a sua cara no meu peito e depois levantou-a e olhou para mim, um olhar que reluzia devido às lágrimas.

“Eu também te amo Aerith.” Ainda mais do que tu possas imaginar...

O que se está a passar?

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Wooo , estou simplesmente adorar os teus textos , continua assim ran ...

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X'D E o meu nome para bishounens' date=' simplesmente acabo por chamar 'bichona', e mais fácil, mais português, e as pessoas percebem portanto nao tenho de dizer o que significa. [/quote']

isso é tão ROFLLL !!

(eu sou mais estupido que a média dos portugueses, por isso não percebi =X )

É pa... Bichona = Homem com aspecto efemeninado, que até pode nem ser homossexual. Mas a questão é... Se uma personagem é Bishounen (Homem Bonito XD ou whatever) então, tenho por tendência a chamá-la de bichona...

anyways, capítulo seguinte. =D

Capítulo II

“Aposto em como sonhaste com ela.” Acordar com vozes já era força do hábito, nunca eram reais. Eram a minha consciência. A transição entre o sonho e a realidade. Sentia-me tão bem a sonhar. Por vezes nem pensava em acordar, viver uma vida perfeita...

O meu quarto vazio com uma janela a Sul, invadido de luz branca. A cama no meio do espaço amplo, no local onde o Sol bate ao amanhecer, com o pé da cama virado para a janela. Tem uns cobertores brancos, gastos e sempre com as mesmas dobras, é feita de pedaços de madeira abandonados nas margens do rio. Ao lado esquerdo da cama tenho, a combinar com ela, uma mesinha de cabeceira, parcialmente coberta por um ridículo naperon branco rendado, em cima dela está um conjunto de medicamentos e cápsulas, sobrepõem-se desorganizadamente, ao lado delas está um copo de vidro, sujeitei-o a demasiadas lavagens: está baço e pesadão, a água está entornada em cima da madeira dura e opaca da mesinha de cabeceira, passando para o chão até chegar à parede e formar uma pequena poça.

Vesti-me e sai.

“Que se passa rapaz?” Estava a divagar na cidade quando vi aquele rapaz sentado numa pedra fria, junto à fonte da cidade onde todos iam buscar água. (Já ninguém me olhava da mesma forma. Estava tudo normal, simplesmente não faziam caso). Tinha as faces muito coradas e era bochechudo, observava-me com os seus atentos, grandes olhos azuis enquanto contorcia a boca fechada expressando claro desagrado, o seu cabelo louro sujo estava coberto por uma boina axadrezada e vestia umas calças pretas curtas presas por suspensórios e uma camisa branca, tinha os pés descalços e roxos. Era alto para miúdo e bastante gordinho.

“Quem és tu?! Não vou falar contigo! A minha mãe diz-me para não falar com estranhos!” Ele gritou tão alto; o meu corpo chegou-se para trás instintivamente. Apesar de ele parecer bastante sério e ansioso, eu continuei, divertindo-me com aquele meu gozo inocente ao miúdo.

“Pareces chateado. Hei! Queres um gelado?” Sorri-lhe, aquele mesmo sorriso da Aerith: suave e troçador.

“Não.”

--------------------------------------------------------

“Hei, mãe! E assim está bem?”

“Um bocadinho mais para a esquerda!”

“Huh... Assim?”

--------------------------------------------------------

“Bom dia Sr. Strife!” Huh...? Outra vez as vozes ao acordar? “O meu nome é Lagerfeld, Dr. John Lagerfeld. Sou um médico. Lembra-se de mim?” Meu deus. Já estava farto de não perceber nada.

“Não.” Onde raio estou eu...?

Enquanto o outro dizia qualquer coisa para uma espécie de vidro. Então Cloud abriu os olhos. Estava numa sala cirurgicamente organizada, deitado numa espécie de casulo. Olhou pela segunda vez, e viu. A sala era redonda e tinha um redoma em vez de um tecto liso, completada com outros casulos dispostos uniformemente ao longo das paredes frias. Um conjunto de holofotes fluorescentes gigante iluminava a sala inteira.

Cloud sentiu a cabeça às rodas... Olhou como dificuldade para o médico “Pode-me dizer onde estou...?”

“Cloud Strife... 28 anos, perda de consciência permanente devido a causas desconhecidas. Você, meu amigo, não devia estar acordado.”

“E no entanto estou aqui a falar consigo.”

“Sim, saiu-lhe a sorte grande. Estou feliz por si.”

[Anxious Heart – Final Fantasy VII OST]

Apercebeu-se então do que estava a acontecer.

Em profunda agonia, olhou para lado nenhum. O olhar de terror na sua cara perturbou o sorridente e cristão John Lagerfeld.

...Se eu não souber quem sou, então não sou eu. É um novo eu.

Sem memória. Sem uma ideia de quem eu sou, ou fui.

Que vida estive eu a viver? Foi um sonho...?

Quantos anos? Quanto tempo estive eu a sonhar? Vivi uma vida num sonho?

Eu conheço aquelas pessoas. Onde estão elas?

E quando eu morresse no sonho? Teria criado um Céu?

Então, se eu não me lembro da vida antes do meu sonho...

Se não tenho essas memórias... Eu...

Eu morri.

“AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!”

O seu desespero era crescente. Com a ajuda do corpo inteiro saiu do casulo para o chão. Com um movimento brusco tencionava levantar-se para alcançar o médico. O seu corpo estava tão frágil. Caiu mal tentou pôr-se de pé fora do casulo, os seus tornozelos eram demasiado débeis para aguentarem este laivo de fúria e desespero. Deixou-se estar no chão, deitado naquele chão frio. Estendido com os braços sob o peito e as mãos a formarem uma concha onde pousava a cara. Não pensava em nada. Sentia-se desesperado de tal modo. Gritou outra vez. E outra, iria continuar até sentir que gritar não ajudava em nada...

Então parou.

... Aerith?

Onde estava ela?

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A fanfic vai bem, mas perdeu um pouco a intensidade do incio. é normal, qualquer texto deve começar com um BANG para cativar os leitores. :)

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"pode não ser homsexual"??? é suposto ser normal a homosex?

nao, nao e suposto Oo omg, tu levas tudo mesmo ate ao limite. e eu sei que eles nao sao homossexuais err... Oo e pa, ok... ahm...

anyways... capítulo seguinte >___>

Capítulo III

O neurologista estava habituado a doenças com cura. Esta amnésia frustrava-o. Mostrava-lhe que por muito mais que o mundo evoluísse, por vezes de forma positiva, por vezes de forma negativa, nunca iria atingir a forma verdadeiramente desejada, o próprio ser humano exige demasiado a si mesmo. A velha procura parecia que ia continuar para sempre. Entre a imortalidade e a mortalidade, o Homem procura o melhor caminho, o caminho dos tijolos amarelos, onde no final os espera o derradeiro conhecimento.

“Hey.” O médico estendeu a mão velha e calejada a Cloud. “Eu posso estar velho e caduco, mas se há coisa que sei, é que se está definitivamente melhor vivo que morto.” Na sua cabeça estas palavras pareciam muito certas e confortantes. Ironicamente seriam as palavras certas, mas não para esta altura. Cloud tinha descoberto que sentia falta de coisas que nunca tivera.

“Confio que sim.” Mentiu Cloud que deixara agora o solo frio e se tinha sentado numa maca com a ajuda do velho John Lagerfeld, esboçara mesmo um sorriso, que infelizmente tinha parecido qualquer coisa entre escárnio e um grunho.

“Não é obrigado a sorrir sabe. E com um sorriso assim, aconselho-o a treinar muito em frente ao espelho antes de tentar outra vez! Ah! Fico muito feliz por estar acordado sabe? Está a ver aquela menina ali?” Apontava para um casulo. “Loreen McCain, 4 anos, outro caso desconhecido. Os pais iam todos os dias à igreja rezar a Deus para que a sua filha acordasse.” Entretanto fazia os testes neurológicos a Cloud. “Se eu acreditasse em Deus diria que isto foi um milagre. Digamos então que se deve ter fartado de dormir, não é? Está tudo bem, os seus nervos não foram danificados, para além do que já sabe, isto é.”

Guardou o seu estojo dentro de uma gaveta profunda e começou de novo a falar. “Tenho um apartamento aqui em Nova Iorque que pode utilizar, está vago há algum tempo. Bem, não é na Grande Manhattan, é em Queens, mas é bastante jeitoso! Fica em Baixo.” Sorriu durante algum tempo. Notou que Cloud não se aprontava para dizer nada, então continuou. “Tenho o jornal no meu escritório, se quiser posso ir lá buscá-lo...”

“Sim, obrigada, agradecia que me contasse tudo o que deveria saber sobre onde estou.”

O tom autoritário com que falava deixava o outro extremamente desconfortável.

“Vou num pé e venho noutro. Tal qual o vento.”

“Óptimo.” Falou com uma frieza desapontante.

Ele voltou passado pouco tempo e entregou o jornal a Cloud. O velho ofegante apoiava-se numa banca. Preparava-se para falar outra vez. Cloud, agora não queria mesmo falar, folheava o jornal enquanto pensava no que poderia fazer a seguir, ele não olhava para o jornal, julgava estar com certas alucinações e então pousou-o e retomou pesarosamente a conversa.

“Sabe Dr. Lagerfeld...”

“Ah! Por favor não me chame assim, Apenas John.”

“Ok, John” Acentuou sarcasticamente o seu nome. “Esse seu apartamento parece-me fantástico!” Um silêncio cómico atravessou a sala.

“Bem, de facto não é... Mas está disponível enquanto não encontrar nenhum outro lugar.” Ele sorriu de orelha em orelha.

“Isso seria óptimo, não sabe onde posso encontrar algum tipo de arquivos ou assim? Pensei em procurar alguém com quem me possa ter relacionado, talvez tenha sorte e encontre um familiar.” Estava finalmente a ficar mais alegre.

Hey, olha pelo lado positivo. Estás vivo!

O médico reparou na estupidez dos acontecimentos, ainda não tinha explicado nada ao seu paciente. Abanou os pensamentos e começou: “Cloud, eu não lhe expliquei certas coisas como supostamente deveria. A verdade é que tu entraste na nossa clínica em 1152 DC.... Viste o Jornal? Eu pensei que tivesses visto e percebido.” Pausou durante dois ou três segundos. “Estamos em 2172 NE.. Já ninguém anda de carro sabes, tanto nas cidades de Ciel ou de Antiquo andam todos em pequenas naves espaciais, eram assim que lhes chamavam há esse tempo todo não é? E isto, falando de quem ainda viaja em naves espaciais... A teletransportação de partículas é realmente útil. Pode ser cara, mas agora o comercio é muito mais rápido! Ah!” John soltou uma grande gargalhada sonora. “Sabias que existem alienígenas? Teh-heh-heh! Os livros de história são enormes... Aposto que devem ter o dobro do tamanho dos teus. Senão o triplo! Estava a esquecer-me completamente disto tudo.”

O médico estava simplesmente tão divertido, esquecera-se que em casa ninguém o esperava, esquecera-se de tudo, conhecer uma pessoa de outra época, como Cloud, embora que com amnésia parcial permanente, era incrível para qualquer estudioso. Esta excitação tal qual estudante deixava as suas células cansadas em êxtase total. Explicou-lhe tudo.

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[*** - My Funny Valentine]

Estava perto de ser noite, o Sol caia algures em Antiquo. Num apartamento no 5º andar de um edifício abandonado, próximo da ponte que servia de passagem ao antigo comboio Nova Iorquino, estava Tifa Lockheart, deitada no meio de uma sala meio habitada. Olhava o infinito, tinha os olhos cheios de lágrimas pesadas. Usava um vestido curto preto feito de vários pedaços de seda, vestia umas All Star beges muito gastas e tinha o cabelo preso com uma fita cinza longa. Vestia uma casaco de cabedal comprido. Os seus braços estavam esticados e as perna direita recaia sob a sua perna esquerda. Sentia-se perdida, normalmente não era assim, mas hoje tinha começado a pensar. O pensamento é o nosso pior inimigo. Como é que alguém que nos faz ter medo, que nos faz ter receio pode ser bom? Tifa tinha sido confrontada com a morte.

Eu sei que é ordinário entrar em batalhas estúpidas por comida... Mas aquela batalha não foi uma batalha normal, meu deus. Nunca havia pensado como uma pessoa na linha ténue entre a vida e a morte se sente... Sinto-me tão impura...

Já matei tantos com pouca razão; odeio-me.

Que estava eu a fazer? E porque raio não me apercebi!?

Se apenas pudesse esquecer isto tudo... Recomeçar... E depois esquecia-me dele. Que sonhos horríveis que tenho tido. Sou tão estúpida, como posso eu esperar por alguém que existe somente nos meus sonhos?

Tifa estivera inexpressiva mas agora riu-se de si, achava-se patética. Ainda a viver o sonho do príncipe encantado.

Devia ter feito como as outras. Casado com um médico qualquer que vivesse em Ciel, ter dois ou três filhos e dedicar-me à lida da casa. Mas, nãaaaao...! Miss independente... Sou tão estúpida, aposto como todos lá em cima se devem estar a rir de mim.

...Mas não ele.

Outravez ele, sou tão criança! Talvez a solução seja recomeçar. Viajar, conhecer o mundo, posso estar só mas não me irei, ao menos, queixar de ter sido miserável, nem pensar em envelhecer aqui e ficar-me perdida.

Cloud, detesto-te. Porra, mas tu és só um sonho!

Porquê a mim?

- FODASSE! – Levantou-se, saiu do apartamento ainda longe de ser um lar, através da varanda, desceu as escadas exteriores enferrujadas e poeirentas. A meio caminho da escadaria observou as ruas sujas e cinzentas. Então viu dois homens a caminhar ao fundo da rua.

Afinal de contas, porque deveríamos nós privar o lobo mau de comer?

Tifa usou o braço direito para se balançar no corrimão frágil e saltou para a rua. Caiu com os joelhos flectidos para absorver o impacto, depois levantou-se bruscamente. O vestido ondulou suavemente sobre as suas pernas, o casaco estava praticamente a voar. Ela despiu-o e atirou-o violentamente contra uma parede, começou a correr, cada vez mais rápido e mais rápido.

A 5 metros de encontrar os homens seguia correndo para as costas deles, silenciosa como um gato. Saltou sobre as cabeças dos dois homens, Tifa rodopiava no ar pronta para atacar, tirou o laço da cabelo com as duas mãos pegou em cada uma das pontas. Caiu suavemente entre os dois. Um deles abriu os olhos instantaneamente, no entanto não pôde fazer nada. Agilmente prendeu o pescoço dos dois homens, já eram seus.

- Merda... Ainda há ladrões nesta Era?

- Confirma-se. O Baixo é complicado Cloud.

Tifa ouviu o sussurro entre eles, virou a cara dos homens para ela, esperava estar enganada, poderia estar a sonhar...?

- Cloud!?

Nota da Autora: Ohayo minna-san! Doumo arigato por lerem o terceiro Capítulo de .Dawn. Mais uma vez demorei séculos a escrever outro capítulo. Uma vez que isto vai sendo pensando aos pedaços isto funciona à base de “iluminações”. Talvez este capítulo tenha sido bastante confuso em termos de definições. Portanto decidi criar um género de guia, não é obrigatório lerem-no para apanharem a história, uma vez que considero o mais importante aqui os sentimentos humanos. No entanto, é sempre uma curiosidade e facilita a compreensão de determinadas passagens. No mesmo guia explico também o tempo e o espaço da acção. Se prestarem atenção as datas foram escolhidas a partir de números primos (vejam os dois números 1 como sendo um 11). Datas que fossem divisíveis tanto por 3 como por 2, ambos números primos, e também os menores dentro do género. Perguntam-se porque? (I work in mysterious ways).

P.S.: Peço imensa desculpa a todos os fãs ferrenhos de Final Fantasy (eu própria sou uma e estou a lidar com graves problemas de consciência) por ter recriado um Cloud tão diferente do original, e agora como podem ver, uma Tifa também diferente da original... Ligeiramente. Meti-lhes um petit peu de je ne sais quoi relativamente à sua personalidade, como é meu costume, mentes confusas que lutam por se desprenderem das limitações do corpo humano. (Sim, confirma-se, eu sou estranha.)

.Dawn – Guia e Definições (Cap. III)

Ciel - Área rica de Nova: Nova Iorque. Acima dos prédios antigos, aqui o povo em geral é rico, levam uma vida calma e sem preocupações. Bastante iluminada e limpa, tem uma arquitectura recente, predominam o branco e o vidro, as praças e ruas são amplas. Nesta área de Nova:NY crescem plantas de tamanho descomunal que se elevam à altura dos mais altos edifícios de nome Lyrae, as pétalas têm uma tonalidade lilás e os caules são verde seco. Ciel é referido normalmente pelos habitantes de Antiquo como: “Lá em Cima”.

Antiquo - Área pobre de Nova: Nova Iorque, também conhecida por Baixo, normalmente é uma área referida por “Lá em Baixo” pelos habitantes de Ciel, como podem ver o próprio Dr. John usa a expressão, apesar de ele possuir uma casa em Antiquo, o que nos leva a ver o quão ele é influenciado pela sua profissão como médico no Hospital da Santa em Ciel.

NE - Referente a Nova Earth. Uma nova era criada após a descoberta do Outro Mundo. Um mundo paralelo ao nosso, existe no mesmo lugar mas numa dimensão diferente. Os “Outros” trouxeram conhecimento incrível para a Terra. Quando o Dr. Lagerfeld falou de alienígenas ele referia-se de facto aos Outros. A Era DC (Depois de Cristo) durou até ao ano 1357, onde iniciou a NE. Imaginando que este 2172 é referente à continuação da época em que vivemos, então o que eu fiz foi alterar o passado para obter um futuro alternativo.

Terra – A Terra está adaptada a esta história, criada por mim, fica já dito e sabido que qualquer semelhança a histórias existentes, etc. etc., e completamente uma coincidência. Trouxe as personagens para a nossa Terra porque temos um planeta fantástico, e mais vale a pena aproveitá-lo. A razão não é bem essa, mas esta Terra é bastante mais antiga do que a nossa... Aqui existe a magia de Final Fantasy, como não podia deixar de ser. E todo o tipo de tecnologia que estamos habituados a ver em histórias de Ficção Científica.

Beam me up, Scotty.

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... antes de mais tenho ainda mais pena que antes de nunca ter jogado FFVII (shame on me)..ainda vou a tempo, espero eu..

isto fez com que me escapassem alguns pormenores.

de qualquer forma achei muito bom.. fizeste bem recomendar este texto! está muito bem escrito. tanto no sentido ortográfico como no argumento em si, e na forma como passas a mensagem a quem lê.

continua a escrever.

btw, n escreves em lado nenhum? blog, ou assim?

p.s:já pus a sacar a ost do FFVII para ver como encaixam as musicas do texto.

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btw, n escreves em lado nenhum? blog, ou assim?

nope

p.s:já pus a sacar a ost do FFVII para ver como encaixam as musicas do texto.

a My Funny Valentine não é da banda sonora de FFVII, tipo:

http://www.youtube.com/watch?v=LjGAjCOHjZE

O Matt Damon não é nem de longe nem de perto o melhor para cantar esta música. Mas a voz fraca dele fica mesmo especial com esta música, dá mesmo um grande significado à letra da música.

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por acaso nem pensei q a musica n fosse do FFVII, pelo facto das outras serem nem reconheci o nome da musica. xD

n conhecia esta versao, só mm a do sinatra (que gosto mais obviamente pela voz, mas tb pq, pelo menos a versao k eu tenho, tem uma melodia mais antiquada, tipica dos anos40/50) mas tb tá engraçada.

O Matt Damon não é nem de longe nem de perto o melhor para cantar esta música. Mas a voz fraca dele fica mesmo especial com esta música, dá mesmo um grande significado à letra da música.

achas isso pq por n ter uma voz prodigiosa, prestas mais atençao à letra?

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achas isso pq por n ter uma voz prodigiosa, prestas mais atençao à letra?

A voz fraca e as notas desafinadas dizem o mesmo que a música... tu podes não ser a perfeita, podes não ter o corpo mais belo, podes ser mesmo ser um bocado tonta, mas a verdade é que te adoro na mesma e nunca mudes.

Aliás, gosto mesmo da fraqueza da voz dele, fica bem quando um homem afirma tal coisa, demonstra realmente que a mulher é mesmo alguma coisa de especial. Portanto achei que servia na história.

Se gostas da versão do Frank Sinatra... Então ouve a da Nina Simone !

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Se gostas da versão do Frank Sinatra... Então ouve a da Nina Simone !

gostei da sugestão..  ;)tá muito boa a versão. e tb com um estilo mais semelhante a do sinatra.

já agora sugiro que (caso nca tenhas ouvido) experimentes a versão dos gotan project..

n tem nd a ver c estas, obviamente n passa o sentimento da letra da mm forma.. é so mm pelo estilo..por ser gotan. mas n é, para mim pelo menos, das melhores musicas deles claro =P

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assim tb tenho de dizer Santa Maria!! a muscia mm, n é o grupo portugues..XD

e a A Quai tb, embora curta esta tb por ser do fabuloso destino de amelie.

voltando ao topic,este fanfic n vai ter continuaçao? ja reparei que o topico é antigo..

é que tou c vontade de ler mais textos  :D

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assim tb tenho de dizer Santa Maria!! a muscia mm, n é o grupo portugues..XD

e a A Quai tb, embora curta esta tb por ser do fabuloso destino de amelie.

voltando ao topic,este fanfic n vai ter continuaçao? ja reparei que o topico é antigo..

é que tou c vontade de ler mais textos  :D

nope, não vai ter continuação ;_;

já não tenho inspiração para textos deste género, muito menos com personagens de FF7 XD

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